Artigo editado em: 19 de fevereiro de 2022
Dos cerca de 193 mil estudantes rondonienses, quase nove por cento fazem parte de um projeto que se amplia cada vez mais, não só aqui, como em todo o país. São acima de 17 mil alunos nas escolas estaduais e pelo menos três, com parceria federalizada, que convivem no dia a dia escolar, com uma forma diferenciada de aprendizado, principalmente relacionados com a disciplina e questões ligadas à formação militar. Em Rondônia, no governo Marcos Rocha, o número de escolas militares cresceu muito. Aliás, esse tipo de ensino faz parte do programa do planejamento estratégico do governo, ou seja, criar escolas militares ou transformar algumas já existentes, tornando-as sob administração militar. São 11 escolas sob o controle da PM; duas administradas pelo Corpo de Bombeiros e três pelas Forças Armadas, integrando milhares de estudantes nesse pacote. Só em Porto Velho, são três educandários com este viés. O primeiro de todos, o Colégio Tiradentes; o antigo Colégio Manaus e uma escola no distrito de Jacy-Paraná. Há também esse tipo de escola em Vilhena (a terceira naquela cidade está sendo criada agora); Ouro Preto, Ji-Paraná, Rolim de Moura e Jaru. Ainda na Capital, mas com cunho federal, existem três escolas ligadas às Forças Armadas, chamadas de PECIM (Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares). São instituições patrocinadas e administradas por representantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Têm apenas o diferencial de que o diretor é sempre um civil. Duas já foram criadas, a partir da adesão autorizada pelo governador Marcos Rocha. Uma delas é a então Ulysses Guimarães, na zona leste e a outra a escola Daniel Nery. Está sendo implantado o projeto PECIM na Escola Petrônio Barcelos, já autorizada a funcionar dentro do projeto especial, criado no governo Bolsonaro. Tanto nos educandários estaduais como nos três federais, toda a administração, a forma do ensino, a disciplina, os históricos escolares, são produzidos com currículos comuns, mas há sempre o direcionamento para questões como diferenciação na forma de vestir, no corte de cabelo, no ensino de valores e outras questões de aprendizado e comportamento.
É inegável o sucesso que esse tipo de escola está criando, pela qualidade do ensino e pela disciplina diferenciada com que os alunos são formados. O que se ouve é que nas provas para o ingresso nas Universidades, estudantes deste tipo de instituição têm tido boa performance. Outra questão a se destacar, para afirmar que o sistema de ensino deu certo, eram as enormes filas que se formavam em frente às escolas militares, nos tempos de matrículas, com milhares de pais até madrugando, buscando uma vaga para seus filhos. Claro que há também críticas, embora pontuais. Alguns pais não aceitam que seus filhos não possam usar roupas diferentes; terem cabelos compridos; usarem brincos ou fazerem tatuagens, tudo isso proibido nessas escolas. Nesses casos, as direções sugerem que os estudantes insatisfeitos procurem outro tipo de educandário.
FEDERAÇÕES QUEREM UNIR LIDERANÇAS POLÍTICAS QUE SE CONFRONTAM, MAS QUESTÕES REGIONAIS COMPLICAM ACORDOS NACIONAIS
Se os políticos e os eleitores não se perderem na loucura desse ano eleitoral, por causa das mudanças que vão reger a disputa de outubro, nada mais irá atingi-los. Um dos maiores problemas será a formação de federações ( o novo apelido das coligações e alianças), que terão que ser mantidas por quatro anos. Com uma classe política como a nossa, com nenhuma ideologia que não seja a própria sobrevivência política; com o sistema constante de troca de partidos, amigos e parceiros como raramente se vê em outros países democráticos, como manter essas formações por longos e intermináveis quatro anos? Casos inacreditáveis estão se formando, assim como parcerias jamais imaginadas, como por exemplo a de Lula com Geraldo Alckmin. Agora, políticos do PSDB estão tentando acordos com o MDB e ambos já falam numa federação com o novo União Brasil. Como juntar tantos interesses num pacote assim. O site Rondoniagora detectou outro caso impressionante, em nível regional. Uma aliança entre emedebistas e membros do União Brasil, colocariam no mesmo palanque dois duros adversários locais: o ex-governador Confúcio Moura com o atual governador Marcos Rocha. Se os tucanos entrassem na tal federação – e as conversas estão em andamento em nível nacional – no mesmo grupo ainda se somariam Mariana Carvalho, Mauricio Carvalho e Hildon Chaves, entre outros nomes conhecidos da política local. Como colocar toda essa gente, com visões políticas e interesses totalmente diferentes, no mesmo palanque? A confusão está formada e não se sabe onde ela vai acabar, principalmente pelas divergências regionais.
JAPONÊS, MAIS UM PREFEITO DE VILHENA É CASSADO PELA JUSTIÇA ELEITORAL. EM 2018, FOI A VEZ DE ROSANI DONADON
A complexa legislação eleitoral continua mexendo com as estruturas da política local. Nesta quinta-feira, por exemplo, o Tribunal Regional Eleitoral cassou os mandatos do prefeito de Vilhena e da sua vice, Patrícia da Glória, por abuso do poder político e econômico. Ao começar o segundo ano do seu novo mandato, já que foi reeleito, Eduardo Japonês foi afastado do cargo e, ainda, perdeu seus direitos políticos por oito anos. A única forma de se manter no cargo, é a de conseguir, agora, uma liminar no Supremo Tribunal Federal. Dependendo do que ocorrer nos próximos dias, quem assume o comando da administração municipal de uma das mais importantes cidades do Estado, será o presidente da Câmara, Ronildo Pereira Macedo, que comandará a administração municipal até que seja realizada nova eleição. Tanto o prefeito que agora perde o mandato quanto sua vice vão recorrer e garantem que se manterão no cargo até decisão final do TSE, mas essa posição é contestada. A tendência, dentro da atual lei eleitoral, é que realmente os dois mandatários de Vilhena possam recorrer à instância superior, mas teriam que recorrer fora do mandato, conforme informa o advogado Juacy Loura Júnior, que foi o advogado dos proponentes da ação de cassação. Os crimes eleitorais, detectados pela legislação que rege as eleições, têm mexido com a política nacional. Agora foi a vez de Vilhena, onde não se sabe quais os próximos passos e quando, se realmente assim for definido, acontecerá a nova eleição para concluir o atual mandato. É o segundo caso de Prefeito cassado, em poucos anos. Em 2018, foi cassada a então prefeita Rosani Donadon. Foi naquela eleição extra que Eduardo Japonês foi eleito.
CORREMOS ATRÁS DE FERTILIZANTES – INCLUINDO UREIA – PELO MUNDO AFORA, MAS A TEMOS AQUI AO LADO, NA BOLÍVIA
Enquanto o Brasil percorre o mundo – como o fez o presidente Bolsonaro nesta semana, na sua ida à Rússia – em busca de comprar mais fertilizantes para o agronegócio, Rondônia e a região norte têm um parceiro aqui mesmo, muito próximo, que pode nos abastecer principalmente com ureia, tão importante para a criação do nosso gado, hoje o sétimo rebanho do país. Há, contudo, um grupo de rondonienses (à frente, entre outras personalidades, o deputado federal Lúcio Mosquini e o empresário César Cassol) que lutam há muito tempo para que as barreiras comerciais entre Brasil e Bolívia diminuam, para que possamos ampliar significativamente nossa pauta comercial com nossos vizinhos, Precisamos muito da ureia e de outros produtos bolivianos, enquanto podemos vender a eles uma série de produtos industrializados ou não. Não fosse a imensa burocracia dos dois lados da fronteira – como tem repetido César Cassol – já poderíamos ter um incremento inacreditável nos negócios com os irmãos bolivianos. Neste momento, por falta de matéria prima, a Bolívia diminuiu sua produção de ureia, mas deve normalizá-la em breve. Das 750 mil toneladas/mês, a maioria pode ser direcionada para o mercado brasileiro e principalmente para Rondônia, onde o produto é vital para a criação de gado. É sempre bom lembrar que temos o sétimo rebanho do país, caminhando para 16 milhões de cabeças de gado e que somos o Estado com maior rebanho do país, livre de aftosa sem vacinação.
UM ENCONTRO DECISIVO PARA COSTA MARQUES, AGORA HABILITADO COMO MUNICÍPIO DE FRONTEIRA ALFANDEGADO
Sobre as relações comerciais com a Bolívia e as questões de fronteira, uma reunião virtual, realizada na última sexta-feira, com a participação de autoridades rondonienses e da Receita Federal, avançaram em muito na questão da implantação da Balsa em Costa Marques, com o necessário alfandegamento. Pela Receita, participaram nada menos do que seis autoridades, incluindo Júlio César Vieira Gomes, secretário especial. O delegado da RF em Rondônia, Murilo Cerqueira, também, foi um dos participantes, assim como Omar Rubim, superintendente da 2ª Região. O grupo de rondonienses também foi peso-pesado. O líder da bancada federal, Lúcio Mosquini, propôs e coordenou a reunião. Dela participaram o senador Confúcio Moura, o prefeito de Costa Marques, Wagner Miranda; o deputado Eurípedes Lebrão e o empresário César Cassol, além de vários representantes da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Em mais uma rodada de negociações, ficou definida a autorização da Receita Federal para a implantação da Alfândega no porto de Costa Marques, o que vai abrir uma perspectiva enorme de ampliação dos negócios com os bolivianos. Outra informação importante é a autorização da ANTAQ abriu processo de concessão da travessia em Costa Marques e também houve a confirmação da habilitação da cidade como município de fronteira alfandegado. Falta agora muito pouco para que Costa Marques se torne também uma área fronteiriça das mais importantes, nas relações do comércio entre os dois países.
SECRETÁRIO DIZ QUE A CURVA DO CORONAVÍRUS ESTABILIZOU. CASOS E MORTES DEVEM COMEÇAR A CAIR NOS PRÓXIMOS DIAS
“Graças a Deus, a curva estabilizou. Já estamos no quinto dia com tendência de queda dos casos de Coronavírus. A partir do dia 20, certamente teremos a confirmação desta queda!”. As afirmações são do secretário de saúde do Estado, Fernando Máximo, ao destacar também que estão sendo somadas várias ações para isolar as pessoas contaminadas, evitando que a doença se espalhe novamente. Segundo o secretário, no último final de semana, foram feitos Drive Thru em 11 municípios: Porto Velho, Ouro Preto, Espigão, Rolim, Alta Floresta, Santa Luzia, São Miguel do Guaporé, Seringueiras, São Francisco, Costa Marques e Guajará. Neste sábado e domingo, as cidades atendidas com Drive Thru serão Colorado, Cerejeiras, Pimenteiras, Novo Horizonte, Mirante da Serra, Alvorada, Ariquemes, Buritis e Campo Novo. Com isso, serão completados nada menos do que 45 Drives Thru. Máximo destaca que “a agenda está muito pesada, mas também muito produtiva. Com isso temos conseguido isolar os casos positivos, quebrando a cadeia de transmissão do vírus. A testagem em massa, associada ao aumento da vacinação; a ampliação de leitos clínicos e de UTI e contratação de grande quantidade de profissionais têm garantido controle da pandemia e melhorias na saúde”. Para o titular da Sesau, “mantendo a economia crescendo, com o comércios, indústrias, igrejas e academias abertos e as pessoas nos seus devidos empregos”. Com tudo isso há uma esperança na área da saúde que tenhamos, ao partir de agora, uma queda acentuada no número de casos e de mortes pelo vírus assassino.
VACINAS ESTÃO SOBRANDO. ENTÃO POR QUE NÃO APLICAR A QUARTA DOSE NO PÚBLICO QUE CORRE MAIS RISCOS?
Até a sexta-feira, 2 milhões e 596 mil doses de vacinas já haviam sido aplicadas nos rondonienses. Mais de 1 milhão 260 mil da primeira dose e o restante da segunda dose, dose única e a terceira, de reforço, além das 25 mil em crianças a partir dos cinco anos. O Estado já recebeu, do Ministério da Saúde, nada menos do que 3 milhões 162 mil vacinas. Isso significa que pelo menos 556 mil doses ainda não foram aplicadas. Um bom percentual delas está sendo guardado para a segunda dosagem, mas algumas até para a primeira, já que pelo menos 200 mil rondonienses, entre os quais mais de 30 mil porto velhenses, simplesmente não procuraram os postos de vacinação, para serem imunizados. Ou seja, há vacinas sobrando. Um dos mais renomados médicos de Rondônia, que prefere que seu nome não seja citado, está provocando, por este Blog, um novo debate sobre este tema. Já que há uma multidão que tem acesso às vacinas, mas as ignoram, ou seja, essa gente não quer ser imunizada, por que não utilizar parte das doses, para aplicar como a quarta e necessária dose em pessoas idosas, com comorbidades e outras que tanto precisam de proteção especial? Em vários países e em alguns Estados brasileiros, a quarta dose já é uma realidade, até para proteger as pessoas das novas cepas do vírus que estão surgindo. Não é o caso das autoridades da saúde pública analisarem com cuidado uma sugestão como essa, que pode ajudar a salvar muitas vidas?
CACOAL EMBAIXO D´ÁGUA. PIMENTA BUENO TAMBÉM. SÃO AS CHUVAS QUE NÃO PARAM EM TODO O ESTADO
Assustadora a situação de algumas cidades do interior de Rondônia, com as intensas chuvas dos últimos dias, que, aliás, pioram ainda mais neste final de semana. Em Cacoal, a situação é mais dramática, com o transbordamento do rio Pirarara, que já deixou dezenas de famílias desabrigadas. Prefeitura e Governo do Estado estão trabalhando em parceria, tentando amenizar o problema, mas a verdade é que este grave problema ocorre praticamente todos os anos e, ao que parece, jamais será solucionado. A enchente já chegou com força também em Pimenta Bueno e bate nas portas de Ji-Paraná. As previsões do tempo, infelizmente, preveem muito mais chuvas pesadas neste inverno amazônico que veio com tudo. Em Rondônia, ao menos por enquanto, só se computou prejuízos materiais, alguns bastante significativos e muitos desalojados. Terrível, contudo, continua sendo a situação de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Lá, já se contabilizavam até a manhã do sábado nada menos do que 137 mortos; mais de 200 desaparecidos e quase mil desabrigados. E as chuvas não param, tanto no Rio quanto em Minas, quando na Bahia e, agora, lamentavelmente, também em várias cidades rondonienses.
CASAL DE LÍDERES DA LCP É BRUTALMENTE ASSASSINADO: A VIOLÊNCIA NO CAMPO CONTINUA ATINGINDO TODOS OS LADOS
A violência no campo continua crescente em Rondônia. Donos de fazendas e seus familiares foram assassinados. Policiais têm sido mortos. Membros de grupo de invasores de propriedades têm morrido, em confrontos com a polícia. Toda a semana, sabe-se de mais e mais vidas perdidas, numa violência sem fim, que coloca nosso meio rural como uma espécie do velho oeste americano, quando as coisas se resolviam na bala. As últimas vítimas foram dois importantes membros do mais temido grupo que ataca fazendas no Estado, a Liga dos Camponeses Pobres, a LCP. A mulher, tesoureira da Liga e seu marido, foram covardemente assassinados e a camioneta do casal queimada. Quem cometeria um crime bárbaro desses? Há algum tom de vingança ou é uma espécie de guerra interna? O duplo homicídio foi atendido por policiais do Batalhão de Fronteira e as investigações agora estão sob a responsabilidade da Polícia Civil. Incentivados durante anos por governos esquerdistas, os invasores e destruidores de propriedades, agiam praticamente sem qualquer oposição. Nos últimos três anos, contudo, o quadro mudou completamente. Uma nova visão política no país colocou as coisas nos seus devidos lugares e o império da lei e da ordem tem voltado, mesmo ainda com enormes dificuldades, até porque alas aparelhadas de algumas instituições, ainda fecham os olhos para este tipo de crime. Enfim, a violência ainda comanda o campo. São resquícios de tempos nebulosos que vivemos e que, se espera, não voltem jamais.
PERGUNTINHA
O que você achou da acusação do ministro Luís Roberto Barroso, afirmando, como verdade, a partir de acusação do ex-ministro Raul Jugmann, de que o presidente Bolsonaro mandou caças da FAB voarem baixo em Brasília, para quebrar os vidros do prédio do STF, quando o caso aconteceu em 2012, durante o governo de Dilma Rousseff?