Artigo editado em: 25 de janeiro de 2021
Ah, novo ano, que chegas com tantas más notícias, com tantos medos, com tantas perdas! Quando todos esperávamos que a virada do calendário nos daria um alento, um pouco menos de lágrimas, eis que o 2021 chega qual uma locomotiva desgovernada, levando os que, entre nós, jamais deveriam ter ido tão cedo! Ah, ano novo, que trouxestes a tragédia de Manaus e que a estendeu a Porto Velho e várias cidades de Rondônia, fazendo com que, além do nosso sofrimento e do nosso pânico, em todo o país, ainda sejamos massacrados por uma sórdida campanha de politização da doença, com parte importante da imprensa e dos partidos de oposição ao governo, torcendo desesperadamente pelo quanto pior melhor; quanto mais mortes e tragédias melhor; quando mais perdermos brasileiros queridos, melhor! Aprendemos muito pouco com o ano que passou, quando a pandemia começou e se alastrou mundo afora, matando mais de 1 milhão de pessoas. Divididos, temos um governo acuado que, mesmo tendo investido bilhões de reais, não tem força legal de controlar os gastos, de fiscalizar o que é dinheiro de todos, de determinar uma política nacional para o combate à doença, porque, o PSTF, o Partido do Supremo Tribunal Federal, a mais poderosa organização partidária da Nação, tirou do comando nacional esse direito. Passou-o a governadores e prefeitos, alguns tomando medidas que nada resolveram, a não ser destruir a economia; de prefeitos, muitos despreparados para enfrentar uma situação dessas e, mais ainda, possibilitando uma corrupção desenfreada, com grande parte dos bilhões despendidos pela União, indo para bolsos bandidos.
Some-se a tudo isso um Presidente perseguido pela mídia ávida pela volta do dinheiro público que perdeu; por artistas que não se conformam em não poderem mais mamar nas tetas dos cofres oficiais e de uma oposição que levou uma bofetada na cara, vinda de grande maioria dos brasileiros, mas que exige que a minoria volte a governar, na marra e acresça-se o próprio Presidente, que tem agido de forma irresponsável em relação à vacinação e ao contexto da pandemia. Teremos, então, todos os ingredientes para dizermos que estamos definitivamente ferrados. O vírus nunca foi embora, mas se fortaleceu pelo caminho. Enquanto grupos sérios de médicos e cientistas lutavam para salvar vidas e criar vacinas, algumas autoridades brasileiras e do mundo todo se confrontavam em ideologias putrefatas, que ainda dominam nossos destinos e decidem quando vamos viver ou vamos morrer. No nosso país a situação ainda é pior. Basta andar pelas cidades e ver o amontoado de gente, a falta de cuidados, de solidariedade, para constatarmos quem somos como povo e o que estamos fazendo em desrespeito a tantos que morrem todos os dias. Num exemplo bem próximo disso tudo, basta ir ao Espaço Alternativo, nos finais das tardes de domingo e se compreenderá a situação. Como vamos reagir aos destrambelhados que comandam nossa política, se estamos sendo piores do que eles?
CHINA LIBERA INSUMOS PARA MAIS ALGUNS MILHÕES DE DOSES
“A China está junto com o Brasil na luta contra a pandemia e continuará a ajudar o Brasil neste combate dentro do seu alcance. A União e a solidariedade são os caminhos corretos para vencer a pandemia”. Essa frase foi publicada nas redes sociais, na tarde desta segunda, pelo embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, ao confirmar que seu país resolveu as questões burocráticas o mais rápido possível, para liberar os insumos necessários à produção de mais alguns milhões de vacinas Coronavac, pelo Instituto Butantan. O presidente Bolsonaro, noutra postagem, agradeceu ao governo chinês e anunciou oficialmente a liberação dos insumos. Ou seja, aquela balela inventada por parte da mídia e dos partidos de esquerda de que China e Índia não queriam resolver a questão das vacinas, por terem sido ofendidas por Bolsonaro e seus filhos, na prática, se mostrou outra vez, outro desejo contra os interesses maiores do país. Nada mais do que isso. Com a liberação de mais de 5.400 litros de insumos, é possível produzir mais alguns milhões de doses, embora o Butantan ainda não tenha anunciado o número exato.
CÉSAR CASSOL QUER QUE GOVERNO AUTORIZE EMPRESAS A COMPRAR VACINAS
PERDEMOS DOIS GRANDES PERSONAGENS DA NOSSA RONDÔNIA
O Brasil tem perdido mais que mil vidas todos os dias, para o coronavírus. Em Rondônia, os números também são assustadores. Mais de 2.100 pessoas, de várias idades, foram levadas embora pela doença. Cada morte é uma derrota para todos nós. Cada vida que se vai é uma derrota para todos os que lutam desesperadamente para que não percamos nossos entes queridos. Todos os que se foram, merecem nossa homenagem, nossa tristeza e, para quem acredita, nossas orações. Que se estenda a todas as vítimas do vírus assassino, as homenagens a duas pessoas muito queridas que perdemos, no final de semana. São registros especiais nesse espaço e o que se escreve sobre elas, sobre o quanto suas partidas nos fizeram sofrer e o quanto lamentamos suas idas precoces, que se estendam a todas as centenas e centenas de vítimas da mais terrível doença que nos assola, pelo menos nos últimos dois séculos. O ex presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Walter Waltenberg, é daqueles personagens que vão ficar sempre na história do Estado, por sua contribuição à verdadeira Justiça. O mesmo se diz do jornalista e apresentador Marcelo Bennesby, a quem todos seus companheiros de profissão e amigos que com que ele conviveram, admiravam profundamente, como profissional e como ser humano. Foram vidas levadas, que tinham ainda muito a nos entregar, a todos os rondonienses. Pessoalmente, a esse escriba e seus familiares, a trágica perda de Marcelo causou uma enorme e profunda tristeza. Perdemos dois grandes rondonienses. Perdemos muito mais gente querida. A todos, nossas lágrimas!
LEITOS EM OUTROS ESTADOS: DOENTES QUEREM FICAR AQUI
A situação dos hospitais de Rondônia, tanto públicos quanto privados, continua extremamente preocupante. Até pelos 578 internados, praticamente zerando os leitos de UTI em todo o Estado, já que os da Capital estão com lotação esgotada desde o final da semana. Resumidamente, o governo rondoniense, com participação direta do governador Marcos Rocha e com grande esforço pessoal do secretário Fernando Máximo, conseguiu perto de 100 leitos, parte no Rio Grande do Sul, parte no Paraná. Para hospitais gaúchos e paranaenses poderiam ser transferidas dezenas de pessoas que estão ocupando leitos comuns e que não sofrem o estágio mais avançado da doença. A FAB disponibilizou dois aviões para o transporte dessas pessoas, mas a grande maioria não aceitou a transferência. Apenas 15 toparam. Seria cômico, não fosse trágico, o fato de quem mais pediu para ir para Curitiba, principalmente, são presidiários que estão com uma forma menos agressiva da doença. Ou seja, a mobilização foi grande, mas o resultado prático ainda muito pequeno. Mas e as UTIs?
LOTAÇÃO NAS UTIS: MT E MS PODEM RECEBER PACIENTES DAQUI
A questão das UTIs é diferente. Praticamente todos os leitos estão ocupados e em muitos deles há pacientes entubados, correndo risco de morte. Também para tentar um pequeno alívio, a Sesau está conversando com outros Estados, pedindo apoio para que sejam recebidos pacientes daqui, durante essa fase mais forte da crise. Em contrapartida, quando o nosso pico da doença começar a diminuir (a previsão é de que isso aconteça mas próximas duas semanas), quando a doença atacar com mais força nesses Estados parceiros, seria a vez de Rondônia abrigar doentes de outras regiões. Há conversações adiantadas com os governos do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, principalmente, até porque os demais Estados da região norte também estão vivendo momentos extremamente preocupantes da pandemia. Por enquanto, não há decisão definitiva, enquanto as conversas continuam. A verdade é que o coronavírus continua atacando com força total em Rondônia. Só na segunda-feira, o boletim da Sesau já apontou mais 996 casos de contaminação e outras 17 mortes. Com isso, já chega a 2.128 o total de óbitos no Estado, desde que a pandemia começou.
PRESIDENTE DO TJ SURPREENDE E EXIGE VOLTA AO TRABALHO
Um surpreendente e forte discurso, em defesa do trabalho e radicalmente contra o fechamento da economia e contra o “fique em casa”, foi proferido pelo novo presidente do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, na sua solenidade de posse. O vídeo bombou nas redes sociais, com milhares e milhares de acessos, em todo o país. Na sua fala, o desembargador Carlos Eduardo Contar defendeu a imediata volta ao trabalho no Brasil, “contra a palhaçada midiática fúnebre!”, num palavreado raramente utilizada por representantes de Tribunais de Justiça e, ainda mais, em solenidades de posse. Ele foi mais longe, afirmando textualmente que “são picaretas o que defendem o fique em casa!”. Ele ainda enfatizou que a volta ao trabalho deve ser feita com toda a segurança. “Retornemos com segurança, pondo fim à esquizofrenia e à palhaçada midiática fúnebre, honrando nosso salário e nossas obrigações, assim como fazem os trabalhadores da iniciativa privada”, declarou o magistrado”. Vale a pena assistir o depoimento, através do link https://www.youtube.com/watch?v=BWI6G_7ikwI&ab_channel=Poder360.
CHEGAM MAIS 8.200 CORONAVAC, MAS APENAS PARA OS ÍNDIOS
Mais do que os servidores da linha de frente da saúde; mais do que idosos na faixa dos 75 anos, são os índios que têm prioridade da vacinação, mesmo em aldeias em que não se registrou a doença. Um erro de contagem do Ministério da Saúde (embora, claro, tal informação não tenha informação oficial), mandou 8.200 doses a menos da vacina Coronavac, na primeira leva enviada a Rondônia. Pra que? Grita geral, principalmente pelos lados do Ministério Público Federal, que exigiu que o problema fosse solucionado imediatamente e que as doses cheguem logo aos índios, antes de qualquer outro setor, incluindo o pessoal da saúde que está tratando diretamente com os pacientes contaminados e correndo sério risco de morte. Na tarde desta segunda, o Ministério da Saúde corrigiu a situação, mandando as 8.200 doses da Coronavac para vacinação dos indígenas. Foi o terceiro lote de vacinas enviado ao Estado em pouco mais de uma semana. No domingo, já haviam chegado nada menos do que 13 mil doses da Vacina de Oxford, todas já distribuídas nas regionais de saúde do Estado. Do total, 5.170 doses foram para Porto Velho. Tudo será utilizado na imunização de profissionais da saúde, informou o prefeito Hildon Chaves.
LULA, DILMA E COLLOR DE MELLO: BEM LONGE DE JOÃO DÓRIA
Acometido pela Covid 19, mas já curado, segundo anunciou numa nota oficial, o ex presidente Lula, no final da quarentena, teve uma ótima desculpa para não participar de um evento, com clara conotação política, patrocinado pelo governador de São Paulo, João Dória, nesta segunda. Com a presença de três ex presidentes da República (Fernando Henrique, Sarney e Michel Temer) Dória fez o lançamento oficial da campanha de vacinação, no dia do aniversário de São Paulo, como havia prometido. Mesmo tendo feito o evento, para se colocar como a grande liderança política da campanha de imunização no país, a iniciativa de Dória foi feita mais de uma semana depois da Coronavac ter sido distribuída, pelo Ministério da Saúde, por todo o país. O governador paulista, que tenta se postar como o grande opositor de Bolsonaro, está tentando alianças com vários partidos, inclusive os que ele combatia até há pouco. Chamou Lula de ladrão durante longo tempo, assim como foi duro crítico da presidente cassada Dilma Rousseff. Os dois, convidados para o evento, claro que não aceitaram o convite. O mesmo, aliás, fez outro ex: Fernando Collor de Mello, que, ao que parece, não quer ser visto perto do governador paulista. Midiático, Dória (que teve mérito sim, na luta pela vacina), não cooptou todas as forças políticas que queria ao seu lado. Ficou meia boca!
PERGUNTINHA
O que você achou do protesto contra o presidente Bolsonaro, pedindo o impeachment, realizado em Porto Velho, no final da semana passada, com a participação de cinco pessoas carregando uma faixa?