MESMO COM PANDEMIA, DESEMPREGO E PERIGO DE RECESSÃO, NOSSOS LÍDERES QUEREM É DISCUTIR A PRÓXIMA ELEIÇÃO

Artigo editado em: 30 de novembro de 2020

ÚLTIMO DEBATE NÃO MUDOU NADA. SE NÃO DER ZEBRA, HILDON TERMINA O DOMINGO REELEITO
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Em quem você vai votar para Presidente da República? E para Governador? Já tem seu deputado estadual, o federal, o senador? Finda a eleição municipal do domingo, mesmo com a pandemia crescendo, com o país se enterrando em dívidas e atrasos; no desemprego e no perigo de uma recessão, o grande tema nacional, lamentavelmente, passa a ser a próxima eleição. Talvez por esse abuso, imposto ao país pela classe política, por um Congresso voltado para seus próprios interesses e para os umbigos dos que o comandam, é que uma média acima de 32 por cento dos eleitores brasileiros mandou a eleição às favas e simplesmente não compareceu para votar. Claro que há muitos outros motivos: descrença nos políticos, candidatos fracos, propostas impossíveis de realizar, obviamente não generalizando, mas, sempre, observando a maioria. Em São Paulo, os riquinhos e filhinhos de papai, além dos servidores públicos, que em sua grande maioria também só se preocupam consigo mesmos, quase elegeram uma excrescência na política, um tal de Guilherme Boulos, cujo único mérito é orientar a invasão de propriedades privadas. Em Porto Velho, ao menos, tivemos dois candidatos de boa qualidade. Hildon Chaves se reelegeu, com cerca de nove pontos percentuais a mais que Cristiane Lopes, confirmando as previsões e a voz das ruas, mas Cristiane chegou a mais de 92 mil votos e, não há dúvidas, chegou para ficar na política rondoniense. Já a tendência de Hildon é ficar mais dois anos no cargo e entregá-lo ao seu vice, o jovem Maurício Carvalho, para tentar voos mais altos. Do alto dos seus mais de 105 mil votos, Hildon está apto a concorrer ao Governo, ao Senado, ao Congresso ou até a Assembleia. Pode escolher. Escolherá, sem dúvida, mais ali na frente.

As eleições municipais no país, afora a enorme abstenção (em Porto Velho houve urna em que o número de eleitores que compareceu chegou a apenas 40 por cento), deram um chega para lá em candidaturas extremistas. A esquerda naufragou. O PT fez fiasco. A extrema direita também ficou longe de ser vitoriosa. Quem saiu fortalecido foram os candidatos do Centrão e aqueles que não têm posições radicais. Um recado claro tanto para Bolsonaro e seus seguidores, como para a esquerda radical, que continua pregando teorias alienígenas e, cuja voz é cada vez menos escutada pelo eleitorado. Por fim, voltando à aldeia, que é uma forma carinhosa de chamar nossa terra, destaque-se o bom nível da campanha, no geral. A tal ponto do vencedor Hildon Chaves, ao falar logo após a reeleição, ter dito que sua adversária também era uma vencedora. Pena que não teremos tempo nem para curtir os resultados deste domingo. Nos próximos dias, já viveremos em função da próxima eleição. Uma coisa lastimável, para um país que está vivendo toda essa situação que vive hoje nosso Brasil. Mas, quem mandou votar naquela gente, lá atrás? Agora, são eles que decidem nosso destino! Por isso, estamos ferrados!

21 MIL ELEITORES A MENOS QUE NO PRIMEIRO TURNO

Na eleição de Porto Velho, a abstenção chegou a mais de 34 por cento, totalizando 113.826 mil eleitores, que não compareceram às urnas. Esse número incrível representou nada menos do 56,3 por cento do total de 202.007 votos válidos, divididos entre os dois candidatos finalistas. Um recorde. O fenômeno local, que se repetiu em praticamente todo o país, precisa ser analisado mais profundamente, para que se encontre uma fórmula de atrair as pessoas para ajudarem a decidir o destino de suas cidades, do seu Estado, do seu país. Desde as primeiras horas do domingo, quem percorria as seções eleitorais em praticamente todas as áreas da Capital, já saía com a sensação de que o número de eleitores presentes seria bem menor do que no primeiro turno, quando já houve uma abstenção muito alta (mais de 27 por cento), mas, mesmo assim dentro de uma média das disputas eleitorais na cidade. A partir do meio dia, quando em algumas seções o comparecimento não chegou nem a 50 por cento, já se antevia uma abstenção recorde. No Domingo de manhã, cedo, o deputado Jair Montes, que conhece muito bem eleições, já postava nas redes sociais que em Porto Velho, a abstenção seria recorde. No segundo turno, faltaram à votação 21.975 eleitores a mais do que no primeiro. Naquele, o total de comparecimento chegou a 241.180 eleitores, enquanto no segundo turno, foram 219.205 os que votaram. Pelo menos 11.353 ainda protestaram, votando nulo. Outros 5.845 votaram em branco.

HILDON CHAVES: UMA REELEIÇÃO MUITO MERECIDA!

Hildon Chaves mereceu a reeleição. Teve um primeiro mandato, na sua fase inicial, recheado de graves problemas, herdados de uma administração pífia do hoje deputado Mauro Nazif. A questão da destruição do sistema de transporte coletivo, que levou quatro anos para ser resolvido é apenas um exemplo. Pegou a cidade em péssimo estado. Não resolveu tudo, claro, mas teve avanços importantes. Resolveu a questão do transporte escolar, que era um câncer durante anos. Tornou Porto Velho uma cidade iluminada, com mais de 100 mil pontos de luz. Conseguiu, obviamente em parceria com a bancada federal, concluir as obras dos viadutos e das pistas laterais da BR 364. Asfaltou dezenas de ruas e fez obras importantes em praticamente todos os bairros da cidade. Teve erros, falhas, eventuais distorções, mas, no geral, fez uma administração acima da média. Mesmo assim, com 14 candidatos de oposição, todos querendo sua cadeira, chegou no primeiro turno como o mais votado. Enfrentou a vereadora Cristiane Lopes, que conseguiu cooptar muitos dos votos dos opositores a Hildon, perdendo a eleição por pouco mais de 18 mil  votos. Hildon começa agora um novo mandato, de pelo menos dois anos, porque certamente em 2022 disputará outro cargo. O prefeito, nos últimos dois anos, deverá ser Maurício Carvalho.

CRISTIANE NÃO ESTÁ DE PASSAGEM. ELA CHEGOU PARA FICAR!

E a jovem vereadora Cristiane Lopes? Foi mesmo perdedora? Ela tem tido uma carreira política surpreendente. Entrou como escada para outros nomes mais conhecidos do PP, para a Câmara de Vereadores. Foi eleita com mais de 2 mil votos. Dois anos depois, chamada para ser escada de novo (para a candidatura de Jaqueline Cassol), Cristiane topou o desafio de disputar uma vaga à Câmara Federal. Sem dinheiro, sem estrutura, sem equipe, gastando muita sola de sapato, ela chegou a 20.350 votos. Isso mesmo! Praticamente sozinha. Agora, decidiu ser Prefeita. Com um pouco mais de apoio, com algum dinheiro, com parcerias importantes (como seu vice, o delegado Pedro Mancebo), superou outros 13 pretendentes, incluindo o professor e advogado Vinicius Miguel, que aparecia, em toas as pesquisas, à frente dela. Mss foi s batalhadora Cristiane quem chegou ao segundo turno. Foi para a disputa e teve mais de 92 mil votos. A votação que Cristiane atingiu foi extremamente positiva, a tal ponto de colocar o nome dela, agora, naquele rol de candidatos muito viáveis, por exemplo, para postular uma cadeira à Assembleia Legislativa ou até à Câmara Federal. Cristiane não é uma passageira na política porto velhense e de Rondônia. Ela chegou para ficar. E vai longe, muito longe!

IMPRENSA OPOSITORA FALA EM DERROTA DE BOLSONARO

Há um grande esforço da imprensa opositora (sim, temos essa novidade no Brasil: grupos de mídia fazendo oposição política ao governo de plantão!) em ligar o presidente Bolsonaro aos candidatos derrotados na eleição deste domingo. Com exceção de Celso Russomano em São Paulo, no primeiro turno (ele perdeu feio!) e de Marcelo Crivela no Rio (a derrota foi ainda pior!), Bolsonaro não citou publicamente um só nome entre os que disputaram Prefeituras país afora. Enquanto a oposição de partidos e de jornalistas que venderam sua alma à opinião pessoal e não à notícia, tentam impor derrotas ao Presidente, ficou em segundo plano a grande derrocada da esquerda, em praticamente todas as regiões do país. Com exceção de uma ou outra Capital de menor expressão – e não se inclua nessas capitais menos expressivas Belém do Pará, onde o candidato do PSOL foi eleito – os partidos de esquerda fora alijados do poder pelos eleitores. Os grandes vencedores nessa disputa municipal foram os candidatos de centro. O Centrão, aliás, foi o grande  vitorioso, tomando no voto grande número de capitais brasileiras. Para quem faz de conta que esqueceu, é bom lembrar que o Centrão, hoje, é aliado do presidente da República. Mas, para a mídia opositora, isso é apenas um detalhe secundário. O que importa, para ela, é dizer que Bolsonaro perdeu a eleição!

A CAMPANHA POLÍTICA E OS NOVOS CASOS DA COVID

Passada a eleição, certamente nos próximos dias, tanto por aqui como Brasil afora, teremos novos números de casos de Covid e de mortes, porque durante o período de pré votação, muitos candidatos não tiveram os cuidados necessários ao se reunir com seus simpatizantes. E muito menos o teve grande parte dos eleitores, que participou de reuniões em ambientes fechados, a grande maioria sem máscara, sem distanciamento, sem qualquer cuidado. Não se pode atribuir todos os casos à campanha do primeiro turno, mas certamente ela ajudou a que tenhamos tido, duas semanas depois do pleito de 15 de novembro, em Rondônia, nada menos do que 950 novos casos e 18 mortes em apenas 48 horas.  Nesta segunda-feira, somando os números também do domingo, diminuiu o número de óbitos, mas os registros de novos contaminados continua crescendo. Segundo o Boletim da Secretaria de Saúde, relativo à segunda-feira, último dia de novembro, tivemos mais 483 novos casos e quatro óbitos. Os números da Covid 19 em Rondônia, no início da noite da segunda:  1.561 mortes já registradas, desde maio;  80.538 casos confirmados; 70.696 recuperados; 8.281 casos ativos e 301 pacientes internados, o que já é muito preocupante.  Destaca-se, ainda, os quase 258 mil testes realizados ou seja, algo em torno de 17 por cento de toda a população rondoniense já fez teste para a Covid.

HILDON ENTRA NA LISTA DOS QUE PODEM IR AO GOVERNO

Hildon Chaves é mais um nome que pode ser incluído no rol dos possíveis candidatos ao Governo do Estado, daqui a dois anos. Isso mesmo. A disputa, em outubro de 2022, já está na pauta. Hildon só iria para uma eventual disputa à sucessão de Marcos Rocha, caso seu companheiro e um dos principais parceiros políticos, Expedito Júnior, prefira concorrer ao Senado.  A relação dos pré candidatos, tanto tempo antes da disputa, já tem o próprio Marcos Rocha, ainda sem partido; o senador Marcos Rogério; o empresário vilhenense Jaime Bagatoli; Hildon, que está cacifado para ter a pretensão; Daniel Pereira Quem sabe, acrescenta-se a esses políticos, o nome de uma mulher: o da deputada federal Mariana Carvalho, embora ela somente entrasse numa eventual disputa caso nem Hildon e nem Expedito decidissem participar da corrida estadual. Um dos que não pode ser esquecido, até por ter se tornado um político de expressão estadual, pelos resultados positivos que conquistou como presidente da Assembleia, é o deputado Laerte Gomes.  Mais à frente, novos nomes vão se somar a esse grupo. Há possibilidade de que, como ocorreu na corrida pela Prefeitura de Porto Velho, a disputa pelo governo, em 2022, possa  ter também um número recorde de candidatos.

A VOLTA DOS CAÇA NÍQUEIS NAS NOSSAS RODOVIAS?

Eles estão de volta! Os radares nas rodovias federais, incluindo aqueles caça-níqueis, espalhados em pontos estratégicos, para flagrar qualquer irregularidade e aplicar pesadas multas, voltarão a funcionar dentro de alguns dias nas BRs rondonienses. Não só na BR 364 e na 425, mas até na 319, aquela mesmo que é um arremedo de rodovia e que fica intransitável durante vários meses por ano, enquanto o governo federal jura que vai asfaltar toda a sua extensão, neste e no próximo ano. Vários radares já foram colocados ao longo das estradas federais país afora e em Rondônia também. Na região de Porto Velho, eles não começaram a aplicar multas ainda, porque está faltando a ligação da energia elétrica e, ainda, uma avaliação final, com aferição técnica, do Instituto de Pesos e Medidas (INPE), para liberação dos equipamentos. As multas a serem aplicadas começam com 130 reais, mas podem chegar até a 880 reais, caso, por exemplo, o motorista seja flagrado numa velocidade 50 por cento acima do permitido para aquela área fiscalizada pelo radar. Ou seja, vai começar tudo de novo!

PERGUNTINHA

Na sua opinião, por que a eleição do segundo turno para a Prefeitura não só de Porto Velho, mas praticamente em todo o país, teve o recorde de abstenção, com uma multidão de eleitores sumindo das seções eleitorais?

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