Artigo editado em: 5 de outubro de 2019
Chega perto do impossível as mudanças. A tendência é de que esse país nunca mais mude, na essência. Vamos viver de discursos, propostas, sonhos, mas na Hora H, o que vai valer mesmo é a força de quem advoga o oposto; das grandes e poderosas forças internacionais; das ONGs que nos comandam; das instituições aparelhadas. Há grande chance de que isso ocorra também em relação ao aproveitamento das nossas riquezas minerais. Os mesmos que aprovam que o Brasil tenha mais de 700 estatais, que deram emprego durante longo tempo à “cumpanheirada”; que aceitam que o contrabando e os grandes conglomerados tenham acesso às nossas riquezas, mas não nós, brasileiros. Não só aparelharam as aldeias indígenas, também com apoio de parte da Igreja Católica, como ainda convenceram muitas lideranças (a maioria, na verdade), que os “bandidos” querem invadir suas terras, destruí-las e destruir as tribos, apenas pela ganância de retirarem as imensas riquezas minerais que temos. Impõem uma ideologia que ainda domina corações e mentes; envolvem estudantes, alguns pressionados por seus professores e só aceitam um país que seja gerido sob seus auspícios. Um resumo do que se está falando, o que aconteceu na sexta-feira, no Ifro, durante uma audiência pública que tratava de uma nova legislação sobre aproveitamento das nossas riquezas minerais e que deveria ser compartilhada, para melhorar o país e a vida de todos.
Algumas reações foram incríveis. Do Ministério Público Federal, do alto dos seus poderes, que se negou a participar do evento, porque as lideranças indígenas não foram convidadas ao desespero de alguns professores em tirar seus alunos da audiência, levando-os para outra sala, onde índios discursavam, transmitindo pavor e pânico, dizendo que suas terras seriam tomadas e as aldeias destruídas, o que se viu foi um pacote de certezas de que não será fácil termos um novo Brasil, com tantas forças contrárias a isso. O governo brasileiro até que tenta, mas o que se está vendo é que apenas uma parte da Nação quer mesmo transformações. A outra prefere que tudo fique como está, que sejamos eternamente uma Republiqueta, aceitando que o que é nosso vá enriquecer gente que não fala Português, mas que tem a linguagem comum da estatização, da miséria compartilhada, da falta de tudo. A força deles é bem maior que a nossa, que exigimos um novo país. Corremos sério risco de perdermos também a guerra dos minérios, que poderiam nos transformar numa superpotência. Tivemos muitas outras perdas, algumas que nada têm a ver apenas com ideologia, mas com rabo preso, desrespeito ao futuro, temor de ser pego com a mão na massa. Fomos derrotados na Reforma da Previdência, que vai acabar resultando em pouco mais da metade, em economia, do que poderia ser. Já fomos derrotados no Projeto anticrime de Sérgio Moro, transformado num Frankenstein no Congresso. Perdemos também com a Lei de Abuso de Autoridade, ao tentar colocar o Judiciário de joelhos. Eles estão ganhando. Nós estamos perdendo feio!.
BAGATTOLI FORA DO PSL
A sexta-feira confirmou o que a coluna já havia antecipado há alguns dias. O empresário Jaime Bagattoli, de Vilhena, que saiu do anonimato no Estado para uma votação de 212 mil votos para o Senado, quase desbancando o duas vezes governador Confúcio Moura, não é mais membro do PSL. Ele foi o primeiro empresário a acreditar na candidatura do agora governador Marcos Rocha e os dois ficaram muito próximos. Até que Rocha tivesse ganho o governo e começado a preparar sua equipe. As divergências teriam começado ali. Com poucos meses no Poder, o dois tiveram um encontro em Vilhena, quando apareceram abraçados e com as pazes restabelecidas. Durou pouco. Semanas depois, novo rompimento e, dai, definitivo. Bagattoli e alguns dos seus seguidores (entre os quais o Coronel Chrisóstomo, eleito o único deputado federal do Partido), se afastaram ou foram afastados completamente da administração estadual. Bagatolli esteve com o presidente Bolsonaro, numa conversa de mais de uma hora, quando anunciou sua decisão de deixar o partido. Bolsonaro, alias, também estaria com um pé fora do PSL. Bagattoli entregou seu pedido de exclusão ao PSL e ficará, por enquanto, sem partido. Pode esperar e ver para que lado irá Bolsonaro. Poderá segui-lo, então. Ele é pré candidato á Prefeitura de Vilhena.
LAERTE COMEÇA COM O PÉ DIREITO
Quem começou o final de semana comemorando, foi o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Laerte Gomes. Uma pesquisa feita pelo Instituto Haverroth, de Vilhena, o coloca bem à frente dos demais nomes hoje citados como pré candidatos à prefeitura de Ji-Paraná. Pela pesquisa, Laerte Gomes (PSDB), aparece na frente com 28,6%; o deputado Jhony Paixão (Republicanos) marcou 14,2%; o Dr. João Durval (PP) garantiu a terceira colocação praticamente empada com o deputado Paixão com 14%; o ex-vereador Isaú Fonseca (MDB) vem em quarto com 13,6%; e o prefeito Marcito chegou em quinto com 11,5%. Não souberam responder: 18,1%. Lógico que é muito cedo ainda e que muitos nomes que poderão estar na disputa, não apareceram na pesquisa, feita longos meses antes da corrida pela Prefeitura. Mas é claro que Laerte, que se movimenta em todo o Estado, comanda a Assembleia e ainda faz um mandato com muitas ações que atendem as necessidades de Ji-Paraná, começa com o pé direito. Mas é sempre bom lembrar: não há campanha ainda e muita água vai rolar embaixo da ponte.
MUITOS CANDIDATOS PARA POUCO POVO
Começou a CPI da Energisa. Nesta segunda, já seriam ouvidos o secretário de segurança pública, coronel José Hélio Pachá e o delegado geral da Polícia Civil, Samir Fouad Abboud. Os questionamento, basicamente se relacionam sobre a participação de policiais no acompanhamento a serviço da empresa, quando são feitas vistorias e cortes de energia e, obviamente, onde pode haver reações. A partir de agora, estão sendo confirmados os calendários de depoimentos, de audiências públicas e reuniões, até que o relatório final, assinado pelo deputado Jair Montes, seja emitido. O prazo para que isso ocorra é de 90 dias a partir da instalação da CPI, mas Montes quer concluir tudo até 10 de dezembro. O que se tem que ter muito cuidado – e tomara que o presidente Alex Redano e os demais membros da Comissão o tenham – é o de não torná-la palanque para os candidatos de 2020. Na última quinta-feira, foi convocado um protesto em frente à empresa, no centro da Capital. Quase nada de público, mas tantos candidatos a candidato que tiraram, sem dúvida, qualquer ação que pudesse ser considerada espontânea, vinda da própria comunidade. Afora isso, a CPI tem tudo para prestar um relevante serviço à população e ao Estado (certamente também à própria Energisa, ajudando-a a corrigir rumos), principalmente se conseguir algum avanço, via Aneel e Ministério das Minas e Energia, para que baixe o preço abusivo das tarifas que estão sendo cobradas em Rondônia.
O PROTESTO DO GOVERNADOR
Aliás, sobre o preço da energia, vale registrar um desabafo escrito, nessa semana, pelo governador Marcos Rocha. Ele, que tem falado menos com a imprensa e cada vez mais pelas redes sociais, considerou também exagerado os valores que chegam nas contas que o rondoniense tem que pagar. Rocha tratou desse assunto, nesta sexta passada, numa longa conversa com o ministro das Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, que esteve por aqui. Num dos trechos publicados em suas páginas no Facebook, o Governador escreveu: “ Uma energia barata, com tarifas módicas e a prestação de serviços dignos é o único caminho para um Estado que almeja tornar-se grande e atender com dignidade e qualidade a população. Estamos trabalhando desde Janeiro, reorganizando Rondônia de acordo com o que defendemos na campanha. Entretanto existem heranças que não serão vencidas sem um trabalho inteligente, feito com união. Desde o início do ano estamos enfrentando o exorbitante valor da energia elétrica. Um absurdo que atenta contra nossa dignidade. Nos últimos meses apuramos a complexidade do tema e como tomarmos atitudes certeiras, sem demagogia, a fim de solucionarmos esse problema. O mais importante é mudarmos essa situação a curto e a longo prazo, pois um Estado que produz energia para todo o país, não pode continuar refém de situações como essa”.
SOS JOÃO PAULO CHEGA ÀS RUAS
Uma campanha importante está nas ruas. Elaborada e produzida pela competente Minha Agência, responsável pela Publicidade do Governo, ela conclama a população “por amor à vida”, a ter “prudência no trânsito”. A iniciativa faz parte do projeto SOS Joao Paulo II, criado pelo secretário de saúde do Estado, dr. Fernando Máximo e sua equipe, que têm lutado desde o primeiro dia da atual administração para diminuir a superlotação do nosso único e deficiente Pronto Socorro. O João Paulo está sempre com muito mais pacientes do que suporta, principalmente pelo número absurdo de acidentes de trânsito. Em cerca de 70 por cento dos casos em que há feridos graves, alguns que ficarão com sequelas para o resto de suas vidas (além de muitos mortos), as vítimas são motociclistas ou caronas, gente de todas as idades. Seria positivo, aliás, se o Detran, órgão milionário e que há anos não faz campanhas publicitárias para diminuir os acidentes, entrasse também nesse pacote, apoiando o SOS João Paulo II, com pelo menos parte dos vultosos recursos que recolhe. Mas daí já é outra história…
MAIS GENTE PARA O TRÂNSITO
Por falar em trânsito e no Detran, o Sindicato dos Servidores do órgão realiza uma audiência pública nesta segunda-feira a partir das três da tarde, na Assembleia Legislativa, para pedir mais trabalho. Isso mesmo! Convocada pelo deputado Anderson Pereira, a audiência quer propor a regulamentação da função de Agente Da Segurança Viária. Hoje, essas equipes trabalham apenas nas blitz da Lei Seca. Eles propõem uma ação mais ampla, indo para as ruas orientar e proteger os motoristas, principalmente nos horários onde se registram mais acidentes nas ruas de Porto Velho (8h da manhã; 12 horas e 18 horas). A questão será debatida no encontro desta segunda e os resultados encaminhados ao Detran e ao Governo do Estado. A princípio, o assunto deve ter atenção especial, porque quanto mais gente cuidando do trânsito caótico de Porto Velho, melhor para quem trafega pelas ruas da Capital.
COMEÇA O SÍNODO DA AMAZÔNIA
Está longe de haver unanimidade e consenso entre bispos católicos que vão participar do Sínodo sobre a Amazônia, proposto pelo Papa Francisco, que começa neste domingo e vai até o dia 26 próximo. A chamada ala progressista da Igreja, cujo representante maior é o Santo Padre, quer discutir questões que envolvem terras indígenas e até autorizações especiais para que índios possam ser ordenados como padres, em regiões remotas. Há também, é claro, uma clara intenção de ingerência política na região, que embora pertença ao Brasil, sempre é alvo da cobiça internacional. Já a ala mais conservadora da Igreja vai espernear contra decisões que possam representar mudanças profundas nos conceitos católicos. O Sínodo, ao final, pretende divulgar um texto sobre os temas debatidos, se posicionando, como pretendem os “progressistas”, como baluartes dos povos indígenas e seus territórios. É bom saber que pode sobrar para o governo Bolsonaro. Vamos aguardar para saber se isso será real ou não.
PERGUNTINHA
O que você achou da descoberta de que toda a história de que o ex Procurador Rodrigo Janot, que teria ido ao STF para matar o ministro Gilmar Mendes, foi tudo invenção, já que ele sequer estava em Brasília no dia do pretenso crime?