Artigo editado em: 20 de março de 2021
Começa, enfim, a se concretizar um grande plano nacional de produção de vacinas, que pode chegar, a médio prazo, a um total de 138 milhões de doses, o que permitiria a imunização de mais 69 milhões de brasileiros, afora os perto de 12 milhões que já estão imunizados. Se tudo correr conforme os planos, ainda daqui para a frente e até meados de agosto, teríamos cerca de 81 milhões de pessoas, ou 38 por cento de toda a população do país, praticamente livre da doença. Melhor ainda, neste pacote deverão estar todos os brasileiros dos grupos de risco. A partir daí, se poderá começar a vacinar os demais grupos, que são menos suscetíveis ao vírus ou que, atacados por ele, têm reações menos agressivas e nenhum risco de morte. O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, está comemorando o anúncio da Fiocruz de que passará a produzir 1 milhão de doses diárias. Embora sejam compras diferentes, com o grande aumento de produção, poderá ficar menos complicada a liberação das 400 mil doses compradas por Porto Velho (o dinheiro já está numa conta do Banco do Brasil e só poderá ser retirado pelo laboratório depois da entrega do imunizante). O governo do Estado, que tem disponíveis 50 milhões de reais para comprar vacinas, também poderá fazê-lo, nesse mesmo raciocínio. O mesmo vale para a decisão da prefeita de Ariquemes, Carla Redano, que já encomendou 100 mil doses. Ou seja, com a alta produção da Oxford/AstraZeneca, há sim previsões otimistas para que muitos outros prefeitos possam conseguir recursos para a compra dos imunizantes, único caminho seguro para conter a terrível e destruidora Covid 19.
A questão é: o que fazer até que as vacinas cheguem em profusão? Uma das soluções seria o tratamento precoce, mas há muitos profissionais da Medicina e políticos que preferem ver seus hospitais lotados, suas UTIs cheias de gente agonizando e morrendo, do que dar o braço a torcer e reconhecer que, tratada bem no início, a doença é controlável. Se não em todos os casos, ao menos na maioria deles. Como a questão do uso de medicamentos que ainda não tem comprovação científica, mesmo que muitos estudos e a prática garantam sua eficácia, tornou-se um dos principais motes de uma guerra política entre oposição e governo ou esquerda e direita, neste quesito não há muito o que fazer. Ignorando resultados que aparecem aos borbotões, em várias cidades, onde os números de internados e mortos caíram bastante por causa do tratamento precoce, o que importa, ao que parece, mais que tudo, é a ideologia pessoal, do que qualquer forma de salvar vidas. Então, enquanto as vacinas não chegarem, vamos continuar tendo que a assistir a esse espetáculo dantesco de ideologias mais importantes do que a vida humana. Trágico, para não dizer algo pior!
EM 72 HORAS, ESTADO RECEBEU 48.600 NOVAS DOSES DE VACINAS
Para Rondônia, aliás, as coisas já começaram a melhorar. Na quarta-feira, recebemos 25.200 novas doses da Coronavac. Neste sábado, num anúncio surpreendente, daqueles que ninguém esperava, o Ministério da Saúde enviou mais 23.400 doses, entre Coronavac e Oxford. Fazendo uma conta simples, em uma semana, com as 48.600 doses que chegaram, mais 36.900 rondonienses poderão ser imunizados. Somando-se às 62.465 já vacinadas, ao menos com a primeira dose, a imunização atingirá, a curto prazo, um total que se aproxima dos 100 mil rondonienses, ou seja, 5,8 por cento de toda a população. Com as doses recebidas em apenas 72 horas, Rondônia terá condições de imunizar mais de 50 por cento de todos os vacinados até agora. A outra boa notícia foi a chegada de cinco mil litros de oxigênio líquido, o que acaba de vez com o risco de passarmos pela crise de Manaus , por causa da falta do produto. Mesmo ainda com tantos contaminados e tantas mortes por dia, já surgem algumas boas novas no contexto da guerra ao vírus. Até agora só perdemos. Será que estamos começando a virar o jogo?
POR ENQUANTO, SÓ INCOMPETÊNCIA E NENHUMA SOLUÇÃO
Entre a cruz e a espada, muitas autoridades brasileiras estão perdidas, em busca de alternativas que possam diminuir a fúria do Coronavírus, as superlotações de hospitais e UTIs e o número dramático que caminha para 3 mil mortes diárias, no país. Resta apenas rezar, a milhares de doentes, envolvidos em teorias que impedem algum tipo de tratamento precoce a eles; deixados de lado por prefeitos incompetentes e que apenas lavam as mãos, ao invés de partirem para ações efetivas que protejam sua gente; sem mais leitos hospitalares e sem UTIs, mesmo depois da verdadeira derrama de dinheiro da União que jorrou em seus cofres. Recorre-se a soluções que não dão certo, como o Lockdown, para atender interesses que, um dia, serão julgados pela História. Todos falam, todos discursam, todos prometem soluções, enquanto nada dá certo, a não ser mais contaminados e mais covas abertas nos cemitérios. Enquanto a vacina não chega, eles se esbaldam em teorias e medidas pífias. E os médicos que querem usar os medicamentos “não aprovados pela Ciência”, são maltratados e demitidos em hospitais. Esses pelo menos salvam vidas, mesmo perdendo seus empregos.
A PONTE, ENFIM, FICA PRONTA EM ABRIL. BOLSONARO VEM AÍ!
Bem, agora a coisa ficou melhor. Passou o 18 de março e, claro, o presidente Bolsonaro não veio a Rondônia para inaugurar a ponte sobre o rio Madeira, na ponta do Abunã. Por um motivo simples: ela não está pronta. Deveria estar neste março, mas a dura temporada de chuvas atrasou novamente o cronograma. Mas, agora, a história é outra. Segundo o engenheiro Fernando, do Dnit, a sexta-feira marcou o final da concretagem da última laje. Agora, só faltam os últimos detalhes no entorno e acesso do lado de cá do rio Madeira, para que a ponte seja finalmente entregue e possa ser inaugurada. Não há uma data exata, mas é muito provável que tudo esteja concluído na primeira quinzena de abril, quando o trânsito pela ponte poderá ser liberado ao tráfego, ligando pela primeira vez na história, o Estado do Acre de toda a região até o Pacífico, ao restante do Brasil, por terra. Nos próximos dias, será anunciada a data definitiva para que Bolsonaro anuncie, enfim, sua vinda ao Estado, para a entrega definitiva da ponte.
COMÉRCIO AINDA ABERTO. AO MENOS ATÉ A QUARTA-FEIRA
Na próxima quarta-feira, dia 23, a questão do fechamento mais duro em Rondônia e até um possível Lockdown, será decidido pelo Judiciário. Na última sexta-feira, depois de uma longa reunião, provocada pelo Ministério Público, que quer o retorno do decreto do governo e da Prefeitura do “fecha tudo”, medidas mais restritivas foram novamente rejeitadas pelo juiz Edenir Sebastião, da 2ª Vara da Fazenda Pública. O magistrado novamente ouviu todos os lados, atentou para as ponderações, respeitou todos os argumentos, mas, no final, considerou que a validade do decreto atual, que permite a abertura do comércio de segunda a sexta, mas fecha nos sábados e domingos, deve ser mantida até dia 23. A venda de bebidas alcoólicas continua proibida e outras restrições do decreto continuam valendo. Empresários e poder público devem realizar uma intensa campanha de conscientização, tentando envolver toda a coletividade para os cuidados extremos que o momento da pandemia exige, até, pelo menos, que o sistema de saúde comece a ficar menos pressionado e hospitais e UTIs tenham mais leitos livres. Ambos, neste momento, estão superlotados; o contrário é recorde e as mortes também.
AMBULÂNCIAS EM CARREATA: MAIS ROLO PARA ADAILTON FÚRIA
O jovem prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, está enfrentando não só uma dura oposição em sua cidade, mas seu posicionamento contra cuidados em relação à pandemia e a manutenção de todas as atividades comerciais, ignorando o decreto do Governo do Estado, o colocou em rota de colisão também com a administração estadual. Uma consequência desse atrito já está na área do Judiciário. Ação Civil Pública impetrada pelo Estado, na 4ª Vara Cível, quer que Adailton Fúria seja obrigado a cumprir as medidas sanitárias e de prevenção contra a Covid 19, definidas no último decreto governamental e que está em vigor para todas as cidades rondonienses. Fúria até agora tem se negado a cumprir qualquer determinação para o fechamento do comércio e tem usado as redes sociais para defender sua posição. Agora, ele enfrenta mais um problema: chamado de populista na moção do Estado, ele fez uma carreata pela cidade, com carros de som, para defender o que acha correto. Mas exagerou, de novo: colocou até ambulâncias para acompanhar a manifestação. Agora, terá que enfrentar novas ações, certamente, inclusive de parte do Ministério Público.
A SEGUNDA PÁSCOA DA PANDEMIA VAI EXIGIR CRIATIVIDADE
Será a segunda Páscoa da Covid no domingo, 4 de abril. Na primeira, no ano passado, a doença recém estava começando a aparecer no Brasil. Em 20 de março tivemos a confirmação oficial do primeiro caso de contágio, em uma pessoa que viera de São Paulo e estava em Ji-Paraná. Foi em 30 de março, há menos de um ano, que se registrou a primeira morte: a de uma mulher, de 66 anos, que estava internada no Cemetron. As vendas da Páscoa, poucas semanas depois, foram consideradas dentro da média normal, tanto em Porto Velho quanto no interior do Estado. Três meses depois, no final de junho, já eram 518 óbitos, no Boletim 106 de 30 de junho. A velocidade da doença foi impressionante, apavorando a todos não só até o final de 2020, mas entrando este 2021 muito pior. O comércio, que convive com o risco de fechar suas portas a qualquer momento, certamente terá vendas menores neste ano. Vai faturar quem tiver criatividade, sistemas de vendas inteligentes, tele entrega de qualidade e preços bons. O vírus também afetou uma data importante para o comércio, como já o fez, por exemplo, com o Natal. Quem sobreviverá a tudo isso, na economia nacional e local?
PELO MENOS MAIS DUAS SEMANAS DE MORTES E SOFRIMENTO
Mais 15 dias de dor e sofrimento. Podemos chegar até a mais de 4 mil mortes diárias no país, com números muito assustadores, até que os números da Covid 19 comecem a diminuir. Só a partir daí e com a chegada de grandes lotes das vacinas, é que a tendência será de começar a baixar. As opiniões são de especialistas, como o presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes. Ele chega a comparar a atual situação da saúde a um filme de terror. “Parece que estamos vivendo um filme de terror. Sempre imaginamos que não vai acontecer nada pior, mas acontece. O alto número de novos casos, como vem se registrando na última semana, pressupõe que vamos ter muitos óbitos nas próximas duas semanas”. O mesmo raciocínio, claro, vale para Rondônia, onde o número de contaminados explode, o de internados também e as mortes são em cada vez maior número. Especialistas ouvidos sobre o tema acham que nosso sofrimento ainda vai longe, embora a força do vírus comece a recuar nas próximas semanas. Tem muito mais informações no link http://noticias.r7.com/saude/especialistas-preveem-pelo-menos-mais-15-dias-de-caos-na-saude-20032021.
PERGUNTINHA
Você é um dos felizardos 63 mil rondonienses que já receberam ao menos uma dose de vacina ou ainda está entre a imensa maioria, que não tem a mínima ideia de quando será imunizado?