Artigo editado em: 8 de dezembro de 2022
Transformado, lamentavelmente, em peça de campanha política, na última eleição, o Hospital do Câncer (Hospital do Amor) de Rondônia ficou no centro de um forte debate entre o governo rondoniense, através da Secretaria de Saúde e a direção do Hospital, que se posicionou a favor do candidato Marcos Rocha e contra a reeleição do governador que acabou vencendo o pleito. Na verdade, o problema se arrasta há bastante tempo. O Governo sempre alegou que passou grandes verbas ao hospital, dentro do que havia sido prometido e reclamava que não havia recebido as devidas prestações de contas. Por isso, alegava, estava impedido de fazer novos investimentos. A direção do Hospital do Amor, através do seu maior líder, o pecuarista Henrique Prata, negava qualquer irregularidade. A situação foi se deteriorando, até que Prata divulgou um vídeo pedindo que a população não votasse no atual Governador e no então secretário de Saúde, Fernando Máximo, condenando-os publicamente pelos problemas de falta de recursos que o grandioso e vital hospital que trata de centenas e centenas de doentes com câncer estava enfrentando. Na eleição, Marcos Rocha foi reeleito e Máximo foi o deputado federal com maior votação, mais de 85 mil votos, o segundo mais votado na história de Rondônia, perdendo apenas para os 115 mil votos da ex-deputada Marinha Raupp. Desde lá, pode-se dizer que as relações estão rompidas.
Entra em cena agora um bombeiro. A partir de uma iniciativa do deputado Williames Pimentel, que em nome da Assembleia começou uma tentativa de reaproximação, o presidente da Casa, Alex Redano, entrou em cena. Sua primeira medida foi buscar reunir técnicos da Secretaria de Saúde e do Hospital do Câncer, para ouvir os dois lados e tentar colocar água gelada na fogueira, que, no fim das contas, pode é queimar quem mais precisa do hospital. Redano diz que sua preocupação principal é assegurar um entendimento entre o Governo e o hospital. Ele relatou que o deputado Pimentel se reuniu com a direção do Hospital de Amor, representando a Casa de Leis, para começar a discutir a questão. O presidente da ALE avisou que vai promover uma reunião, com a presença de parlamentares e técnicos do Hospital do Amor e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), e demais interessados, para discutir a fundo essa questão, em busca de uma saída. “são milhares de pessoas que se dedicam em doações, em todo o Estado de Rondônia, e isso não pode ser prejudicado, mas é preciso haver transparência e a devida prestação de contas. Temos que ouvir os dois lados e encontrar um mecanismo para que haja uma adequação, e que não haja atrasos nos repasses e que exista a devida prestação de contas por parte da entidade”. Enfim, pode ser o início de um novo momento para pacificar uma situação tensa, que, caso não se fume o cachimbo da paz, pode prejudicar muitos rondonienses. E isso, sem dúvida alguma, é o que não querem nem o Governo do Estado e nem a direção do Hospital do Câncer. Paz, é o que está propondo Redano!
APLAUSOS ÀS LEIS AMIGAS DOS CRIMINOSOS! MAIS UM MATADOR SAI ILESO, DEPOIS DE TIRAR QUATRO VIDAS
Em qualquer país decente, onde a sociedade seja regida por leis decentes, que realmente combatem o crime, um assassino paga pela violência que cometeu. Mesmo que tenha 16 anos. Matador é matador e quando comete uma insanidade, é punido exemplarmente, apodrecendo na cadeia, cumprindo longas penas e só saindo dali ou envelhecido ou num caixão. Uma sociedade protegida da bandidagem age assim. Não é o que ocorre no Brasil, um país de leis relativas, que culpam as vítimas ou as ignoram, mas fazem questão de proteger aquele que comete crimes, mesmo os mais terríveis crimes. Nesta semana, tivemos mais um triste e lamentável exemplo disso. Um assassino tirou a vida de quatro adolescentes, depois de invadir uma escola, no Espírito Santo e, ainda, ferir gravemente vários outros. Três continuam internados, lutando pela vida. O matador, contudo, foi premiado com três anos de internamento, para acompanhamento socioeducativo, este arremedo de ressocialização, que inventamos até par proteger assassinos. Quando sair, será como se nada tivesse acontecido. Menos, é claro, para as famílias que perderam seus entes queridos. Enquanto as vítimas apodrecem embaixo da terra, o assassino terá uma vida longa, protegido pelas leis brasileiras, amigas dos bandidos.
FURTO DE ENERGIA: UM GRANDE PERIGO E UM PREJUÍZO DE MAIS DE 100 MILHÕES DE REAIS AOS COFRES DO ESTADO
No que seria possível para o Estado de Rondônia investir, caso tivesse em seus cofres os 100 milhões de reais resultantes do não pagamento do consumo de energia? Rondonienses que usam “gatos” são mais de 60 mil, causando não só riscos a si e seus familiares, como aos vizinhos e amigos e, ainda, deixando de recolher tributos que poderiam representar, entre outros investimentos, nada menos do que custear 31 mil alunos por ano nas escolas, comprar 751 ambulâncias ou construir 1.073 casas populares. O furto de energia, mais conhecido como gato, é feito por ligações clandestinas que puxam a eletricidade direto da rede. Apenas neste ano de 2022, a Energisa Rondônia já fez a autuação de mais de 60.000 clientes irregulares no estado. Quando uma pessoa furta energia, o consumo não é registrado no medidor dela, no entanto, uma parcela desse custo é dividida entre todos os clientes. Além de ser um ato criminoso, o furto de energia pode ocasionar graves acidentes como incêndios e choques elétricos que costumam ser fatais, afinal, interferir na rede sem os devidos equipamentos traz grandes riscos. A Energisa fiscaliza com frequência a rede elétrica para constatar irregularidades. Mas, apesar disso, as denúncias são fundamentais para combater os furtos de energia. Para que a qualidade na distribuição seja a melhor, é de grande importância que os clientes denunciem as ligações clandestinas e fraudes nos medidores, de forma anônima, pelo telefone 0800.
EXPEDITO E MAURO NAZIF: DOIS NOMES PODEROSOS DA POLÍTICA RONDONIENSE QUE FICARAM PELO CAMINHO
Há uma clara renovação na política rondoniense, embora, é claro, ainda haja nomes do passado que ainda estão em alta. Mas personagens que já conquistaram milhares de votos e ascenderam a importantes cargos pelas urnas, começam a ficar pelo caminho. Podem ainda, é claro, retornarem no futuro, mas, neste momento, estão sim num momento decadente na vida pública, até pela decepção que tiveram na última eleição. Sem dúvida a mais decepcionante situação foi a do ex-senador Expedito Júnior. Sua longa e vitoriosa vida pública acabou sendo prejudicada pelas últimas disputas. Depois de perder o Governo do Estado, em 2018, quando foi ao segundo turno com Marcos Rocha, Expedito concorreu outra vez ao Senado e teve uma votação muito aquém da esperada. Além disso, não conseguiu reeleger seu filho, o deputado federal Expedito Netto. Outra liderança que ficou pelo caminho, com prestígio principalmente na Capital, mas também no interior, é o ex-prefeito e ex-deputado federal Mauro Nazif. Depois de cumprir um único mandato como Prefeito de Porto Velho, Nazif entrou na Câmara Federal na 25ª hora. Ao tentar a reeleição, em 2022, Nazif ficou fora. Claro que tanto Expedito quanto Nazif ainda podem reconquistar espaço na política rondoniense, mas, no contexto atual, são dois dos que sofreram as maiores derrotas eleitorais, neste ano de 22.
NOVO DEPUTADO NA ASSEMBLEIA DEVE TER O MANDATO MAIS CURTO DA HISTÓRIA DO NOSSO PARLAMENTO
Sendo otimista, 45 dias. Esse é o prazo que vai durar um dos mandatos mais curtos da história do parlamento de Rondônia. Quem vai assumir uma cadeira por tão pouco tempo é o Ezequiel Júnior, que já cumpriu um mandato de quatro anos, deixou a ALE e agora volta para este mandato-tampão. Ele assumiu o lugar que recém tinha sido ocupado por outro suplente, o porto-velhense Jesuíno Boabaid, quando da tardia cassação de Geraldo da Rondônia. Ezequiel assume o curtíssimo mandato, depois que o Tribunal Regional Eleitoral, o TRE rondoniense, fez a recontagem dos votos, no início desta semana. Nesta reta final da atual legislatura, pelo menos quatro parlamentares entraram na reta final: Jesuíno Boabaid, Aziz Rahal e o próprio Ezequiel. O caso mais complexo foi do deputado eleito em 2018, Williames Pimentel, que demorou três anos e nove meses para assumir a cadeira que conquistou legitimamente. A próxima legislatura, com 13 novos deputados, começa dia 1 de fevereiro.
DITADURA? MAIS DOIS DEPUTADOS SÃO CENSURADOS E NÃO PODEM MAIS TER ACESSO ÀS SUAS REDES SOCIAIS
Há ainda, mesmo com algum temor, pequenas frestas para se protestar contra decisões totalmente inconstitucionais e a imposição da absurda censura, que continuam sendo praticadas por ministros do STF. Por isso, neste modesto espaço, embora também com algum medo, porque ninguém está livre da ditadura, se protesta contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender todos os perfis da deputada Bia Kicis, a mais votada no Distrito Federal, com mais de 214 mil votos. O mesmo aconteceu com outro deputado do PL, o mineiro Cabo Júnio Amaral. Em um vídeo gravado ao lado do senador Eduardo Girão, Bia Kicis afirma que solicitou providências ao presidente da Câmara, Arthur Lira. A parlamentar diz que a suspensão ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes. “Quando se censura Parlamentar, não se trata apenas de censura (o que já é grave e inconstitucional), mas de interferência na própria atividade parlamentar, o que é um atentado à democracia e à separação dos Poderes”, escreveu a parlamentar. Além dela, o deputado Cabo Júnio Amaral (PL-MG) teve os perfis retidos. Ele informou que não sabe o motivo do bloqueio.
DEZ MESES DEPOIS DE ENCONTRAR BOLSONARO EM PORTO VELHO, PRESIDENTE DO PERU É DEPOSTO E PRESO
Não foi longe! Quando se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro em Porto Velho, em 2 de fevereiro deste ano, o peruano José Pedro Castillo Terrones já estava correndo risco de ser defenestrado do cargo, que passou a ocupar pouco tempo antes. Empossado em julho de 2021, Pedro Castillo já começava a balançar no cargo quatro meses depois. Nesta quarta, depois de sobreviver a um mandato que viveu na crise desde o primeiro dia, o presidente esquerdista foi cassado pelo Congresso, depois de tentar fechar o Parlamento, alegando convocar uma Assembleia Nacional Constituinte. O golpe de Castillo não deu certo e o Congresso considerou a ação com a gota d´água, tirando-lhe o poder. Durante sua visita à Capital de Rondônia, há dez meses, já era notória a situação de insegurança do então mandatório peruano. Havia inclusive, embora claro que não oficialmente, temor entre membros da comitiva Presidencial que nos visitava, que poderia haver uma tentativa de destituir Castillo enquanto ele estivesse fora do país.
Ao retornar, o Presidente agora deposto e preso, viveu 300 dias de crises ininterruptas. Assumiu a Presidência a atual vice-presidente, Dina Boluarte. Castillo é o terceiro presidente peruano vítima de impeachment nos últimos anos. Os dois presidentes anteriores que perderam o cargo antes do fim do mandato foram Pedro Pablo Kuczynsk, que caiu em 2018 e seu sucessor Martín Vizcarra, em 2020.
PERGUNTINHA
Depois que seleções poderosas como a Alemanha e a Espanha caíram fora da Copa do Mundo, perdendo para times muitos inferiores, não dá um frio na barriga aos brasileiros, que vão enfrentar a Croácia, nesta sexta?