Artigo editado em: 14 de março de 2022
Há no Brasil, há 56 anos, uma prova concreta que é possível se manter os cuidados ambientais junto com a exploração de riquezas minerais. Quando foi descoberta, em 1967, a maior mina de ferro do mundo, na Floresta Nacional de Carajás, o meio ambiente do Brasil ainda não era dominado por discursos ambientalistas e muito menos pelas famigeradas ONGs, que não existiam e, as que surgiram, obviamente que não tinham como peitar o novo Brasil, na época sob o comando militar. Ou seja, com mais de meio século, o uso da jazida atinge somente 3 por cento de todo o território de Carajás e a Vale, que explora a gigantesca mina, produzindo cerca de 150 milhões de toneladas/ano, se encarrega de fazer os investimentos necessários para manter, intocados, os outros 97 por cento de toda a área. Tomado pela divisão política, o Brasil se transformou num ringue ideológico, onde os apoiadores do presidente Bolsonaro acusam ambientalistas e opositores (aliás, as duas palavras querem dizer a mesma coisa: se são ambientalistas, são opositores!) de ignorarem qualquer medida positiva que o atual governo tome, para proteger a Amazônia. Já os opositores têm um rosário de críticas, algumas justas, outras absolutamente exageradas e não aceitam qualquer inovação naquilo que defendem com unhas e dentes, como se, nessa questão, apenas o que eles querem é o que está correto. O resto, para esse pessoal, é tentar destruir nossa floresta. Ou seja, ignorando a realidade, eles estão, na verdade, ajudando a apoiar o contrabando e a roubalheira desenfreada de nossas riquezas, que ocorrem todos os dias, sob olhos fechados das autoridades brasileiras.
É por isso, por termos um exemplo concreto e bem sucedido, que não se pode dar ouvidos apenas aos ambientalistas de ar condicionado; à oposição com a catilinária de sempre de manter os índios como se escravos fossem da ideologia dela; às ONGs internacionais que mandam e desmandam na Amazônia, defendendo os interesses de seus patrões. Embora o governo brasileiro esteja otimista, será muito difícil a aprovação do projeto que tramita no Congresso sobre a exploração mineral em terras indígenas, que poderia, por exemplo, dar ao Brasil autonomia na produção de vários minérios e fertilizantes, já que hoje somos dependentes da Rússia e de outros países. Além disso, ao regulamentar a exploração, se estaria combatendo o crime organizado, que age nestas regiões, invadindo terras e roubando nossas riquezas, sem controle estatal algum. Jazidas de diamantes, como as temos e Roosevelt, por exemplo, poderiam ser exploradas em parceria com os índios, acabando com o contrabando criminoso, que enche os bolsos de bandidos, sob os olhares cúmplices de um ou outro cacique, que vivem em casas luxuosas e andam de Hilux para cima e para baixo, enquanto a tribo passa fome. É por tudo isso que, se não houver uma nova lei para a exploração mineral, continuaremos mais algumas décadas no atraso, enquanto andamos para trás e nossos índios morrem à mingua.
JAZIDA QUE PRODUZ 150 MILHÕES DE TONELADAS AO ANO FOI DESCOBERTA POR ACASO, NO PARÁ
Um pouco de história sobre o achado, por pura casualidade, da poderosa mina de Carajás, a maior do mundo, que tem capacidade, unindo toda a produção do Complexo de Carajás, também de outros minérios, de chegar a 150 milhões de toneladas/ano. A descoberta foi feita pelo geólogo Breno Augusto dos Santos. Ao fazer um pouso na clareira de Serra Arqueada, no Pará, ele estava à busca de manganês, mas o que descobriu foi outra riqueza, até então inimaginável, pelo tamanho da jazida que encontrou. O geólogo examinou algumas rochas do local e, quando bateu seu inseparável martelo, disse que “saiu um negócio avermelhado e vi que não era manganês. Era ferro”. Breno era chefe de equipe de geólogos da US Steel, siderúrgica norte-americana, que na época procurava manganês na Amazônia para abastecer suas usinas nos Estados Unidos. A equipe era formada também pelos geólogos Erasto de Almeida e João Ritter. A partir desta descoberta começaram as pesquisas minerais na região, que hoje é a maior produtora de minério de ferro de alta qualidade do mundo. Para se ter uma ideia da dimensão da Serra dos Carajás, na época da descoberta, a Vale já era uma das maiores empresas do Brasil, produzindo quase 11 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Atualmente, somente o Complexo de Carajás produz cerca de 150 milhões de toneladas anuais. O minério de Carajás foi ocupando um espaço importante no mercado mundial, dada a sua qualidade, que possibilita a blindagem, ou seja, a mistura com outros minérios mais pobres. Além disso, ele ajudou a reduzir a emissão de poluentes na indústria siderúrgica. Desde que a Vale iniciou suas atividades na região, a empresa ajuda a proteger um conjunto de cinco Unidades de Conservação em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As operações da empresa ocupam menos de 3 por cento dos cerca de 7.860 quilômetros quadrados, que formam esse conjunto.
LUIZINHO GOEBEL E MARCELO CRUZ DISPUTAM COMO CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS, COM VAGA ABERTA COM SAÍDA DE BENEDITO
Nomeado pelo então governador Confúcio Moura, o conselheiro Benedito Alves, figura de imenso respeito no meio e um talento pessoal inigualável, pediu sua aposentadoria. Benedito vai atuar numa organização internacional que trata das questões ambientais, setor em que ele também é especialista. Ainda não há uma decisão, ao menos anunciada publicamente, de quem o governador Marcos Rocha vai escolher para substituir um dos conselheiros mais respeitados do TCE. A vaga de Benedito está sendo pleiteada por vários nomes conhecidos da vida rondoniense. Pela Assembleia Legislativa, que teria fechado questão em torno da decisão de que o nome teria que ser o de um parlamentar, o primeiro nome que surgiu foi o do deputado estadual Luizinho Goebel, que tem trânsito livre na atual administração e que é, atualmente, o líder do governo no Parlamento. Outro candidatura já posta é a do deputado Marcelo Cruz. Um deputado disse a coluna que “há ainda vários outros nomes sendo analisados”, mas não disse quais são. A decisão do governador Marcos Rocha pode ser anunciada a qualquer momento, a partir de agora. Há quem diga que Rocha poderia escolher o que se chama de “terceira via”, embora, é claro, o assunto ainda esteja sendo tratado apenas nos bastidores. Questionado sobre o assunto, o governador Marcos Rocha disse à coluna: “Pensei em vários bons nomes. É uma escolha muito pessoal”.
SUCESSÃO TEM SÓ UM NOME CONFIRMADO, MAS TUDO PODE MUDAR DO DIA PARA A NOITE, NA POLÍTICA RONDONIENSE
Ah, a política! Ela vai, volta, faz o contorno, sobe, desce, some e volta ao palco, como num passe de mágica. Nada do que se diz hoje se pode dar como definitivo amanhã. Veja-se o que está acontecendo com a disputa pelo Governo de Rondônia, pelo Congresso e Assembleia Legislativa. A janela para a troca de partidos chega cada vez mais perto e as indecisões permanecem. Para a disputa ao Governo, neste momento, há apenas um nome definido: o do atual governador Marcos Rocha, pelo União Brasil. Marcos Rogério, que assumiu o PL no Estado, também está montando suas estratégias para entrar na disputa, mas ainda não a oficializou publicamente. Contudo, nos meios da nossa política, não há mais dúvida de que ele vai mesmo para a batalha. O terceiro nome, o do deputado federal Léo Moraes (que, nas redes sociais, tem se mostrado duro crítico do governo, certamente se postando como maior opositor ao Palácio Rio Madeira/CPA), também conversa com vários partidos e lideranças, tentando viabilizar sua candidatura. Vinicius Miguel igualmente tem se mexido e conversa com vários setores da política, incluindo-se aí o ex-governador e ex-senador Ivo Cassol. Por enquanto, a questão da sucessão parece estar indo para o colo de Marcos Rocha. Mas é sempre bom lembrar: na política o que parece hoje, pode ter nada a ver com o amanhã. Tudo ainda é muito cedo.
DANIEL PEREIRA PODE SER O NOME DE CONSENSO DA ESQUERDA NA DISPUTA PELO GOVERNO
Sobre o mesmo tema: está em curso, por enquanto ainda de forma embrionária, uma tentativa de lideranças do partido de esquerda de terem um só candidato, com chances reais de chegar ao Governo. E quem seria este personagem? Ninguém menos do que o ex-deputado, ex-vice- governador e ex-governador Daniel Pereira. O assunto ainda está em fase inicial de tratativas, até porque o próprio Daniel tem reafirmado sua decisão de disputar uma vaga ao Senado brasileiro. O que há de real nesta história, embora tanto Daniel como outros personagens não confirmem nada, ainda, é que o ex-governador foi procurado sim, para ser o candidato da esquerda rondoniense. Daniel teria inclusive tratado do assunto com o seu amigo e companheiro de governo, o hoje senador Confúcio Moura. Teria ficado claro na conversa que se Confúcio voltasse atrás e decidisse concorrer ao Governo, Daniel não aceitaria a missão. Como Confúcio reafirmou que não estará mesmo na corrida ao governo rondoniense, a possibilidade de Daniel aceitar a missão está longe de ser descartada. Obviamente que uma decisão deste porte, envolveria muitas conversas com outros candidatos já postos, como Vinicius Miguel, do Cidadania e Anselmo de Jesus, do PT. O caso já é mote de muitas conversas, mas, por enquanto, apenas nos bastidores. Em breve haverá novidades sobre o assunto.
CAPIXABA NO ESTADO E PALITOT NA CAPITAL: DIRIGENTES DO PTB PREPARAM O PARTIDO PARA ELEIÇÕES À CÂMARA E À ASSEMBLEIA
Na batalha pelas eleições deste ano, o PTB rondoniense também se mexe. Ainda sob a liderança do ex-deputado federal Nilton Capixaba, o partido se mexe para montar uma nominata viável tanto para a Câmara Federal quanto para a Assembleia Legislativa do Estado. No início do mês houve um encontro regional em Ariquemes comandado por Capixaba e, no último dia 11, em Porto Velho, ocorreu outro, tendo à frente o presidente municipal da Capital, o vereador Aleks Palitot, quando o partido recebeu novas adesões e definiu passos importantes em direção à disputa de outubro. O partido, segundo Palitot, está se organizando com uma nominata bastante forte e viável, já tendo pelo menos 20 nomes, ao menos a metade deles com potencial na faixa dos cinco mil votos. O próprio vereador, o mais votado em seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Porto Velho, poderá concorrer novamente a uma vaga na Assembleia. Aliás, em sua primeira tentativa, Palitot ficou fora da ALE por apenas 300 votos. A decisão será anunciada dentro de algumas semanas. O partido tem candidatos em vários dos mais importantes partidos do Estado e tem esperança de eleger um nome para a Câmara Federal e alcançar pelo menos duas cadeiras no Parlamento rondoniense.
ALGUNS SINDICATOS AINDA SONHAM COM A VOLTA DO PETISMO, PORQUE AGORA TÊM QUE CRIAR FACTOIDES PARA SOBREVIVEREM
Ah, os sindicalistas! Eles ainda pensam com a cabeça voltada para o petismo, quando mandavam e desmandavam. Nestes tempos bolsonaristas, a história mudou, mas, é claro, os donos dos sindicatos estão desesperados, querendo a volta do lulismo, que, nos últimos três anos e pouco, esvaiu-se num novo sistema de poder. O que se observa é, quando começa a se aproximar uma eleição (e ainda mais essa, onde se Bolsonaro for reeleito, a mamata da grana abundante tende a ser menor ainda, para muitos sindicatos), a correria passa a ser mais intensa. Na semana passada, tivemos mais um episodio desses, que beirou o ridículo, embora se entenda o esforço da direção do Sintero voltar a ter algum poder, coisa que tem perdido constantemente. Desmarcada uma audiência na Casa Civil, a diretoria do sindicato correu ás redes sociais, criticando membros do governo estadual, como se uma troca de data pudesse mudar o mundo. Sem apoio de um número considerável de professores, um grupo que está satisfeito com vários benefícios dados tanto pelo governo rondoniense quanto pelo governo federal, resta ao Sintero tentar ainda mostrar que tem alguma força. Certamente não é fazendo esses protestos inócuos, que não servem para nada, que conseguirá. Aliás, vários sindicatos, entre os que viviam dos milhões do dinheiro alheio, retidos na marra, estão agora tentando sobreviver em época diferente. Mas, como aquela música composta por Roberto Carlos e cantada pela cantora Kátia, “não está sendo fácil, não está sendo fácil!
MOURÃO FALA, IMPRENSA “TRADUZ” E O GENERAL TEM QUE EXPLICAR QUE NÃO FOI BEM ISSO QUE ELE QUIS DIZER!
Quem fala demais, dá bom dia a cavalo! O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, que nessa semana deve ingressar no partido Republicanos, disse, recentemente, que as Forças Armadas não teriam nenhuma interferência no processo eleitoral e que nunca houve problemas entre as forças militares com os presidentes esquerdistas. Pronto! Bastou para que a imprensa, nos últimos três anos jamais isenta, começasse a divulgar que Mourão estaria começando a abrir as portas dos quartéis para Lula, o Partido dos Trabalhadores e toda a esquerda. Segundo alguns jornalistas, com viés totalmente eivado de parcialidade, “integrantes das Forças Armadas consideraram as palavras do vice-presidente como uma espécie de apoio a Lula. Isso jamais aconteceu de verdade, mas quem está ligando para a verdade? A situação ficou tão estranha que Mourão, que criou o problema com suas declarações, teve que usar seu twiter, para desmentir tudo. “Quem pensa que estou abrindo a porta dos quartéis para Lula e PT desconhece a minha história e o papel das Forças Armadas, em especial do Exército Brasileiro. Continuo firme, afirmando que o governo do PT foi catastrófico para o Brasil e que o retorno ao poder trará retrocessos”, escreveu Mourão. Vamos ver agora como a mídia esquerdista vai ”traduzir” as novas afirmações do General.
PERGUNTINHA
Ciro Gomes, Sérgio Moro, João Dória, Eduardo Leite: qual destes nomes você considera a melhor terceira via contra Jair Bolsonaro e Lula, na eleição presidencial deste ano?