Artigo editado em: 31 de julho de 2019
Você tem paciência para contar os zeros? Veja esse número: 22 000 000 000 000,00. Vinte e dois trilhões de reais. Duas vezes o maior PIB do mundo, o da China. Mais de duas vezes todo o petróleo imaginado no pré-sal, outra das imensas riquezas que temos. Pois os 23 trilhões (isso mesmo! Não é engano: são trilhões), ou 104 mil reais para cada um dos 210 milhões de brasileiros, caso fosse dividido, é o valor da avaliação de todo o nióbio, um dos metais mais raros e mais caros do Planeta, que existem praticamente somente no Brasil. Mais de 98 por cento desse incrível mineral. Nosso país tem reservas avaliadas em quase 850 milhões de toneladas. Só dois estados brasileiros tem nióbio em abundância: a Bahia e, é claro, nossa Rondônia. Aqui, apenas numa jazida conhecida, localizada em Itapuã do Oeste, estudos da Companhia de Mineração de Rondônia apontam para a existência aproximada de 90 milhões de toneladas. Traduzindo isso em dinheiro, caso o produto fosse comercializado por preço justo no mercado internacional, isso daria mais ou menos (pasmem!) 3 trilhões de reais. O que, numa conta matemática simplória, daria 1 milhão e 765 mil reais para cada um dos 1 milhão e 700 mil habitantes do Estado. Todas essas contas foram feitas para demonstrar o que poderia representar a exploração do nióbio, tanto em nível nacional quando apenas dentro do território rondoniense. O problema que essa riqueza toda está em áreas de proteção ambiental. Intocada.
O que é o nióbio? É uma espécie de linha metálica inigualável no Planeta. Apenas algumas gramas dele, unidas ao aço, por exemplo, transforma o produto numa liga praticamente impossível de romper e, ainda, com muita maleabilidade. O nióbio é usado na construção de espaçonaves, de sensores de sondas espaciais, de turbinas de aviões, em aparelhos de ressonância magnética e até em usinas nucleares. Todos os equipamentos eletrônicos de ponta têm nióbio. E praticamente todos utilizam o nióbio brasileiro. Vários os usam do que sai de Rondônia. Nada fica para nós, os donos dessa riqueza imensa. Então, se temos toda essa fortuna, que deixaria rico, por exemplo, cada um dos habitantes deste Estado (velhos, crianças, bebês, homens, mulheres, jovens, enfim, toda a população!), para onde está indo todo esse dinheiro? Parte da resposta está numa afirmação do Presidente da República. Quando soube da grandeza da nossa mina de nióbio, Jair Bolsonaro comentou com empresários rondonienses que se reuniram com ele essa semana: “é por essas coisas que se compreende porque tem tantas ONGs estrangeiras na Amazônia!”. Capicce?
MINISTRO VEM DISCUTIR GARIMPOS
Sobre a questão mineral, aliás, tem mais novidades. O ministro das Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, vem a Rondônia nos próximos dias, tratar pessoalmente de um tema cada vez mais quente no contexto da economia do Estado: nossas riquezas minerais. O ministro foi convidado pelo deputado federal Coronel Chrisóstomo, para presidir um grande evento que pretende discutir profundamente a questão dos garimpos no Estado e as bases de uma política com uma futura ação controlada, onde ouro, diamantes, nióbio e outros minerais, que temos em profusão, possam ser explorados e os tributos arrecadados divididos entre os vários entes da Federação (municípios, Estado e União). A princípio, o evento, ainda com data a ser definida, seria realizado em Ariquemes. Não o será porque o aeroporto da cidade não comporta receber aviões de maior porte, como o que trará Bento Albuquerque a Rondônia. Ele só poderia aterrissar em Porto Velho, Ji-Paraná ou Cacoal, a princípio. A vinda do ministro será rápida, mas ele vem disposto a ouvir toda a situação em que, num cálculo não oficial, perdemos mais de 1 bilhão de tributos por ano, apenas com nossas riquezas contrabandeadas e que não nos deixam um só tostão. Chrisóstomo diz que a situação da garimpagem em Rondônia e na região vai mudar completamente, no governo Bolsonaro.
A PULGA ATRÁS DA ORELHA
No Presídio Federal de Porto Velho, uma operação da Polícia Federal descobriu várias irregularidades, por enquanto apenas administrativas, em que o diretor da Unidade estaria em conluio com servidores. Atestados médicos falsos, assinatura de ponto irregulares e até tentativa de coagir testemunhas fazem parte do pacote de acusações. Nada provado definitivamente ainda, o que coloca os envolvidos apenas na situação de suspeitos? Só que não! Fosse em outra instituição ou que houvessem, nelas, acusações de qualquer ordem, se poderia pensar assim, como reza a nossa Lei Magna. Contudo, estamos falando de um presídio de segurança máxima, onde estão detidos alguns dos maiores criminosos e chefes de facções criminosas do país e onde a lisura , sob todos os aspectos, tem que ser absolutamente total, sem qualquer outra conotação. Ali, onde os presos são milionários e podem comprar o que e quem quiserem, qualquer suspeita, seja qual for, deixa a população de cabelos em pé. Ora, se há suspeita de que, para ganhar alguns benefícios e alguns tostões, direção e alguns servidores tentam burlar a lei, por que não fariam coisa pior para ficarem ricos? Claro que não foi isso o que aconteceu, mas que todos ficamos com a pulga atrás da orelha, ah!, ficamos sim!
SEDAM: SEIS MIL LICENÇAS
Na Secretaria do Desenvolvimento Ambiental do Estado, a Sedam, o secretário Elias Rezende começa a apresentar os primeiros números positivos da sua atuação à frente do órgão. Embora ainda se ouça críticas contra a demora na liberação de licenças ambientais e planos de manejo, há uma clara diferença sobre como a Sedam agia anteriormente, em que um documento podia levar meses, senão anos, para ser liberado. Nome de total confiança do governador Marcos Rocha, de quem é aliado de primeira hora e vital na campanha que levou o Coronel para o Governo, Elias prometeu que a Sedam seria ágil, mas sem descumprir a complexa legislação ambiental. Tem procurado cumprir sua promessa. No primeiro semestre de sua atuação à frente da Secretaria, ele anuncia que foram liberados mais de 6 mil licenças ambientais em todo o Estado, “todas devidamente amparadas pela legislação”. Porto Velho foi o município com maior número de licenças emitidas (425). A segunda cidade foi Ariquemes, com 90 projetos aprovados e Espigão do Oeste, hoje a cidade que está sob os olhos da mídia nacional, pelos problemas lá recentemente ocorridos, outras 59. Todas as 52 cidades do Estado tivera algum projeto ambiental aprovado. “Ainda existem muitos entraves e estamos lutando contra eles. Contudo, pode-se dizer que avançamos solidamente em direção ao desenvolvimento do nosso Estado, sempre com os olhos voltados à proteção ambiental”, disse o secretário.
OS POLÍTICOS VÃO RESPEITAR?
A Prefeitura de Porto Velho anunciou, numa coletiva com o prefeito Hildon Chaves, o secretário de Educação, Márcio Felix; o presidente da Câmara, Edwilson Negreiros e de vários vereadores, uma mudança na forma de escolha dos diretores das escolas municipais. A intenção, segundo a nova decisão, é que acabem as indicações políticas e que os nomes sejam escolhidos através de lista tríplice, indicada pela própria comunidade escolar. Não deixa de ser uma boa ideia, não fosse um pouco da ingenuidade incutida nela. Ora, as escolas são vitais para campanhas políticas, principalmente na escolha do Prefeito e dos vereadores. Quem conhece a classe política sabe muito bem que ela não ficará de braços cruzados, sem se envolver com indicações e escolhas de parceiros e apaniguados. Perder o poder dentro das escolas significa, na prática, perder votos. Fosse em outro país, onde a política é coisa séria e dedicada à coletividade, a iniciativa seria eivada de positividade. Por aqui, onde os candidatos vendem a alma pelo voto (alguns vendem até um pouco mais), fica difícil acreditar que vai dar certo. Mas, no final, a descrença pode ser apenas raciocínio de um velho e ranzinza jornalista, que perdeu a esperança de que as coisas nesse meio vão melhorar. A Prefeitura de Porto Velho acredita. Tomara que ela é quem esteja certa!
MUITO ASFALTO PELA FRENTE
Além dessa questão dos diretores de escolas, Hildon Chaves abordou vários outros temas, durante o encontro da manhã da quarta com os jornalistas. É claro o entusiasmo do Prefeito quando começa a elencar um grande pacote de obras que está em andamento e de tantos outros que deverão entrar no rol dos que serão ainda realizados na atual administração. Há uma série de programas de asfaltamento já andando e, com a perspectiva de liberação de mais cerca de 57 milhões de emendas parlamentares para a Capital, ainda contingenciados pela União, Hildon terá uma bela verba para realizar seus planos. Ele diz que Porto Velho tem centenas de ruas para serem asfaltadas e que ele fará muito mais do que as administrações anteriores, também nesse quesito. Mais que isso, ele contará com 75 milhões de reais do empréstimo da Caixa Federal, para tocar em frente seus projetos daqui até o final do mandato, no final de 2020. Afora isso, o Prefeito também relatou suas últimas viagens a Brasília, onde levou vários pleitos, incluindo o que pede a conclusão imediata da ponte sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã, o que ajudaria em muito o desenvolvimento dos nossos distritos.
AGORA, O ALVO É A REFORMA TRIBUTÁRIA
O empresário César Cassol, um dos principais líderes do encontro de empresários rondonienses com o Presidente Bolsonaro e nada menos do que cinco ministros, no Planalto, na última terça, participou do programa Papo de Redação, com os Dinossauros do Rádio, na Parecis FM. Acompanhado de outro líder empresarial que se destacou no encontro, Francisco Chico Holanda, César foi só elogios a Bolsonaro. E afirmou que todos os principais pedidos apresentados pelos rondonienses mereceram atenção especial do Presidente. “Ele garantiu que vai autorizar a criação dos portos na fronteira da Bolívia, tanto em Guajará Mirim quanto Costa Marques. Falou que seu governo vai asfaltar a BR 319, que nos liga a Manaus”, destacou, entre outros assuntos, as decisões já anunciadas pelo Chefe da Nação. Nos próximos dias, outra comitiva de empresários do Estado – novamente liderada por César e Chico Holanda – volta a Brasília, só que dessa vez para um encontro com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia e com outra pauta. O grupo vai levar seu apoio incondicional à futura Reforma Tributária, que começa a ser discutida com mais profundidade. A comitiva terá pelo menos 50 dos maiores empresários do Estado. Enfim, os responsáveis pelo PIB do Estado começam a se movimentar pela Capital Federal. Todos querem ser ouvidos.
UM TIRO NO PEITO DO BANDIDO DE 16 ANOS
Em pouco mais de 48 horas, dois bandidos foram mortos em reação das vítimas, em Porto Velho. O primeiro caso foi na segunda-feira, quando uma dupla atacou um motoqueiro, que levava sua mulher e uma criança numa moto. O homem reagiu à bala. Matou um dos criminosos, que agonizou durante longo tempo na rua, sem ajuda de ninguém e mandou o outro para o hospital. Nessa quarta, outro caso semelhante. Sem temor, talvez por estarem drogados e acharem que nada lhes acontecerá, outros dois marginais atacaram outro motociclista. O primeiro caso aconteceu no bairro São Francisco. O da quarta, no bairro Jardim Santana. Um dos criminosos era pouco mais que um menino. Tinha apenas 16 anos e já era muito conhecido pela polícia, por participar de crimes e do tráfico de drogas. A vítima, um PM aposentado, reagiu quando a dupla fugiu com sua moto e ainda atirou contra ele. O garoto morreu na hora, com um tiro no peito. O outro bandido conseguiu escapar. Cada vez mais violentos e cada vez com menos medo da polícia, principalmente quando são “dimenor” e sabem que nada lhes acontecera, os criminosos andam abusando da sorte, além, é claro, de abusar das suas vítimas. Só que tem muita gente reagindo. Está acabando aquela tenebrosa e doentia filosofia de criminalizar quem se defendia. Agora a história está sendo outra. Os bandidos que se cuidem. Suas vítimas não estão mais dispostas a aceitarem, passivamente, a crueldade impetrada contra elas pelos canalhas.
PERGUNTINHA
Se você é rondoniense e tivesse direito a receber mais de 1 milhão e 750 mil reais com a exploração de apenas uma das minas de nióbio que temos, que recado você mandaria para os estrangeiros que não querem que exploremos nossas riquezas?