Artigo editado em: 2 de janeiro de 2021
Começamos 2021 com números diferentes, resultado principalmente da crise da pandemia. O Impostômetro, por exemplo, teve o menor resultado em tributos que o brasileiro pagou, desde que foi instituído, há 15 anos. O valor atingido por tudo o que pagamos para os três níveis de governo (União, Estados, Municípios) foi próximo a 450 milhões de reais a menos do que no final de 2019. O arrecadado representa redução de 17,85 por cento em relação ao montante pago pelos contribuintes no final de 19 e marca a primeira queda de tributos da história, desde que o levantamento começou, em 2005. Ele é o resultado, sem dúvida alguma, do grande e poderoso impacto destrutivo que a pandemia causou na economia brasileira. Não fosse o agronegócio (onde, aliás, Rondônia tem que se destacado, em nível nacional), nossos índices de performance da economia seriam tremendamente pífios. O problema pode ser analisado sob prisma mais amplo, quando vemos que a voracidade dos governos sobre o bolso do contribuinte continua crescente. Há muitos anos os valores de abatimento no Imposto de Renda, por exemplo, não são corrigidos, tornando o pagador deste tributo, um eterno refém do governo, cuja fome pelo nosso dinheiro só aumenta. Há outros dados: o brasileiro trabalha, em média, até 153 dias por ano apenas para pagar impostos. Ou seja, 41 por cento do resultado do seu suor é destinado para tributos, num país em que há um retorno ridículo, em termos de serviços públicos, para quem banca as estruturas nacionais, estaduais e municipais, que sofrem de obesidade mórbida, tal suas gorduras, em todos os estágios do poder.
A queda na arrecadação de todos os tributos, apontadas pelo Impostômetro, indicou que entraram para os cofres públicos 2 trilhões e 51 bilhões de reais, até a meia noite da passagem para o ano de 2021. No final de ano anterior, tínhamos batido na casa dos 2 trilhões e 500 bilhões. Foi o ano que antecedeu a pandemia e a crise mundial, que também nos atingiu. Para 2021 que está recém começando, mesmo que persista a crise do vírus, o que pode ocorrer, ainda, por cerca de seis meses (será mais, se as vacinas que começam a serem testadas, não trouxerem os resultados esperados) os especialistas esperam que, mesmo com os impactos da doença que ataca o Planeta e a nós, brasileiros, com grande força, o faturamento em impostos volte a crescer. Ou seja, espera-se uma pequena melhora na economia, mas a tendência é que se extraia tudo o que se puder do nosso bolso, para que, no final de 2021, o Impostômetro volte a mostrar números bem maiores do que os 2 trilhões e 50 bilhões de agora. Preparemo-nos, portanto, porque eles vão vir com tudo, para nos tirar o que puderem. Pobres de nós, contribuintes!
MAIS DE 50 PAÍSES JÁ ESTÃO VACINANDO. NO BRASIL, AINDA NADA!
A grande questão para o povo brasileiro, nesses primeiros dias de 2021 é: quando começaremos a vacinação? Há uma enorme expectativa sobre o assunto, já que nosso país ainda não definiu nada sobre o assunto e ainda estamos enfrentando trâmites burocráticos, até para comprar seringas e agulhas, que dirá a vacina em si! No mundo todo, mais de 50 países já começaram a imunização, primeiro entre as pessoas mais velhas, mas logo ela chegará também a idosos a partir de 60 anos e outros, dentro dos chamados grupos de risco. Aqui, ao menos até o final de semana, a Anvisa não havia recebido sequer algum pedido de registro de vacinas, a não ser uma consulta sobre a possibilidade de testes de terceira fase com a Sputnik 5, de fabricação russa. Só os russos, aliás, já vacinaram pelo menos duas centenas de milhares de pessoas, enquanto em Israel, o governo anuncia que 1 milhão de idosos e pessoas de grupos de risco já foram imunizadas. Aqui no Brasil, fonte muito bem informada, que tem acesso a ações do Ministério da Saúde, antevê que a partir de 15 de janeiro, ou seja, daqui a 12 dias, se tudo continuar andando, poderemos ter a autorização para começarmos a vacinar. Por enquanto, nada de novo no front. Só coisas velhas e que fedem, como a briga por beleza de nossas autoridades (veja-se o caso de Jair Bolsonaro e João Dória, trocando ofensas), enquanto o povo morre nos hospitais. Vacina já!
VÍRUS JÁ MATOU 1.825 EM RONDÔNIA E VAI MATAR MUITO MAIS…
Hospitais lotados, UTIs chegando no limite, pessoal da saúde exausto, números de contaminados dando um salto de mais de 200 por cento e, o pior de tudo, o ano encerrando com um número imenso de mortes registradas. Com as computadas no primeiro dia do ano, a sexta-feira, quando tivemos sete óbitos e no sábado, com mais três, o total de vidas perdidas em Rondônia já chega a 1.825, lamentavelmente, por causa do coronavírus. Não há como negar que a situação, não só aqui, mas também em todo o país (estamos chegando a 196 mil brasileiros que se foram) torna-se cada dia pior. E que, embora não haja ainda uma certeza da chegada de alguma vacina, que possa ao menos amenizar a crise, milhões de brasileiros se esbaldaram em festas país afora, na passagem do ano. Daqui a cerca de dez dias, talvez um pouco mais, a tendência é que toda essa irresponsabilidade represente novos milhares e milhares de casos de contágio, Brasil afora. O mesmo ocorreu aqui em Rondônia, onde as Coronafest de Ano Novo, infelizmente, fizeram grande número de vítimas. Muitas delas acabarão nos hospitais e algumas morrerão, além, é claro, de causarem a morte de muitas outras pessoas, com quem terão contato nesse período. Manaus já está em colapso e o mesmo pode acontecer em Rondônia, caso não haja responsabilidade e cuidados de parte de grande parte da população.
HILDON: 500 QUILÔMETROS DE ASFALTO EM OITO ANOS
Além de concluir a montagem do seu secretariado, que assumirá oficialmente na próxima quarta-feira, com novidades, como dois personagens que disputaram a eleição contra ele, no primeiro turno e depois se tornaram aliados no segundo (Vinicius Miguel e Coronel Ronaldo) o prefeito Hildon Chaves começa a anunciar também algumas prioridades, a partir deste primeiro ano do mandato número 2. Em entrevista aos Dinossauros Everton Leoni, Beni Andrade, Peixoto e Sérgio Pires, no último programa Papo de Redação do ano passado, Hildon afirmou que vai, ao menos, repetir o volume de asfaltamento que realizou nos primeiros quatro anos. Aliás, garantiu que há possibilidade de superar os 250 quilômetros que já realizou. Nos dois mandatos, portanto, pretende asfaltar, no mínimo, 500 quilômetros em toda a Capital. Obras de combate às alagações e uma parceria com a iniciativa privada, para o saneamento básico de Porto Velho, também estão entre as prioridades. Por enquanto o Prefeito reeleito não fala em seus planos para a eleição de 2022, mas ele deve ser candidato ao Congresso Nacional ou ao Governo do Estado, dependendo de como estiver o quadro. Maurício Carvalho deve assumir a Prefeitura nos últimos dois anos, para continuar os projetos em andamento.
FAIXA NOVA E AS VACINAS, DESTAQUES NA POSSE
Com cuidados, todos de máscara, mas em alguns momentos com aglomeração, o prefeito da Capital, Hildon Chaves, tomou posse na última sexta, em solenidade no auditório da Unopar. A grande novidade foi um Prefeito ser empossado com a faixa alusiva ao cargo, pela primeira vez. Ela foi confeccionada especialmente para a ocasião. Hildon assume como o quinquagésimo prefeito de Porto Velho e fez um discurso lembrando o que considerou como conquistas e avanços nos seus primeiros anos, destacando ainda que sua administração quebrou paradigmas, acabando com esquemas que haviam na Prefeitura há anos. Elogiou seu vice, Maurício Carvalho e o então vereador e agora deputado Alan Queiróz, que foi seu líder na Câmara por quatro anos. A solenidade na Unopar também marcou a posse dos 21 vereadores e a formação da nova Mesa Diretora, que continuará sendo presidida por Edwilson Negreiros. O Prefeito deu destaque especial no projeto de saneamento da Capital, que será realizado pela iniciativa privada, sem um só real de dinheiro público. Em função da pandemia, o número de convidados foi restrito. Hildon, aliás, falou que vai mesmo trazer vacinas para imunizar a população da Capital. Enfim, inicia a fase II do governo de Hildon Chaves. Que tenha sucesso, pois isso representará melhorias para uma cidade que precisa avançar muito, mas muito mais…
AS POSSES DOS PREFEITOS EM OUTRAS CIDADES RONDONIENSES
Os prefeitos eleitos e reeleitos em todos os municípios rondonienses também tomaram posse, assim como os vereadores. Destaque especial para Ji-Paraná, com uma situação inusitada: o filho do prefeito empossado, Isaú Fonseca, o jovem vereador Wellington Isaú Júnior, é o novo presidente da Câmara Municipal da cidade, eleito com 12 dos 17 votos. Ou seja, lá por Ji-Paraná o prefeito tende a ter uma relação familiar com a Câmara. Já em Ouro Preto, numa solenidade eivada de emoção, voltou ao comando da Prefeitura um dos políticos mais injustiçados de Rondônia, Alex Testoni, que começa seu terceiro mandato, levado pelas mãos do povo da sua cidade. Em Jaru, João Gonçalves Júnior iniciou seu segundo mandato. Em Cacoal, Adailton Fúria, assume com a missão de resgatar a imagem da administração, desde que a agora ex prefeita Glaucione Rodrigues foi filmada recebendo propina de um empresário. Como destaque, Fúria levou de Porto Velho, o competente Thiago Tezzari, que deixa a Emdur na Capital, para assumir a presidência do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Cacoal (SAAE). Em Ariquemes, a prefeita Carla Redano foi empossada sob aplausos e contará com a parceria importante não só do seu marido, o futuro presidente da Assembleia, deputado Alex Redano, como a do agora ex prefeito Thiago Flores, que fez um dos mais elogiados mandatos à frente da Prefeitura da sua cidade. No Cone Sul, Eduardo Japonês foi empossado e terá ao seu lado, novamente, uma das maiores lideranças políticas da região, a do deputado Luizinho Goebel.
GOVERNADOR FAZ LIVE OTIMISTA SOBRE O ANO QUE CHEGA
Na passagem de ano e mesmo com todas as dificuldades que a pandemia tem imposto não só a todos os rondonienses, como também a ele mesmo e sua própria família, o governador Marcos Rocha registrou, numa Live, uma mensagem de otimismo para o Ano Novo que está começando (https://www.facebook.com/celmarcosrocha/videos/1073493953119661). Ao lado da sua esposa, a primeira dama Luana e dos dois filhos do casal, Rocha disse que “todos os dias pedimos a Deus, para que possamos passar por esta fase tão difícil de 2020”, trazendo o fim da pandemia. “O maior presente que peço a Deus”, afirmou Rocha, “é que as famílias, as pessoas, tanto em Rondônia como em todo o nosso Brasil, sejam protegidas desse mal”. O Governador lamentou novamente todas as perdas, mas, com otimismo, disse que crê que neste este 2021 será o que ele chamou de “ano da benção, para toda a nossa gente”! Ainda se recuperando de um segundo ataque do coronavírus, Luana Rocha também desejou um Feliz Ano Novo a todos os rondonienses, pedindo as benções de Deus para cada rondoniense e para todas as famílias. Luana também falou nos momentos difíceis que todos atravessamos e destacou que ela e sua família têm orado por todos, pedindo proteção.
TUDO EM DIA: TEM CALENDÁRIO DE SALÁRIOS PARA O ANO INTEIRO
Por falar em Governo: dia 29 de janeiro próximo tem o que? Grana nos bancos, do salário do funcionalismo estadual. E quando sai a primeira parcela do 13º salário deste novo ano? Fácil: em 9 de julho. A segunda parcela, será depositada em 10 de dezembro. Sabe-se tudo isso e todas as demais datas de pagamento dos vencimentos dos servidores, porque o Governo divulgou, no primeiro dia 2021, as datas em que depositará o dinheiro para os milhares de pessoas que trabalham para o Estado, já no segundo dia do ano. Ficou para trás, no túnel do tempo, a época em que quem trabalhava para o governo rondoniense, ficava até seis meses sem receber seu sagrado salário. Desde a reta final do governo de José Bianco, que recém começara a colocar a casa em ordem, mas principalmente a partir do primeiro mês do governo de Ivo Cassol – e lá se vão quase 20 anos – nunca mais houve atraso nos pagamentos. Nos dois primeiros anos de Marcos Rocha, essa sequência de respeito ao funcionalismo continuou, com o calendário de pagamentos sendo divulgado nos primeiros dias. Rondônia, nesse quesito, também tem sido exemplo para o país, assim como a Prefeitura da Capital, Porto Velho, que paga rigorosamente dentro do mês trabalhado. Há Estados e Prefeituras Brasil afora que não pagaram, ainda, restos do 13º salário de 2019.
PERGUNTINHA
Quantos brasileiros ainda vão morrer, pela lentidão com que é tratada a urgente necessidade de começarmos a vacinação em massa?