Artigo editado em: 26 de setembro de 2020
Foi mais uma daquelas bombas que ninguém esperava. Ela veio sorrateira, lenta, até que caiu, abrupta, no meio político, levando novamente para as páginas policiais, ações de autoridades até agora insuspeitas, mas que, infelizmente, jogaram suas biografias no lixo. Desde sexta-feira, quando a operação da Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público, prendeu quatro prefeitos e um ex deputado estadual (tem mais gente envolvida, inclusive nos vídeos já divulgados), comunidades inteiras do interior do Estado estão abaladas. Não só pela explosão causada, como também porque as prisões envolveram personalidades até agora com reputação muito próximo de ilibadas. Foi um choque, por exemplo, saber que a prefeita Gislaine Clemente, de São Francisco do Guaporé, fazia parte do grupo acusado de achacar um empresário, o mesmo que, a partir das denúncias que fez, desencadeou as prisões, também, da prefeita Glaucione Rodrigues, de Cacoal; de Luís Ademir, o Luizão do Trento, de Rolim de Moura e do prefeito de Ji-Paraná, Marcito Pinto. O quinto personagem preso foi o ex deputado estadual Daniel Neri, marido de Glaucione. Com exceção de Luizão do Trento, que havia enfrentado problemas mais sérios, principalmente com a Justiça Eleitoral, que o afastaram do cargo e depois o levaram de volta, os demais envolvidos não poderiam ser menos suspeitos. Agora sim, começarão a sentir na pele e no bolso, que nosso país está vivendo novos tempos, ao menos desde a Lava Jato. Os poderosos de todos os tamanhos já não estão fora do alcance da lei.
O que acontecerá agora, com os presos e denunciados? Lebrinha e Luizão não terão prejuízos políticos imediatos, já que não são candidatos à reeleição. Ambos estão no segundo mandato. Já para Glaucione e Marcito, os danos serão imensos, porque o primeiro e mais duro julgamento virá do público, da população, do eleitor. A dupla que não concorre agora, apenas sofrerá o peso da lei e de aparecer na mídia, em vídeos e gravações, envergonhando a si, aos seus amigos e familiares e aqueles que neles acreditaram. Já os dois que querem a reeleição, além de tudo isso, certamente não terão o tempo e a fraca memória do eleitor para poderem superar a bomba explosiva que os atingiu. Nas duas cidades (Cacoal e Ji-Paraná), onde eram os principais nomes para se manterem no poder, seus opositores, certamente entram na disputa com grande chance. Claro que todos os denunciados e presos provisoriamente, terão todas as oportunidades da ampla defesa. Mas, antes da Justiça e de todas as suas instâncias, haverá o julgamento rápido e mortal da opinião pública. E ela, felizmente, está ao lado do novo Brasil, onde a corrupção precisa ser punida exemplarmente. É uma pena, mas tantas biografias, a partir de decisões infelizes dos próprios personagens, estão no caminho da destruição. Lamentável!
PRISÃO NÃO IMPEDE QUE PREFEITOS CONCORRAM
Um dos maiores especialistas em Direito Eleitoral do Estado, ex juiz da Justiça Eleitoral, o advogado Juacy Loura Júnior foi consultado pela coluna, acerca do que, sob o aspecto legal, acontecerá, principalmente, com os dois candidatos (Glaucione Rodrigues e Marcito Pinto) que se apresentaram para concorrer à reeleição. O resumo do que o destacado advogado comentou: “ambos poderão concorrer e não estarão sub judice”. E lembrou: “quantos exemplos de candidatos presos, que se elegeram Brasil a fora?” Segundo Loura Junior, a situação deles, os que irão à reeleição, agora, além da defesa na área criminal ou de improbidade, é, principalmente, fazer a defesa perante o Eleitor. Nesse momento, certamente essa será a questão mais difícil”. O especialista ainda destacou que, na sua opinião, “caso os adversários de cada um, nos seus respectivos municípios, fizerem campanhas corretas, vão sair, claro, em franca vantagem”, analisa, como uma opinião pessoal, mas claramente próxima à realidade. As Prefeita de Cacoal e o Prefeito de Ji-Paraná, presos, obviamente, fazem com que mude toda a história da eleição, que será realizada exatamente daqui a 50 dias. No caso do deputado Lebrão, que aparece nas filmagens, ele não foi indiciado.
MUDOU TUDO! CARLA REDANO É CANDIDATA EM ARIQUEMES
Como nuvem. Uma hora aqui, outra ali. É a mais verdadeira frase sobre a política. Mais uma prova disso ocorreu em Ariquemes, numa reviravolta completamente inesperada, com o anúncio de que a presidente da Câmara de Vereadores, Carla Redano, será candidata à Prefeitura, pelo Patriotas, partido que ela preside na sua cidade. A decisão foi tomada depois que ela e seu marido, o deputado estadual Alex Redano, levaram uma “rasteira” do candidato Tiziu Jidalias. Carla foi anunciada como vice de Tiziu, mas pouco depois, ele mudou de ideia, tirou Carla e alinhou-se com a empresária e evangélica Marlei Mezzomo. O argumento, inacreditável, é de que Marlei falou com Deus e o Todo Poderoso disse que ela é quem deveria ser a vice de Tiziu. Carla Redano postou um vídeo, lamentando ter sido usada. Agora, será candidata contra Tiziu e se torna um dos nomes mais quentes, na corrida pela Prefeitura de Ariquemes. Até porque terá o apoio, também, do atual prefeito Thiago Flores, que não vai a reeleição, mas é, hoje, uma das principais lideranças políticas da sua cidade, ao lado dos Redano. Ariquemes vai ferver nessa eleição!
INSCRIÇÃO DE CHAPAS NO TRE ACABOU NO SÁBADO
Pelo menos nove dos 16 candidatos à Prefeitura de Porto Velho, esperaram a última hora para registrar suas chapas completas à Justiça Eleitoral. O prazo definitivo terminou às 23h59 minutos deste sábado. Até a noite da sexta-feira, apenas sete chapas haviam sido oficializadas. No Estado todo, pelo menos 168 candidatos vão disputar as 52 Prefeituras e mais de 4 mil candidatos às Câmaras de Vereadores devem concorrer em 15 de novembro. Em Porto Velho, até sexta à noite, já estavam registrados para concorrer mais de 430 candidatos à Câmara. Na noite de sexta, numa Live, o último nome entre as candidaturas consideradas de ponta (a vereadora Cristiane Lopes) que ainda não tinha completado sua chapa, anunciou seu vice. O nome escolhido foi o do delegado Pedro Mancebo, do PROS. Até a sexta-feira, tinham se apresentado como pré candidatos em Porto Velho, além de Cristiane: Hildon Chaves, Lindomar Garçon, Pimenta de Rondônia, Eyder Brasil, Breno Mendes, Edvaldo Soares, Geneci Gonçalves, Williames Pimentel, Rui Motta, Coronel Ronaldo, Samuel Costa, Leonel Bertolin, Ramon Cajuí, Vinicius Miguel e Ted Wilson.
CORONA: RONDÔNIA PERDEU 228 VIDAS EM 30 DIAS
Quem anda se descuidando e achando que o pior da pandemia da Covid 19 já passou e que pode se descuidar, está completamente enganado. Basta ver os números dos últimos 30 dias. Embora tenham diminuído um pouco em relação ao pique que tivemos entre junho e meados de agosto, ainda são muito preocupantes. Só para se ter ideia, desde o dia 25 do mês passado, tivemos nada menos do que 228 mortes. Vamos acompanhar algumas comparações. Em um mês, o total de mortes saiu de 1.100 para 1.328, ou seja, 228 perdas a mais, numa média diária de 7,6 óbitos a cada 24 horas. No mesmo período, o total de casos de rondonienses, saltou de 53.119 para 64.732, num aumento de 11.613, ou seja, 387 novos contaminados por dia; 16 a cada hora. Se formos considerar apenas os números de Porto Velho, nesses 30 dias, o total de óbitos subiu de 634 para 711. Na Capital, portanto, onde os números estão caindo, ainda assim tivemos 77 óbitos, uma média de 2,5 mortes a cada dia. Os dados positivos também merecem destaque. Tínhamos, em 25 de agosto, 44. 682 recuperados. Na sexta, 30 dias depois, esse número cresceu para 56.573: 11.891 rondonienses se livraram do vírus, nesse período. O volume de internações em hospitais também caiu: eram 366 em leitos comuns e nas UTIs e, no Boletim 190, de um mês depois, esse número caiu para 146, ou seja 220 leitos a menos estavam ocupados, por afetados pela doença.
OPERAÇÃO PLACEBO NÃO RESOLVE DRAMA DO GARIMPO
A analogia com o placebo não é heresia. Quando alguém ingere uma pílula, imaginando que ela seja remédio, não sabe que ela nada resolverá. É o que se pode dizer das midiáticas ações tanto da Polícia Ambiental, principalmente no rio Madeira, no combate ao garimpo de ouro, quanto da Polícia Federal e Ministério Público Federal, nos garimpos de diamante, principalmente da Reserva Roosevelt, dos índios Cinta Larga. Ora, porque operações placebo? Porque não servem para nada, na prática. Apreende-se uma pequena parte das nossas riquezas roubadas, prende-se meia dúzia de contrabandistas, incendeia-se algumas balsas e dragas; aplica-se multas e…no outro dia, tudo volta a ser como era antes de toda a mobilização policial. Rondônia e o Brasil perdem milhões de dólares todos os anos. Há quem calcule que nossas perdas anuais, com nossas riquezas sendo levadas, sem nos deixar nada, a não ser destruição ambiental, podem superar os 2 bilhões de dólares. Nessa semana, outra dessas ações apreendeu quase 100 milhões de reais em diamantes. E daí? Isso resolverá o problema? Obviamente que não!
SÓ UM CONTROLE RÍGIDO E OFICIAL RESOLVE A QUESTÃO
Quando forem superadas as questões ideológicas, quando nossas autoridades (governo, Congresso, ambientalistas, membros do MPF e PF), reconhecerem que operações isoladas não resolverão o drama da garimpagem ilegal, do uso abusivo de mercúrio na busca do ouro e do contrabando de diamantes, só então se poderá pensar em alternativas claras. O mais correto – e óbvio – é que o governo federal organize e fiscalize todos os garimpos, controlando rigidamente tudo o que ocorre neles, recolhendo os impostos devidos por nossas riquezas levadas ao exterior e impedindo agressões ao ambiente, como no uso do mercúrio em nossos rios. Que dê aos índios, donos das terras onde os diamantes abundam, parte do que for retirado, para que eles (todos eles e não só os caciques), tenham uma vida digna. Enquanto isso não for feito, continuaremos com operações placebo, enquanto nos roubam algumas das maiores riquezas que só nós temos, nesse nosso rico e roubado país.
PRESIDENTE DA ALE CONTINUA SENDO VÍTIMA DE FAKE NEWS
Fazendo uma administração exemplar à frente da Assembleia Legislativa, com inovações incontestáveis e participação direta nas questões mais importantes para o Estado, o presidente da Casa, eventualmente, sofre ataques injustos e é vítima de uma sucessão de Fake News. Certamente porque aqui e ali contraria interesses que nada têm a ver com o que é essencial para a população rondoniense. Recentemente, aliás, Laerte tem sido vítima de uma sucessão de Fake News, vinda de setores que, mais dia, menos dia, terão que responder judicialmente pela covardia praticada. Com o apoio total e a solidariedade de todos os demais deputados, Laerte foi o presidente que economizou mais de 50 milhões de reais do dinheiro a que a ALE tem direito e os devolveu à coletividade, em forma de apoio direto a vários tipos de serviços. Na pandemia, foi por iniciativa do Parlamento a contratação de mais de 60 leitos, dos quais 12 de UTI, no Hospital do Amor em Porto Velho apenas para atender pessoas infectadas pelo vírus. Uma das últimas ações, foi a que vai transformar o Parlamento completamente, eliminando o papel e colocando toda a estrutura via internet, o que, além de tudo, dará mais transparência às atividades do poder. Com todas essas realizações, o presidente da ALE ainda tem que enfrentar as Fake, de gente que, certamente, coloca seus interesses pessoais acima dos interesses maiores do Estado.
MOURÃO DIZ QUE ALDEIA INDÍGENA NÃO TINHA QUEIMADA
A mídia ignorou a visita, nessa semana, do vice-presidente da República, General Mourão, a Rondônia e Acre. No nosso Estado, ele sobrevoou uma região habitada por indígenas, que os satélites apontavam como forte foco de queimadas em toda a região. Depois do sobrevoo, Mourão disse que no local onde os satélites mostram um grande incêndio, simplesmente não havia fogo algum. Havia sim uma grande rocha, que foi “traduzida”, ao ser analisada, como se fosse um foco de incêndio. Mourão afirmou que não estava “questionando dado nenhum”, mas usou o caso parar defender que os registros sobre queimadas sejam analisados qualitativamente para, na sua visão, “diferenciar o que é um foco de calor do que é um foco de queimada”. O coordenador do programa de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, Alberto Setzer, rebateu o vice-presidente e explicou que, dentro do monitoramento feito pelo grupo, não existe diferença entre os dois termos: focos de calor ou focos de queimadas. Ou seja, governo e Inpe continuam falando linguagens diferentes.
PERGUNTINHA
Você acha correta ou perigosa, a decisão da Organização Mundial de Saúde, que autorizou o governo chinês a usar uma vacina contra o corona, mesmo que ela não tenha passado por todas as fases de testes?