Artigo editado em: 11 de novembro de 2019
O poder escraviza, é uma tentação acima das resistências humanas; seduz e pode matar. Ah, o poder! Por ele, há gente que faz de tudo, como esquecer seus amigos e os que sempre estiveram ao seu lado, até vender a mãe, para não perdê-lo. Quando se está envolvido por ele, só a fórceps se consegue deixá-lo. Os únicos antídotos que se conhece contra essa terrível doença, são a democracia e a alternância no poder. O boliviano Evo Morales sentiu na pele o que é a paixão para ficar tantos anos à frente de um país tão complexo e pluralista. Tentou perpetuar-se, apaixonado que estava por usufruir de todo o poder que tinha, que acabou se esquecendo de que é vital alternar as ideias e as pessoas, para que a democracia seja oxigenada. Na verdade, foi ele quem tentou dar um golpe de Estado, não aceitando o resultado de um plebiscito, quando o povo lhe avisava que estava na hora de pedir o boné. O primeiro erro foi a mãe de todos os outros, subsequentes, até a óbvia fraude na eleição, que lhe daria um quarto mandato, sem sequer um segundo turno. A partir da revolta da população, que Evo deveria conhecer mais do que ninguém, se decretou o sepultamento dos seus sonhos de se eternizar no comando. Na verdade, a renúncia foi um ato de desespero, depois que as polícias e as Forças Armadas lhe deixaram segurando no pincel. O bom senso prevaleceu. Perdeu novamente o amor superlativo pelo cargo e tudo o que ele representa. Evo, experiente, não aprendeu a lição. Exigiu do seu povo mais do que poderia exigir. Recebeu o troco à altura do seu fascínio pelo poder absoluto.
Que não se diga, contudo, que a Bolívia não deve muito a Evo Morales. Ele mudou a cara do seu país, até há pouco algo parecido com aquelas Republiquetas de Bananas, em que um militar derrubava o outro, para tomar o poder e usufruir dele, enriquecendo e enriquecendo aos amigos, até ser derrubado pelo próximo milico. Ele valorizou a cultura indígena, deu voz aos mais pobres, transformou a economia e o colocou a Bolívia no caminho do desenvolvimento. Cometeu muitos erros, claro (quando tentou partir para decisões ideológicas da extrema esquerda, que os bolivianos nunca aceitaram), mas no geral foi um Presidente acima da média. Seu problema foi não conseguir ter um amor maior por seu povo e pela democracia, do que o tinha por ser o todo poderoso. A Bolívia, agora, vai viver tempos de tensões e violência, até que a paz volte a reinar. Evo Morales é um dos grandes culpados por tudo o que está ocorrendo e o que vai ocorrer daqui para a frente, de ruim. Foi um governante que fez muito, mas que acabou engolido, como tantos outros iguais a ele, por se achar acima de tudo e de todos. Levou um belo pontapé no traseiro, para aprender que não há poder maior do que aquele que é dado pelo povo.
CÉSAR E SEUS INVESTIMENTOS NA BOLÍVIA
O empresário César Cassol, um dos maiores empreendedores não só de Rondônia, como de toda a região norte, tem negócios importantes com a Bolívia. Amigo pessoal do agora ex presidente Evo Morales, César é proprietário de fazendas na fronteira com o Brasil, conseguindo produções acima do esperado de soja e milho, fazendo a correção do solo com o calcário que também produz aqui em Rondônia. Recentemente, César investiu mais de 500 mil reais em uma enorme balsa, que leva produtos rondonienses e traz os bolivianos. Também, junto com outros empresário daqui, do Instituto Empresarial de Rondônia, com o presidente Jair Bolsonaro, começou a batalhar pela implantação de mais portos na fronteira boliviana. Mesmo em tempos de turbulência política, o empresário continua investindo no nosso vizinho e hoje é uma figura muito respeitada também do lado de lá da fronteira. Ele acredita que, seja qual for o novo governante, o agronegócio continuará sendo prioridade como alternativa importante e viável para a Bolívia, que hoje vende principalmente gás para o Brasil. Certamente vai ampliar seus investimentos e continuará sendo um parceiro importante no contexto da economia dos nossos vizinhos.
SENADORA DE BENI PODE SER PRESIDENTE
César destacou também algumas curiosidades em relação a situação dos nossos vizinhos. Uma delas é que a vice presidente do Senado, Yanine Añez, que poderá assumir a presidência interina do país, caso seja cumprida a Constituição (já que todas as demais autoridades que poderiam comandar a Nação, renunciaram a seus mandatos), é da região de Beni, fronteira com Guajará Mirim. Yanine está reivindicando o cargo. Ela é do principal partido de oposição a Morales, que teve, durante todo o seu mandato, duro combate da população dessa área fronteiriça com o Brasil. A decisão poderia sair ainda na noite desta segunda, mas ainda não foi oficializada. César Cassol relatou ainda que um Pastor amigo seu previu, há dois anos, que Evo Morales renunciaria ao poder e teria que fugir da Bolívia. “Ele acertou em cheio todas as suas previsões”, comentou o empresário rondoniense, que, aliás, tem dupla cidadania. É também cidadão boliviano.
A NOCIVA INVERSÃO DE VALORES
Foi um absurdo, algo inacreditável. Um agente penitenciário, cumprindo sua missão, impediu uma fuga em massa do presídio Ênio Pinheiro. Um dos que tentaram fugir foi morto e outros cinco feridos. Deveria, o agente, ser homenageado por seu ato em defesa da população, que vive sob o domínio do crime. O Ministério Público, contudo, muito preocupado com os bandidos, denunciou o agente por crime de homicídio. Para ´piorar tudo, o Judiciário aceitou a denúncia. Parece mentira, mas infelizmente não é! Na sua função, no seu trabalho, naquilo que é pago pelo Estado para fazer, o agente foi considerado um assassino pelo Ministério Público que, muitas vezes infelizmente, não tem a mesma preocupação quando a vítima não é um criminoso, mas sim cidadãos de bem. É triste que algumas decisões judiciais também sigam no mesmo caminho. Na semana passada, depois de passar pela pecha de matador, algo que vai lhe acompanhar pela vida toda, o agente, é claro, foi absolvido por 7×0, num júri popular. Só faltava ser condenado! É impressionante como a inversão de valores chega a todos os setores da sociedade brasileira e coloca instituições vitais para o país, na contramão da defesa da população. Esse tipo de decisão é algo deprimente, muito ruim e que deixa os brasileiros de bem, com um amargor na boca. Lamentável!
VAMOS PRECISAR DE UM TERCEIRO HOSPITAL
O número de mortos e feridos no trânsito, no último final de semana, deixou apavorados, de novo, o porto velhense e o rondoniense. O número de famílias que perderam seus entes queridos deu um salto, incluindo-se aí os casos de uma jovem, morta no interior e um motociclista, que morreu na Capital, no dia do seu aniversário. O Hospital João Paulo II está superlotado novamente. Poucas semanas depois de ter conseguido tirar os doentes que estavam em macas até na área externa do hospital, a Secretaria de Saúde está novamente enfrentando o mesmo caos. Não há sistema de saúde pública que suporte o número de acidentados, como os que são socorridos no JP II nos dias úteis, mas, principalmente, nos finais de semana. Do jeito como vão as coisas, com tanta violência nas ruas, avenidas, estradas, rodovias, quando o novo Hospital de Pronto Socorro de Porto Velho for concluído, talvez daqui uns três anos, no dia seguinte se terá que começar a construir mais um, porque o JP e mais 400 leitos do novo hospital, não vão dar conta. Está na hora de voltarmos a ter campanhas em defesa da vida. Há muito tempo que elas sumiram, mesmo com o Detran tendo recursos opulentos para isso. Mais do que nunca, essa é a hora de se começar a orientar, novamente, motoristas, motociclistas, caminheiros e pedestres. Não dá mais para esperar…
GRAVAÇÕES: O CASO AINDA VAI LONGE
Os grandes acontecimentos nacionais (como a soltura de Lula) e até internacionais (a renúncia de Evo Morales, aqui pertinho, na Bolívia) tiraram do foco, ao menos momentaneamente, do caso das gravações de Delegados, fazendo denúncias contra autoridades e confessando que a Operação Pau Oco foi eivada de irregularidades. Engana-se quem acha que o assunto caiu no esquecimento. As investigações estão andando, tanto na área policial quanto do Ministério Público e do Judiciário. O ex governador Daniel Pereira, que teve sua casa revistada por policiais, com autorização judicial que teria sido dada depois que o Desembargador que autorizou a ação teria recebido informações falsas, o que o teriam induzido ao erro (segundo registra trecho de uma das gravações), garante que está acompanhando o assunto. E que vai até o fim, para que toda a história seja esclarecida. Várias pessoas já foram ouvidas, mas até agora os depoimentos não foram divulgados. Em breve, contudo, se terá mais noticias sobre o tema, que está longe de morrer. Pelo contrário…
PARA ONDE VÃO OS 2 TRILHÕES ARRECADADOS?
Os números são impressionantes. Até esta segunda de manhã, faltando 50 dias para terminar o ano, o Impostômetro já mostrava uma arrecadação de 2 trilhões e 134 milhões de reais de arrecadação, em todo o Brasil.. Vamos superar a de 2018, quando, até 31 de dezembro, arrecadamos 2 trilhões e 388 milhões. Para onde vai esse dinheiro todo? A injustiça nisso todo é que a União o pega para si grande parte desses recursos, para sustentar sua obesidade mórbida. Os Estados que sobrevivam como puderem. Já em Rondônia, continuamos com números superlativos. Até a segunda, arrecadamos 8 bilhões e 780 milhões de reais. No ano passado, até essa data a arrecadação chegou a 8 bilhões e 470 milhões. O crescimento do ano passado para agora, foi de 4,6 por cento. Estamos muito bem para arrecadar. Nosso problema é de todos os Estados: a grande maioria do dinheiro fica em Brasília. Tem saída para esse absurdo?
“EM MÉDIA, CONTA DE LUZ QUASE DOBROU”
“Não tem nenhum tipo de pressão que irá nos fazer recuar. Aos membros da CPI, deixo a mensagem de que façam o que tem que ser feito, de forma séria e responsável, pois contam com o nosso respaldo. Se teve uma instituição que deu a cara a tapa para enfrentar essa empresa, enfrentar esse problema, foi a Assembleia Legislativa e estamos aqui para reafirmar esse propósito”. O comentário faz parte de declarações que o presidente Laerte Gomes fez nesta segunda, durante audiência pública da CPI da Energisa, realizada na Câmara Municipal de Ji-Paraná. Ele protestou com veemência sobre a situação que o rondoniense está vivendo, em função da chegada da distribuidora em nosso Estado. “É uma causa que une a todos: trabalhadores, servidores públicos, empresários, produtores rurais. É muito sofrimento da população, que não consegue pagar mais a conta de energia. O cidadão de uma renda menor, tem que escolher pagar a energia ou comprar comida para a família. Isso não podemos aceitar. A conta quase que dobrou, em média, desde que a empresa Energisa iniciou suas operações”, lamentou. O encontro em Ji-Paraná, pela manhã, lotou completamente a Câmara, onde se realizou a audiência. No final da tarde, a CPI esteve em Cacoal. A questão do aumento nas contras e os cortes que estariam sendo feitos contra a atual legislação se mantiveram como as principais queixas dos consumidores. No final do mês, estará em mais duas audiências: uma em Guajará Mirim e outra em Jacy Paraná.
PERGUNTINHA
Quando as autoridades da segurança pública vão retomar o Orgulho do Madeira das mãos de bandidos, traficantes e marginais, que se adonaram do local e transformaram a vida dos moradores num verdadeiro inferno?