Artigo editado em: 5 de maio de 2020
Já não bastam o corona vírus e a crise política. Agora, vem aí mais uma bomba pela frente. O presidente Jair Bolsonaro quer a reabertura do inquérito que investigou o atentado que sofreu e setembro de 2018, durante a campanha eleitoral, em Juiz de Fora. Obviamente que será mais um prato cheio para a oposição, que o acusará de tentar fazer com que a Polícia Federal atue para atender seus interesses pessoais e não os do Estado. O problema é novamente essencialmente político. Bolsonaro se queixou, com toda a razão, que no caso do assassinato da vereadora e de seu motorista, houve uma grande mobilização, inclusive da PF, para esclarecer o crime. No caso dele, teria havido desleixo, num inquérito que, protesta, estaria cheio de furos e dúvidas. Como Adélio Bispo seria um lobo solitário, agindo sozinho, se teve, logo após sua prisão, três advogados caríssimos e andava com quatro celulares, além de ter gasto muito dinheiro em andanças pelo país? As perguntas do agora Presidente tem fundamento sim, ainda mais pela rapidez com que as investigações foram concluídas, acusando apenas Adélio e, pouco tempo depois, a Justiça o considerando demente. Também ficam no ar os motivos pelos quais o STF não permite que Adélio seja entrevistado pela mídia.
Afinal de contas, as perguntas sem resposta serão ainda esclarecidas? Adélio agiu mesmo sozinho, mesmo com vários indícios de que ele teria algum apoio atrás de si? Quem pagou o trio de advogados caríssimos, que se prontificaram a defender o réu, quando ele estava sendo acusado pelo crime, depois da prisão em flagrante? Por que um inquérito encerrado em tempo recorde? Ora, a tentativa de assassinato de um candidato à Presidência, que caminhava para ser eleito, realmente mereceria uma atenção mais profunda, mais técnica, com respostas para todas as perguntas. Bolsonaro deixou claro que esse foi um dos motivos pela briga que comprou com Sérgio Moro, quando exigiu a troca de comando da Polícia Federal. Não só o Presidente como todo o país merecem respostas. Mas que será mais um mote de ataques virulentos da mídia e da oposição – que jamais se conformou com a derrota nas urnas – não há dúvida alguma. Bolsonaro corre o risco de sofrer novos atentados, só que dessa vez eles não serão a facadas e nem tiros, mas sim políticos, vindos de todos os lados e de todos os inimigos que conquistou em tão pouco tempo no poder. A História um dia contará a verdade sobre todos esses acontecimentos. Provavelmente os mais velhos não estarão aqui para saberem, mas os jovens, esses sim, vão ter a verdade escancarada. Esperemos para ver…
MOSQUINI: NADA DE PRORROGAR MANDATOS
A coluna tem ouvido dirigentes políticos sobre a questão das eleições programadas para outubro. Elas devem ocorrer na data marcada, em outubro? Devem ser transferidas para mais à frente, mas ainda esse ano? Ou o ideal seria a prorrogação dos atuais mandatos, para coincidir, tanto a disputa municipal quanto a estadual e federal em 2022? Para o deputado Lúcio Mosquini, líder da bancada federal e presidente regional do MDB, mandatos coincidentes, “nem pensar”. O que ele sugere é que a eleição seja transferida para meados de novembro, ou seja, 45 dias do prazo inicial, mas ainda esse ano. A campanha diminuiria para 30 dias e ainda haveria tempo para o segundo turno. Mosquini só aceitaria uma coincidência de mandatos se o eleitor soubesse que está votando para isso. Ou seja, numa eventual eleição futura. Afora isso, seria casuísmo e o eleitor não aceitaria, afirma. Além disso, só se poderia fazer tal mudança através de uma PEC, mudando a Constituição, lembra.
CAPIXABA VOTA POR ELEIÇÕES GERAIS EM 2022
Já o ex deputado Nilton Capixaba, presidente regional do PTB, depois de quatro mandatos, tem experiência suficiente para dizer que o ideal para o país, nesse momento, seria a prorrogação dos atuais mandatos e eleições gerais em 2022, para mandatos de cinco anos, desde Presidente da República até vereador. Para ele, nesse momento de crise, o país economizaria muito com essa medida. E não é surpresa a opinião de Capixaba. Quando ainda deputado, ele votou exatamente por essa mudança, na última tentativa de reforma política (que não passou de um “puxadinho”), tentado no Congresso, há alguns poucos anos. Foi voto vencido, mas acha que seria muito melhor para o Brasil uma eleição apenas a cada cinco anos. “O eleitor que sabe escolher Presidente da República, senadores, deputados federais e estaduais, saberia muito bem votar para Prefeito e Vereadores. Nesses tempos de pandemia, onde todos estão se sacrificando, também a Justiça Eleitoral e os políticos deveriam se sacrificar, economizando todo o imenso dinheiro gasto em campanhas a cada dois anos, argumenta Capixaba, representante de Cacoal e considerado um dos parlamentares mais atuantes que Rondônia já teve. Nas próximas colunas, mais opiniões de dirigentes partidários sobre o tema.
SEM FESTA, SEM PEÕES, SEM A RURAL SHOW
Foi oficializada apenas no início da semana, uma informação que esse blog divulgou há praticamente mês atrás. Nem o Arraial Flor do Maracujá e nem a ExpoPorto, feira agropecuária que teria sua segunda edição na Capital, serão realizadas esse ano, por causa da crise do corona vírus. A ausência mais sentida, certamente, será do Arraial, uma festa que caminhava para seu 40º ano consecutivo e que sempre reúne milhares de pessoas. A edição de 2020 estava agendada para 26 de Junho e 5 de julho. Não há perspectiva de novas datas. A ExpoPorto, que seria em agosto, também já foi cancelada. Afora isso, o maior evento comercial do Estado, a Rondônia Rural Show, que seria realizada no final deste maio, igualmente está cancelada. Eventos culturais e comerciais, que movimentam a economia do Estado, estão fora do calendário, por causa da praga da Covid 19, que está arrasando com todos os grandes acontecimentos não só aqui, mas no país e no mundo inteiro.
SHOPPING SÓ VENDE VIA DRIVE THRU
Abre. Não abre. Abre parcialmente dia tal. Agora não abre mais. Depois abre de novo! Parece brincadeira, mas essa é a situação que está vivendo o Porto Velho Shopping, desde que começou a crise do corona vírus e quando foram editados decretos de flexibilização tanto do Governo quanto da Prefeitura. Como foi o Judiciário que assumiu o controle de tudo, decisões ora permitindo o funcionamento do comércio, ora impedindo, deixaram completamente perdidos os comerciantes e também o comando da instituição. Embora ainda dependa de novas decisões para voltar a funcionar, mesmo que parcialmente, o Porto Velho Shopping adotou a criatividade para que seus lojistas não tenham prejuízo total. Foi criado em sistema de Drive Thru, onde o cliente faz sua compra pelas redes sociais (principalmente watts app) e vão ao shopping para retirar a mercadoria, que é levada a ele no carro. Ali mesmo ele faz o pagamento com cartão e sai do local, sem contato físico algum. Até que as autoridades falem a mesma linguagem e que o Judiciário permita que elas decidam, não há perspectiva de que o maior shopping do Estado reabra suas portas.
GOVERNADOR E PREFEITO: AÇÕES AFINADAS
As coisas agora mudaram para melhor!. Um longo encontro entre o governador Marcos Rocha e o prefeito Hildon Chaves, conversando bastante, apararam as arestas que haviam e passaram a falar a mesma linguagem, quando o assunto é o combate ao corona vírus. Na semana passada, num encontro com a imprensa, Chaves reclamou que não havia sido sequer chamado para participar de encontros com o pessoal do governo, para tratar do tema. O governador Marcos Rocha, logo que soube da queixa, ligou ao Prefeito e o convidou para uma conversa. A primeira, considerada extremamente positiva pelo Prefeito, ocorreu na segunda-feira, com a presença também do chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves.; do secretário da saúde, Fernando Máximo e do secretário da Sefin, Luiz Fernando Pereira, além da secretária municipal de saúde Eliana Passini; o secretário geral da Prefeitura, Basílio Leandro, entre outros. A próxima, para afinar novos detalhes, acontecerá nesta quarta, também no Palácio Rio Madeira/CPA. Os dois vão discutir sobre a situação da doença, a expansão de leitos para atendimento à população e outras ações. Depois disso, se poderá discutir novamente alguma flexibilização no comércio, incluindo o caso do Porto Velho Shopping. Por enquanto, contudo, não há novidade desde que a Justiça Federal interviu e determinou que só os serviços essenciais podem funcionar.
CASO ENERGISA FICA PARA DAQUI A 60 DIAS
Projeto da Energisa foi empurrado para 60 dias à frente. A proposta foi do relator Jair Montes, que foi seguida pelos membros da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, com exceção do deputado Aélcio da TV. Para ele, a questão deve ser decidida nos tribunais. Na verdade o projeto beneficia também muitas outras empresas, em débito com o fisco estadual, mas, é claro, a Energisa é que estava na alça de mira. Membro da CJJ, o deputado Lebrão, o mais experiente da casa, em termos de idade, disse que “está na hora de acabar com essa novela mexicana”. O presidente da Comissão, Adelino Follador, comentou que “aqui, ninguém quer proteger a Energisa ou quem quer que seja”. O assunto, na real, foi outra vez empurrado para depois da CPI da Energisa e do fim da crise do corona vírus. Por enquanto, nada feito!
CORRIGINDO
Na coluna de terça, comentário sobre falecimento de pai e filho de Guajará Mirim, o que enlutou a cidade, errou o nome de Fábio Candury, filho de Almir Candury. Os dois faleceram vitimados pela Covid 19. Pedimos desculpas aos familiares dos dois e aos nossos leitores pelo erro.
CORONA: 105 NOVOS CASOS EM 24 HORAS
Foi o pior dia para Rondônia desde que começou a crise do corona vírus. Foram 105 novas confirmações em pouco mais de 24 horas. Na segunda, tínhamos 756 contaminados. Nesta terça, chegamos a 861 pessoas atingidas pela doença. O pior: já chegamos a 30 mortes, o que é extremamente assustador. A média de óbitos já chega a 3,5 por cento, um índice ainda baixo em relação a outas regiões do país, mas extremamente preocupante. Do total de casos confirmados, 146 pessoas estão curadas. Uma das mortes que abalou a estrutura de saúde pública foi no Hospital de Base. Evandro do Nascimento Mendonça, de 57 ano, era um dos 197 trabalhadores da saúde que confirmados com a doença. No total, 518 servidores da área estão afastados do trabalho, 38 por cento com a doença e os demais por prevenção. Os números da Covid 19 crescem muito em Rondônia e, ao que parece, ainda estamos longe do pico da doença. Portanto, cada vez mais cuidados são necessários.
PERGUNTINHA
Se houver mesmo uma nova investigação sobre a tentativa de assassinato do Presidente Bolsonaro, você acha que vão surgir mais envolvidos ou acredita que o caso foi mesmo de um homem com doença mental, que agiu sozinho?