Artigo editado em: 25 de julho de 2020
Mais de 70 por cento de aprovação, perto do final do segundo mandato, a 20 dias de passar o poder. Nome quentíssimo para o Governo, em 2014. Político popular, discurso firme, administração que transformou grande parte da cidade. Honesto! Isso mesmo: honesto. Vários anos depois dele ter saído algemado da Prefeitura que comandava, Roberto Sobrinho é absolvido tanto a pedido do Ministério Público Federal quanto na Justiça Federal. Não cometeu crimes, não se envolveu em falcatruas. Não roubou. Quem vai devolver a ele a honra jogada no lixo, em operações policiais espalhafatosas, pedidas pela Ministério Público e autorizadas pela Justiça, quando ele caminhava para encerrar um mandato vitorioso de oito anos em Porto Velho? Quem enviará a Roberto Sobrinho um pedido formal de desculpas? Quem poderá amenizar sua dor depois que a opinião pública foi instada a torná-lo ladrão? E como compensar todo o sofrimento que ele e sua família têm passado todos esses anos, sendo alvo de ofensas, chacotas, agressões verbais e ameaças? Duas grandes operações, com nomes pomposos, desses que a polícia adora criar para dar mais peso às suas ações, uma com o nome de Vórtice e outra chamada de Endemia (imagine-se só essa denominação no atual momento!), com um aparato poucas vezes visto, expondo o então Prefeito ao ridículo e incinerando sua imagem como político, foram julgadas. Numa, o MPF pediu o encerramento do caso. Noutra, o Judiciário disse que Sobrinho é inocente. E agora?
Uma delas, a Operação Vórtice, segundo nota da época do MP, visava “desarticular uma organização criminosa na Prefeitura de Porto velho, que promovia fraudes em licitações milionárias para aluguel de máquinas.” Os prejuízos ao erário seriam na ordem de 100 milhões de reais. Oito anos depois, passadas, várias instâncias a Justiça Federal absolveram Sobrinho e outros réus de todas as acusações. Nunca houve roubo. A decisão, na integra, está a disposição, por exemplo, no site Rondônia Dinâmica. Em relação à Operação Endemia, o próprio Ministério Público Federal, pediu encerramento da ação. Ele acusava Sobrinho de liderar um esquema criminoso para não só desviar recursos públicos, como de ter enriquecido ilicitamente e até ameaçado servidores da Prefeitura, em obras de combate à malária, realizadas em igarapés. Roberto Sobrinho, como tantos outros gestores acusados e expostos á execração pública, depois inocentados, jamais recuperará tudo o que perdeu. Mas, certamente, sua honra pessoal está restaurada. Já que ninguém dos que destruíram a vida e a carreira dele terá coragem de se desculpar, essa coluna faz questão de fazê-lo: nos desculpe, Roberto Sobrinho!
EMERSON LAMENTA INJUSTIÇA E FESTEJA ABSOLVIÇÃO
Ainda sobre o assunto, vale a pena reproduzir algumas frases do então vice-prefeito Emerson Castro, que acabou assumindo a Prefeitura nos últimos meses, depois que Sobrinho foi, injustamente, defenestrado do cargo. “Muitos acharam estranho o fato de eu, à época, não ter feito nenhuma declaração acusatória ao Roberto. Nesses 8 anos nunca falei a ninguém, na imprensa, nada que fosse desabonadora a honra dele, pois sempre o vi trabalhando e cuidando da família. Agora aí está! O próprio MPF reconhece isso. Quantas vidas já foram arrasadas, destruídas por ações que se utilizaram de frases descontextualizadas, de indícios frágeis (ou inexistentes) de atos supostamente criminosos?”. Mais adiantae, prossegue: “Vi nesses anos de vida pública, vários homens e mulheres serem constrangidos ou injustamente presos em operações espetaculosas, que sequer redundaram em aberturas de processos. Vi, diversas vezes, o MP ou MPF acusar mesmo com relatórios da PF não apontando envolvimento de alguns acusados em atos criminosos. Enfim… Fico feliz pela absolvição do Roberto. Um justo inocentado deve ser motivo de alegria a todos”. Resumiu tudo!
EM 86 DIAS, 810 MORTES NO ESTADO
Em quatro dias, 83 mortes em Rondônia, causadas pelo vírus mortal. Foram 56 óbitos entre quarta e quinta; outros 17 na sexta e 10 no sábado. Com isso, chegamos a um total de 810 rondonienses que nos deixaram, enlutando famílias, amigos e, certamente, toda a coletividade. Quando a primeira morte foi registrada, no início de maio, não se imaginava que, 86 dias depois, teríamos tantas vidas perdidas para chorar. Pior é que os números não baixam, principalmente em Porto Velho, onde já se registraram, até a noite do sábado, nada menos do que 531 óbitos, nesse período. Ou seja, a cada dia, perdemos mais de seis pessoas na Capital. Principalmente idosos, mas também gente de meia idade, jovens, homens e mulheres. Felizmente, não se tem notícia de morte de crianças, porque nelas a doença praticamente não causa maiores danos. No total, o domingo começa com o número assustador de 35.576 rondonienses infectados pela doença. O coronavírus ainda vai fazer muitas vítimas, caso não se tomem os cuidados necessários. Infelizmente, parte da população parece que não entendeu o perigo que todos corremos. É por causa desses irresponsáveis, principalmente, que estamos ainda vivendo o auge da pandemia.
LAERTE NÃO QUER QUE ESTADO ABRA MÃO DE 6 BILHÕES
O assunto tem que ser debatido com maior profundidade. O Estado, que pretende facilitar o pagamento de dívidas de grandes empresas, não pode conceder uma anistia maior do que vai receber. É possível sentar à mesa para uma negociação, mas o Estado precisa receber mais do que isenta, pois é inadmissível Rondônia aceitar somente 40 por cento da dívida, isentando 60 por cento”. A opinião é do presidente da Assembleia, deputado Laerte Gomes, ao comentar o assunto. O governo retirou o projeto original, que concedia os benefícios para mais de 200 empresas. A mais conhecida delas é a Energisa, a poderosa empresa sucessora da Ceron. O projeto de lei encaminhado pelo governo não isentava somente a Energisa, que comprou a Ceron por R$ 50 mil com a condição de pagar o que a concessionária de energia deve. Laerte explica que “aproximadamente 200 empresas, algumas delas gigantes, seriam atendidas. O total da dívida é de 10 bilhões de reais, mais do que o orçamento do Estado em um ano. Com a isenção de 6 bilhões, seriam recolhidos somente 4 bilhões”. O presidente do Parlamento lembra que “Rondônia passa por um momento muito difícil, devido aos efeitos do isolamento causado pelo Coronavírus. Por isso não é a hora de conceder isenção de um valor assim!”.
AQUI, LEIS NÃO PEGAM. O QUE PEGA É O VÍRUS!
Quando o Estado caminha para os 36 mil casos de pessoas afetadas pela Covid 19, não é difícil entender porque esses números são cada vez maiores e mais assustadores, em toda a Rondônia, mas principalmente em Porto Velho. Milhares de rondonienses não estão nem aí para a doença e todos os seus riscos, mesmo com os mais de 820 mortos já registrados. Mais de 1.600 ações foram feitas pela Polícia Militar do Estado, contra pessoas que desrespeitam completamente as medidas de prevenção à expansão do coronavírus. O principal desrespeito e falta de cuidados são das Coronafest, que continuam acontecendo em abundância, sempre em número muto maior na Capital do Estado, onde o vírus causa os maiores danos. Festas clandestinas, com muito barulho, com a quase totalidade dos presentes ignorando cuidados mínimos, como o uso de máscaras de proteção, são comuns de domingo a domingo, mas principalmente os finais de semana. Isso sem falar nos “Banhos”, lotados e sem isolamento algum. A PM não dá conta de atender tantas denúncias. E pode fazer muito pouco, porque os envolvidos são apenas ouvidos nas delegacias e liberados. Ou seja, é uma fiscalização de faz de conta, porque, na realidade, não pune ninguém. É Rondônia. É o Brasil. Aqui, tem muita lei que não pega. Quem pega é o vírus…
DEPOIS DA PANDEMIA, CARNAVAL É CANCELADO
Provavelmente com um ano de atraso, São Paulo, o maior e mais populoso Estado está anunciado, desde agora, o cancelamento do carnaval do ano que vem. Quando a pandemia chegou ao Brasil, em dezembro, ainda com pouca força, governadores, secretários de saúde e autoridades do setor, já sabiam dos riscos. Todos mantiveram o carnaval, que reuniu multidões, como sempre, amontoando pessoas e disseminando o vírus de força avassaladora. Pouco depois, os casos de Covid 19 começaram a estourar em todo o país. Embora com maiores populações e, por isso, compreende-se que São Paulo e Rio tenham mais casos de contagiados e mortos, essa contagem dramática seria muito menor, caso o carnaval não tivesse acontecido. Em Rondônia, a festa também foi grande e claro, o risco de disseminação da doença também. Em Porto Velho, como em todos os anos, a Banda do Vai Quem Quer, apenas para usar um exemplo, levou para as ruas mais de 100 mil pessoas às ruas.
ATÉ A PARADA GAY FOI SUSPENSA
Ninguém quis abrir mão da fortuna em dinheiro que as festas carnavalescas representam no país todo, para começar um projeto de controle da doença e de isolamento. Quando as primeiras medidas mais sérias foram tomadas, o coronavírus já tinha apresentado seu samba enredo e feito sua gloriosa passagem pela avenida. Agora, os irresponsáveis, que na época foram apoiados por várias emissoras de TV, principalmente a Globo, que tem os direitos de transmissão do carnaval do Rio e do paulista, jamais alertaram a população da tragédia que se avizinhava. Agora, transferiram o carnaval vários meses antes do período normal. Por que não em fevereiro passado? Por enquanto, o anúncio de cancelamento do carnaval, da Parada LGBT e até eventos religiosos, como a Marcha Para Jesus, foi feito apenas em São Paulo. O governo e a Prefeitura do Rio de Janeiro, ao menos até agora, não se pronunciaram. Nos Estados do Nordeste, onde a pandemia ainda é forte e o carnaval reúne milhões de pessoas, também ninguém decidiu ainda cancelar a festa. Está na hora de começar a tratar do assunto!
DEPOIS DA PM, MORTE VOLTOU AO ESPAÇO
Parecia até um lugar civilizado, numa cidade civilizada! A noite da sexta-feira, no Espaço Alternativo, foi completamente diferente daquela balbúrdia, das bebedeiras, do sexo ao ar livre, dos atos de selvageria, da quebra de bancos de madeira para fazer churrasco, que se vê, nas noites e madrugadas de finais de semana, naquele ponto de lazer da cidade. Tudo porque a Polícia Militar deu um chega-pra-lá naqueles que usam o Espaço como se fosse a privada de suas casas. Na noite de sexta, várias viaturas saíram do quartel central da PM, na avenida Tiradentes. Todas foram para o Espaço Alternativo. Lá, os policiais proibiram aglomerações, checaram documentos de motoristas e motoqueiros; impediram o consumo de bebidas e drogas, coisas comuns no local e mostraram, claramente, que nessa terra ainda tem quem faça cumprir a lei. Pena que, se as operações não forem constantes, no próximo fim de semana toda a baderna volta novamente. Mas, espera-se, a PM vai voltar sim, para manter nosso Espaço Alternativo livre dessa gente que não valoriza nada de bom que sua cidade tem! Prova de que a PM presente é importante é que, horas depois dos policiais deixarem o local, dois motoristas faziam um racha. Um ciclista que passava no local foi atropelado e morto. Ou seja, sem a PM, tudo voltou ao normal…
AINDA DÁ PARA ACREDITAR EM PESQUISAS?
Dá para acreditar em pesquisas eleitorais? Há pelo menos duas décadas elas começaram a perder a credibilidade e isso foi piorando, chegando ao ápice no final de 2018, quando todos os institutos mais importantes não registraram a vitória de Jair Bolsonaro e, pior, todos anunciavam que Bolsonaro seria derrotado por qualquer dos seus adversários, num segundo turno. Agora, as pesquisas recomeçam. As do DataFolha e Ibope, ambas ligadas à Rede Globo, já perderam totalmente qualquer crença de serem reais. Mas o Instituto Paraná ainda sobrevive, aparentemente sem ter tendência política. E foi pesquisa anunciada pela Paraná que colocou o próprio Bolsonaro, caso a eleição fosse hoje, como o candidato vitorioso, inclusive vencendo qualquer dos seus opositores principais num segundo turno. O segundo na pesquisa é Sérgio Moro. Há uma diferença de 12 pontos percentuais entre eles. Surpresa é que Fernando Haddad, do PT, ainda seja o terceiro, com pouco mais de 13 por cento de intenções de voto. Bolsonaro teria 29 por cento. Tudo muito cedo ainda, mas o indício do Instituto Paraná é totalmente contrário a pesquisas do Ibope e Data Folha, que só apontam números negativos do atual governo. Vamos ver como será daqui para a frente.
PERGUNTINHA
Você acha que o Carnaval de fevereiro passado ajudou a espalhar o coronavírus de forma assustadora ou que isso é apenas um raciocínio paranoico, sem qualquer base na realidade?