Artigo editado em: 15 de novembro de 2019
A dependência do Brasil em relação ao gás boliviano, se acentua cada vez que há uma crise no nosso vizinho. Como a que está acontecendo agora. E reacende também uma questão até hoje atravessada na nossa garganta: a luta, com todas as forças, dos governos petistas, de impedir que Rondônia recebesse algo em torno de 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ao ser abandonado o projeto do gasoduto Urucu-Porto Velho. Dilma O Poste Rousseff disse, certa vez, que como Rondônia ganharia duas hidrelétricas, não precisaria do gasoduto. Ironizando, se diria que era uma quase gênio na questão energética, falando bobagem, como se uma coisa eliminasse a outra. Nesse novo momento em que vive o Brasil, em que saíram de cena figuras danosas ao nosso Estado, como a ex-ministra Marina Silva, que criava áreas de proteção exatamente nos locais por onde passaria a canalização do gasoduto, surge, enfim, uma possibilidade concreta de que a obra saia do projeto e se torne realidade. Não é possível que tenhamos uma abundância dessa energia limpa, tão próximo de nós e que, apenas por questões ideológicas, por pressões de ambientalistas xiitas; de ONGs e do governo do Amazonas (que sempre quis todo o gás de Urucu apenas para ele), a Petrobras tenha recuado no projeto original, inclusive inventando a absurda tese de que não haveria gás para abastecer os dois Estados. Há e de sobra.
A Rongás, a empresa rondoniense de gás que quase foi extinta, agora renasce, forte, com a perspectiva de que o gasoduto, enfim, seja concluído. O que os atuais gestores lamentam é pelo tempo perdido. Agora, volta o otimismo ao órgão. O governador Marcos Rocha está dando todo o apoio à luta pelo gasoduto. O senador Marcos Rogério com o apoio especial que tem dado ao assunto, entrou na briga e está batalhando muito para que a Petrobras, enfim, autorize a obra. Ele é hoje uma autoridade com portas abertas no governo federal e pode ser um personagem vital nessa batalha. Há forte apoio, também, de parte da Assembleia Legislativa. Ela demoraria, com a tecnologia atual, algo em torno de três anos. Pronta, poderia, apenas numa das três áreas onde há gás em abundância, abastecer as necessidades de Porto Velho durante dez anos. E apenas num dos poços de Urucu. As possibilidades agora são reais, no sentido de que a obra seja finalmente concluída. E não o será nem pela própria Petrobras e nem pelo Estado, mas sim pela iniciativa privada. Um especialista no assunto, que conversou com a coluna, disse que “foi um crime que cometeram contra Rondônia”, analisando a decisão ideológica que atrasou o gasoduto em quase duas décadas. O lamento é porque, nesses anos todos em que poderia ter recebido o gás de Urucu, o Estado tenha deixado de faturar cerca de 15 bilhões de reais. Mas antes tarde do que nunca! O esforço do governador Marcos Rocha em ver enfim a obra andando e a pressão que o senador Marcos Rogério tem feito em Brasília, pode dar resultado. Com mais apoio do Governo do Estado, investimentos e mobilização da nossa classe política, a coisa pode andar. O gasoduto já não é coisa do passado, mas uma perspectiva real para o futuro. Em breve, certamente teremos novidades sobre o tema.
A CPI JÁ TRAZ RESULTADOS PRÁTICOS
O primeiro resultado prático da CPI já é comemorado pelo presidente Alex Redano e pelo relator Jair Montes. O governo do Estado já ampliou bastante a equipe do Procon, que está trabalhando duro, nas dezenas e dezenas de processos que estão sendo abertos, por consumidores, contra a Energisa. Afora isso, Monte apresentou projeto na Assembleia que obriga a empresa distribuidora de energia a fotografar o relógio do consumidor, quando for expedir a conta mensal. A partir dessa foto, feita todos os dias de leitura, o consumidor seria informado, com registro fotográfico, dos números que representem o seu consumo. A ideia é boa. Resolveria de vez muitos casos de protestos, em que o cliente alega não ter consumido tanto, berrando contra o que chama de abusivo aumento nas contas. Não haveria prova melhor. Só resta agora analisar a viabilidade técnica do processo. Se posto em prática, ele seria bom para os dois lados. A empresa não teria como ser contestada e o consumidor saberia exatamente, com prova fotográfica, o que realmente consumiu. Em breve saberemos se o assunto andou.
TEM TRICAMPEÃO NO PRÊMIO MP DE JORNALISMO
“O Jornalismo independente traz reflexos no combate à corrupção; possível economia milionária aos cofres públicos, segurança e dados privados e ajuda a criar nova ferramenta de fiscalização”. Em resumo, esses foram os temas abordados pelo jovem jornalista Vinicius Canova, do site Rondônia Dinâmica, para se tornar tricampeão no Prêmio MP de Jornalismo, na edição deste ano. Competente como repórter investigativo, algo cada vez mais raro no jornalismo, ele abordou vários temas complexos, para receber novamente a distinção, na categoria “Defesa do patrimônio Público”. Foram premiados também como vencedores em suas categorias, os jornalistas José Cicero Moura, na categoria Promoção Social; Janaína Brito, no tema Segurança Pública; Diego Holanda Duarte, em Saúde e Educação e Gedeon Amâncio, no tema Sustentabilidade. O Prêmio MP de Jornalismo é um dos mais respeitados em todo o país e os premiados merecem todas as reverências.
SAÚDE GANHA 60 MILHÕES DE REAIS DO DETRAN
A saúde pública, mesmo com todos os recursos, continua sendo o calcanhar de Aquiles de todos os governos. Em Rondônia, mesmo com os avanços já registrados desde que a nova administração assumiu, há ainda carências enormes. Há várias semanas, em primeira mão, informamos aqui nesse Blog que o Tribunal de Contas tinha mudado seu entendimento e autorizado o Detran repassar muito dinheiro à Sesau, para atendimento nos postos a serviço da população. No total, depois do OK do TCE e aprovação na Assembleia Legislativa, o dinheiro já começou a ser colocado a disposição da saúde pública. O total supera os 60 milhões de reais, vindos de economia e controle de gastos do poderoso órgão, que arrecada cada vez mais. A Sesau terá que prestar contas de onde investirá todo esse dinheiro. O secretário Fernando Máximo, que vem fazendo uma gestão bastante positiva na saúde, comemorou a entrada de mais recursos. Em breve anunciará onde o dinheiro será aplicado.
MUDA LEI DE ESCOLHA DOS DIRETORES
Vem polêmica por aí, na área da educação. Projeto de autoria do deputado Laerte Gomes, presidente da Assembleia, aprovado por unanimidade, revoga as leis que determinavam a eleição direta de diretores das escolas de Rondônia. Estão suspensas, inclusive, as eleições que seriam realizadas agora, em dezembro. Na justificativa do projeto, Laerte esclareceu que atende reivindicações dos profissionais da Educação. Muitos deles, segundo ele, “vem seguidamente questionando as normas relacionadas à denominada Gestão Democrática na Rede Pública Estadual de Ensino de Rondônia”. Para “corrigir rumos”, acrescentou e para atualizar a legislação” vai se reunir com a Seduc para debater novas formas de escolha dos diretores. Há casos, aliás, que o mesmo diretor está no cargo há mais de uma década. O caso é complexo e certamente merecerá muitos debates. A mudança pelo fim da eleição, da forma como estava ocorrendo até agora, já está valendo…
TUDO PELA MERITOCRACIA
O deputado Laerte diz que, basicamente, o que precisa ser levado em conta numa escolha tão importante para a vida de uma escola, como a escolha do seu diretor, é a meritocracia. Pela forma atual, o professor que tem mais amigos, que é mais “bonzinho”, que consegue aglutinar mais simpatia, acaba sendo eleito, em detrimento daqueles que tiveram melhores resultados, que melhoraram a qualidade do ensino e os índices de avaliação do IDEB por exemplo. O parlamentar – e também os demais deputados, já que o projeto da mudança foi aprovado por unanimidade – ainda critica alguns critérios na votação, como o fato dos votos dos professores e funcionários da escola terem peso dois e os da comunidade peso um. Para Laerte, há necessidade de uma reavaliação em todo o sistema, para que no final, o critério principal para escolha de um diretor de escolha seja a meritocracia e nada mais que ela.
CADA VEZ MAIS IDIOTAS E MALDOSOS
A boataria corre solta. Todos os dias aparece alguma coisa nova, não se sabe calcada em que informação, nem de onde surgiu, nem quem a criou. Já se falou e escreveu tanta asneira, se espalhou tanta Fake News, que muitas vezes, nem as próprias vítimas delas se preocupam mais em desmentir, tais os absurdos que são divulgados nas redes sociais. Pelos corredores, também se fala muito, geralmente com frases precedidas de “ouvi falar!”; “o tio do sobrinho do neto contou para o cunhado do vizinho”… E por aí vai. Uma das vítimas preferidas é o governo do Estado, como um todo. O próprio Governador e a maioria dos seus secretários já foram vítimas dessas histórias e continuarão sendo. De todas as Fake que se ouviu, zero delas tinha qualquer base no real. O terreno das redes sociais continua incontrolável e fértil para a maldade e a sacanagem. O que é real é que quando, nelas, os governos e autoridades publicam alguma informação importante, que beneficia a coletividade, a repercussão é quase nula. Poucas pessoas dão bola. Mas deixa sair uma idiotice, alguma crítica, ofensa, algo que destrua, que seja baseado na maldade. A audiência dispara. Centenas, senão milhares de idiotas ou ingênuos ou as duas coisas, correm para comentar e ajudar a repartir o mal e a mentira. E está cada vez piorando mais. Obviamente porque há, cada vez mais, idiotas e gente ruim em profusão.
WITZEL VIROU BRINCALHÃO?
Só pode ter sido um rasgo de humor negro; de brincadeira com coisa séria, as afirmações do governador do Rio de Janeiro, de que a segurança no seu Estado está no mesmo nível de Paris, Nova York e Madri. Uma das áreas mais inseguras do Planeta, onde no ano passado se registrou 30 homicídios para cada 100 mil habitantes, Witzel teve a petulância de dizer que a segurança no Rio é como algumas das cidades mais tranquilas do mundo. Em Novo York, no ano passado, houve apenas 2.243 assassinatos, a menor taxa em 70 anos. Os números de Paris foram menores ainda, com menos de 2 mil mortes. Os da terra carioca, foram assustadores, como o são há anos: em 2018, mais de 7 mil assassinatos. As únicas coisas ditas por Witzel que podem ser levadas a sério é que o governo federal tem muita culpa nessa violência toda, principalmente pelo abandono das fronteiras, por onde passam armas e drogas, quase que livremente e a omissão da segurança pública nacional com relação ao roubo de carga, ataques de bandidos que já causaram prejuízos de 5 bilhões de reais, apenas neste ano.
PERGUNTINHA
Por que será que está ocorrendo um estranho e longo silêncio das autoridades estaduais em relação ao assunto das fitas, que teriam sido gravadas por Delegados, comentando erros graves em operações da Draco?