Artigo editado em: 23 de setembro de 2021
Com as mudanças que já começam a se concretizar, em alguns partidos, como o PSL, por exemplo, os conflitos internos certamente vão aparecer com mais força. No caso do partido agora sob o comando regional do governador Marcos Rocha, pelo menos dois ex-aliados e hoje adversários duríssimos, certamente ficarão sem espaço dentro da sigla. Qual o caminho que seguirá, por exemplo, o pré-candidato ao Senado pelo partido, o empresário do agronegócio Jaime Bagattoli? E outro agora inimigo político de Rocha, o deputado federal Coronel Chrisóstomo? Bagattoli e Chrisóstomo uniram forças para combater o governador, que, aliás, foi eleito com o apoio deles. Ambos queriam ter espaços importantes na administração estadual, mas não conseguiram. O que se fala é que Bagattoli queria ter forte ingerência na área da Secretaria da Fazenda, a Sefin e o deputado Coronel queria um pacote de nomeações de aliados seus, para ocuparem cargos no Estado. Ambos nada conseguiram e o racha, depois de tentativas em vão de reaproximação, se tornou público. O governador rondoniense e seu grupo comeram o arroz fervendo pelas beiradas, trabalharam nos bastidores e ressurgiram com mais poder do que já tinham, dentro da sigla. Como ficarão os adversários internos, a partir de agora? Ninguém sabe, mas como a política é a arte de engolir sapos e de nuvens que se mexem a todo o momento, tudo pode acontecer. Até uma reaproximação, hoje impensável!
Outra dúvida no contexto das próximas eleições, se relaciona com apoios, porque as coligações foram proibidas, mesmo o Senado tendo aprovado o aleijume de projeto da reforma eleitoral para a próxima eleição, inclusive mantendo a absurda quarentena para magistrados e policiais. O governador rondoniense vem conversando com vários partidos, como o Patriotas (esteve muito perto de ingressar nele), liderado pelo deputado Marcelo Cruz e o Avante, que tem o comando de outro deputado estadual, Jair Montes e na presidência municipal em Porto Velho, o advogado Breno Mendes, virtual candidato do partido a uma vaga na Câmara Federal. O PRB de Alex Redano, que deve assumir a presidência regional da sigla no próximo dia 6 de outubro, por exemplo, também está muito próximo de Rocha. A sigla, que tem entre outros nomes muito fortes o do Lindomar Garçon, candidatíssimo a mais um mandato na Câmara Federal, é uma que mais cresce no Estado. Garçon, aliás, é o atual presidente regional, mas abriu mão para o presidente da Assembleia. O próprio Garçon ficará como secretário-geral do PRB. Rocha e seu grupo tentam também se aproximar de outras siglas, mas, por enquanto, nada está oficialmente fechado. Não haverá coligações, mas as parcerias para a campanha poderão ser decisivas.
PROJETO DE LÉO COM CRISTIANE NÃO DEU CERTO. MAS ELE CONTINUA PENSANDO NO GOVERNO
O deputado federal Léo Moraes, do Podemos, terá que modificar seus planos, porque, inicialmente, tentava se colocar como pré-candidato ao Governo, contando, na Capital, com a parceria da ex-vereadora e apresentadora de TV Cristiane Lopes. Léo apoiou Cristiane na disputa contra Hildon Chaves e a dobradinha para 2022 estava sendo formada. Sem alarde, como tem feito costumeiramente, o Governador, agora comandando o PSL, cooptou Cristiane, levando-a para seu lado. Ela assumiu inclusive como adjunta da Secretaria de Educação, ao lado do competente Suamy Vivecananda. Cristiane pode ser um nome importante do grupo de Marcos Rocha, para disputar a uma cadeira à Câmara Federal, cargo a que já foi candidata uma primeira vez, em 2018, chegando a um resultado muito expressivo, ao alcançar mais de 20 mil votos. Com a perda de Cristiane, o deputado Léo Moraes está tendo que refazer seus cálculos e buscar novos nomes, embora seu projeto original de disputar o governo continue de pé. Concorrer ao Senado pode ser o Plano B do parlamentar.
MARCOS ROGÉRIO E HILDON CHAVES: O LABIRINTO DA POLÍTICA AINDA NÃO APONTA DEFINIÇÃO
Outra aliança que ainda está sobrevivendo, ao menos até agora, é a que envolve o senador Marcos Rogério e o prefeito Hildon Chaves. Embora os nomes dos dois sejam sempre colocados entre os que teriam chances reais de vitória, caso disputem o Governo, a tendência é que só um deles acabe, na reta final, entrando na disputa pela cadeira de Marcos Rocha. Hildon será mesmo candidato em 2022, mas até agora ainda não decidiu qual o cargo que disputará. Seus aliados têm convicção que ele tem cacife eleitoral para almejar o comando do Estado (e tem mesmo!) mas os acordos com políticos com Marcos Rocha e também com seu amigo pessoal, Expedito Júnior, o tem feito pensar muito, nesse contexto que é quase um labirinto dentro da política, para tomar sua decisão. Marcos Rogério é nome quentíssimo, pelo destaque nacional que tem tido, principalmente na defesa do governo e do presidente Bolsonaro, de quem está cada vez mais próximo. Há quem ache, ainda, que num segundo mandato de Bolsonaro, ainda imprevisível, Rogério seria Pule de 10 para ser ministro. Ele, obviamente, quer ser Governador. Os dados estão lançados sobre a mesa, mas, por enquanto, as decisões definitivas estão longe de serem tomadas.
DECISÕES NO STF E NO CONGRESSO FAVORECEM CASSOL, MAS ASSUNTO AINDA ESTÁ INDEFINIDO
Neste contexto todo, como fica a forte candidatura de Ivo Cassol? Em qualquer região do Estado, quando se discute sobre a participação do ex-governador no processo eleitoral, o que se ouve é que seria ele nome de grande vitalidade e com enormes chances de vitória nas urnas. Certamente seria um dos três com potencial para chegar lá, ao lado dos dois Marcos, o Rocha e o Rogério. Mas Cassol ainda enfrenta problemas na Justiça, embora seus advogados falem com otimismo que, quando chegar a hora do lançamento das candidaturas, ele estará pronto, legalmente, para entrar na briga. O gringo de Rolim de Moura, que já foi duas vezes governador e depois eleito senador, por enquanto, conversa com muita gente. Já teve uma vitória no STF, com voto de um ministro, que o beneficiou. A reforma eleitoral também incluiu decisão que, caso mantida, dá direito a Cassol de concorrer. Enquanto aguarda, ele conversa com vários setores da sociedade e com lideranças. Só falará oficialmente numa eventual candidatura, quando as decisões judiciais que o autorizam a entrar no processo eleitoral, estiveram valendo.
MDB ESPERA PELA DECISÃO DE CONFÚCIO, QUE OCORRERÁ SÓ NA 25ª HORA
Outro personagem ainda indeciso nessa história é Confúcio Moura. Também duas vezes Govenador e hoje senador, ele não diz nem que sim, nem que não, sobre uma eventual tentativa de novo mandato no comando do Estado. Essa, aliás, é uma prática comum na vida pública de Confúcio. Ele faz que vai, volta, anda de novo numa direção, retorna e, só na 25ª hora, anuncia sua decisão definitiva. Seu partido, o MDB, torce para que ele entre mesmo na corrida pelo Palácio Rio Madeira/CPA, mas há pessoas próximas a ele que têm certeza de que ele preferirá encerrar sua carreira política no Senado. O presidente regional do partido, deputado Lúcio Mosquini, candidatíssimo à reeleição, tem trabalhado no sentido de que Confúcio anuncie sua decisão de concorrer o mais breve possível. Mas Mosquini guarda cartas na manga, caso o escorregadio Confúcio desista na Hora H. O partido nunca abandonou a intenção, por exemplo, de contar com o jovem prefeito de Jaru, João Gonçalves Júnior. Mas essa já é uma outra história, com pouca chance de dar certo.
OS CAMINHOS DE MARIANA, EXPEDITO JÚNIOR, DANIEL PEREIRA E OUTROS NOMES DA NOSSA POLÍTICA
Há ainda muitas dúvidas para 2022. Nomes quentes da política regional ainda não se decidiram, outros já estão com decisões tomadas e há os que. ainda, que mesmo com seus rumos desenhados, podem mudar tudo, mais à frente. Vamos por partes. O ex-governador Daniel Pereira quer ser senador e já está trabalhando nesse projeto, mas continua ouvindo, do seu grupo político, que ele deveria pensar mais sobre a possibilidade de concorrer à sucessão de Marcos Rocha. A poderosa Mariana Carvalho diz que se decidiu pela reeleição, mas andou balançando, depois que seu nome apareceu com grande potencial para a única vaga ao Senado. Jaqueline Cassol já decidiu: vai ao Senado. Expedito Júnior também: quer retomar a cadeira de senador, que ocupou com grande destaque. Caras novas também estão decididos: Chico Holanda e Breno Mendes, na Capital, querem a Câmara Federal. O prefeito de Vilhena, Eduardo Japonês, também. Bruno Scheid, empresário do agronegócio de Ji-Paraná enfrentará o mesmo desafio. A eleição de 2022 já começou, portanto. Faltam apenas finalizar acordos, acertar nomes, fechar alianças. Mas a campanha já está na rua…
LADRÕES DENTRO DA SEMUSA FORAM DENUNCIADOS PELO PRÓPRIO PREFEITO
O prefeito da Capital, Hildon Chaves, não esquece suas origens. E utilizou da sua experiência como ex- promotor, para ajudar a desarticular, a partir de denúncias que ele mesmo fez à polícia, uma quadrilha que agia dentro do almoxarifado da Secretaria de Saúde da Capital, desviando materiais. Tão longo recebeu informações sobre as suspeitas, chegadas a ele pelos canais de fiscalização, Hildon procurou a cúpula da Polícia Civil, pedindo apoio para investigar e elucidar o caso. Pouco depois, os policiais prenderam, em flagrante, dois servidores da Semusa, que estavam em um caminhão da Prefeitura Municipal, nas proximidades da residência locada, no residencial Cristal da Calama, utilizada para ocultar os materiais furtados. O Prefeito agradeceu a ação rápida da polícia, que esclareceu os fatos e prendeu os responsáveis em pouco tempo, acabando com os desvios. Destacou também que a grande maioria dos servidores municipais é de gente honesta e que cumpre seu trabalho de forma exemplar, mas que as exceções existem e que elas têm que ser combatidas com os rigores da lei.
VARIANTE DELTA ATINGE RONDONIENSES EM SETE CIDADES, MAS NENHUM CASO É GRAVE
No meio de tantas boas notícias em relação à queda de contaminações e mortes pela Covid 19, surge um perigo real e concreto: vários novos casos de rondonienses atingidos pela cepa indiana, a Delta, que já atingiu pelo menos 35 pessoas em sete cidades do Estado, incluindo dois casos na Capital. O contágio foi confirmado pela Secretaria de Saúde do Estado, com a ressalva de que, ao menos até agora, nenhum dos casos seja considerado grave, embora todos os que foram atingidos pelo novo vírus estejam em acompanhamento pelas autoridades sanitárias. Até a noite da quinta-feira, nenhum óbito tinha sido registrado em qualquer cidade rondoniense, não só pela cepa indiana, como por qualquer outro dos vários que circulam pelo Brasil e pelo Planeta. Há sim uma grande preocupação por parte da Sesau, em acompanhar cada caso das pessoas que foram atingidas pelas variantes do vírus. Dos 35 casos registrados com a Delta, apenas oito pessoas já haviam sido vacinadas com as duas doses; 18 apenas com a primeira e os outros nove não receberam dose alguma. Além dos 35 com a cepa Delta, mais sete pessoas em Rondônia foram atingidas com outras variantes, mas todas de forma menos agressiva. Até a noite da quinta-feira, perto de 1 milhão e 650 mil vacinas já haviam sido aplicadas no Estado. O total de internados era de 70 doentes.
PERGUNTINHA
Tem algum comparativo em termos de patifaria e canalhice, a acusação do senador Renan Calheiros a Luciano Hang, afirmando, na CPI do Circo, que o famoso empresário internou sua mãe com Covid, esperando que ela morresse?