Artigo editado em: 13 de julho de 2024
Nosso espírito de vira-lata foi ativado. Ao aceitarmos o projeto do governo federal para privatização da BR 364, entregando as obras à empresas privadas, que terão direito de 30 anos sobre ela; implantando quase uma dezena de pedágios e dando milhões e milhões de reais a quem vencer a licitação, estamos assumindo um grande erro. Fosse feita pelo Dnit, a mesma obra não teria apenas 100 quilômetros de duplicação, como previsto no sistema privatizado, mas sim seria duplicado todo o trecho, de mais de 700 quilômetros, entre Vilhena e Porto Velho, por exemplo. Quando o rondoniense aceita pagar vários pedágios, que existirão em locais onde não haverá duas pistas, tirando do seu bolso algo em torno (nos valores de hoje) mais de 280 reais para ir e voltar de Vilhena, estará assumindo que não merecemos muito mais. Quem está dizendo tudo isso? Algum parlamentar da oposição? Alguém que, por ideologia, é contra as privatizações? Nada disso. O resumo do que foi descrito neste texto é a opinião de um técnico, de um experiente engenheiro. E onde ele trabalha, para ter conhecimento profundo do assunto? Ora, no próprio Dnit de Rondônia, onde se destaca pela seriedade com que atua, no mesmo nível dos seus colegas e tem sob sua responsabilidade acompanhar e fiscalizar várias obras. Inclusive na BR 364 que hoje, desde que começaram a ser liberados recursos para o órgão, em Rondônia, está em condições muito melhores. “Não há um só buraco na BR, desde Porto Velho até Pimenta Bueno”, diz o engenheiro Emanuel Neri. Ele sabe disso porque acompanhou, dias atrás, membros da diretoria de Planejamento nacional do Dnit, em vistoria à rodovia. A equipe do Dnit rondoniense só ouviu elogios pelo trabalho que tem realizado.
Emanuel Neri sugere, como alternativa à privatização, que o Dnit receba os recursos necessários para ele mesmo realizar toda a duplicação. “Depois sim, se pode pensar em privatizar para a manutenção, inclusive com pedágios”. Aceitar o projeto como está, alega, será um retrocesso. Ele ainda lembrou que no governo anterior, o então ministro Tarcísio de Freitas não autorizou o Dnit a ampliar as obras de duplicação, alegando que tudo seria privatizado. O mesmo ministro teria desautorizado o Dnit a realizar as obras do Anel Viário de Porto Velho, das Irmãs Marcelinas ao Porto, embora já houvesse um projeto pronto, dependendo apenas de licitação. Agora, a história se repete. Tira-se o Dnit da jogada pela privatização e, daqui a alguns anos, se poderá ter a triste constatação de que, como ocorreu com o Anel Viário, não aconteceu nem uma coisa nem outra. “Não podemos ter este espírito de vira-latas. Rondônia merece muito mais e o melhor”, diz Emanuel. É caso para reflexão. Será que privatizar a um custo tão alto para o bolso do contribuinte, com a dezena de pedágios, é mesmo o melhor caminho?
GASOLINA VEM DE GUAJARÁ MIRIM, ONDE É COMPRADA SEM TRIBUTOS E VENDIDA ILEGALMENTE NOS POSTOS DE PORTO VELHO
Uma denúncia grave está sendo feito por donos de postos de combustíveis de Porto Velho e outras cidades, que pagam seus impostos corretamente; precisam manter suas empresas e funcionários com uma lucratividade média de 10 por cento sobre o preço final; que tem cada vez mais custos e que, há muito tempo (embora a situação tenha piorado agora!) ainda estão sofrendo concorrência desleal. Basicamente o esquema funciona com caminhões, alguns bens disfarçados, comprando gasolina em Guajará Mirim, cidade que é uma Zona Livre de Comércio ou seja, tem descontos especiais de vários tributos. Lá, é claro, a gasolina e outros combustíveis comercializados, o são com preços bem menores do que todas as demais regiões do Estado. Ora, o combustível só poderia ser comercializado em Guajará. Mas, por falta de fiscalização, depois de “esquentar” a nota de compra, eles vêm para Porto Velho e cidades vizinhas, vendendo o produto a preços bem mais baixos que o normal. Os postos que compram este combustível ilegal o vendem nas bombas também por preços abaixo do mercado, causando uma concorrência desleal aos demais revendedores. Há fiscais da Sefin na região, mas eles não têm apoio da PM, principalmente à noite e, sem isso, não conseguem combater a espécie de contrabando interno. Os comerciantes que vivem na legalidade, dizem que está na hora de se tomar medidas contra isso.
CONVENÇÕES COMEÇAM NO DIA 27, MAS A MAIORIA DOS PARTIDOS AINDA NÃO DEFINIU DATAS E LOCAIS
Há coisas que mudaram na política. Uma delas é aquela jogada de deixar as convenções para o último dia, para que os adversários não soubessem das estratégias, nomes de todos os componentes da chapa e, eventualmente, para surpresas de última hora, para mexer com o eleitorado. Na eleição municipal deste ano, as coisas serão diferentes. Pelo menos dois grupos políticos, do MDB e o do União Brasil (leia-se Euma Tourinho e Mariana Carvalho) farão suas convenções no próximo dia 27, um sábado, uma semana depois em que tais eventos estarão autorizados pela legislação eleitoral. O MDB tinha programado sua convenção para o dia 20, mas teve que adiar porque na data, dois dos seus principais dirigentes, o presidente regional Lúcio Mosquini e o senador Confúcio Moura, não poderiam estar presentes. Ambos estarão no dia 27, na sede do partido, onde o evento ocorrerá. Já a de Mariana, na mesma data, ainda não tem local marcado, embora os eventos do União Brasil, nos últimos tempos, todos tenham sido feitos na casa de shows Talismã. Os demais partidos, ao menos até este sábado, ainda não haviam anunciado as datas e locais das suas convenções.
EUMA TEM CARTA BRANCA PARA O VICE, MARIANA TERÁ VICE DO PL E OUTROS NOMES AINDA SÃO UMA INCÓGNITA
E os vices? Ah, por enquanto este é um tema mantido a sete chaves, pelo menos em relação às principais candidaturas. No caso de Euma Tourinho, a escolha será dela, pessoalmente. A candidata tem carta branca do MDB para decidir, pessoalmente, quem a acompanhará na chapa majoritária. Se há algum nome em sondagem, Euma não conta para ninguém. Já no caso de Mariana Carvalho, com uma gama de seis partidos a apoiá-la, o que se ouve nos bastidores é que o nome do vice será escolhido no PL, o sétimo partido a ingressar no bloco de apoio à candidata e que a escolha virá de cima para baixo, ou seja, definido pelo PL, para que o partido que tem o maior tempo no horário eleitoral gratuito entre todos, ingresse na aliança. Léo Moraes ainda está conversando com vários partidos e alinhavando apoios, mas até o momento não há indícios de quem será seu parceiro na disputa, embora se ouça nomes aqui e ali, mas que o candidato não confirma de forma alguma. O que se ouve nos bastidores é que o nome de Valdir Vargas, o candidato do PP à Prefeitura, estaria sendo sondado para eventualmente chapa com uma das candidaturas consideradas entre as viáveis. Neste momento, não se tem ideia de como as chapas para outubro serão compostas, embora os cabeças de chapa já sejam conhecidos.
MARCELO CRUZ ANUNCIA QUE VAI APOIAR MARIANA CARVALHO PARA A PREFEITURA DA CAPITAL
Na mesma semana em que decidiu que não irá mais concorrer à Prefeitura, o presidente da Assembleia, Marcelo Cruz, decidiu sua posição em relação à sucessão de Hildon Chaves. Ele anunciou, oficialmente, que estará ao lado da candidatura de Mariana Carvalho, levando para a aliança formada pela ex-deputada federal pelo menos mais três partidos e uma relação de candidatos à Câmara de Vereadores que reúne cerca de 96 nomes. A adesão de Marcelo Cruz não é surpresa, na medida em que ele faz parte de um grupo político ligado ao Palácio Rio Madeira/CPA, que apoia em peso o nome de Mariana para a Prefeitura. Parceiro de Marcos Rocha e seu governo, Marcelo Cruz é sempre um nome forte, quando se trata da política rondoniense e, principalmente, a de Porto Velho. Vereador, deputado eleito e depois reeleito com o dobro da primeira votação, Marcelo Cruz tem um eleitorado fiel e sempre esteve entre os pretendentes à Prefeitura com chances reais de chegar ao segundo turno. Ao abrir mão da disputa para apoiar Mariana Carvalho, ele leva para a aliança que há é forte, uma amálgama de nomes fortes para a Câmara, todos também engajados na campanha da representante do União Brasil. É daqueles apoios fortes, que podem ajudar a decidir uma eleição.
SAMUEL SONHA ALTO: QUER ELEGER VEREADORES DA REDE E PSOL PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA EM PORTO VELHO
Entre os partidos nanicos, Samuel Costa, advogado e jornalista, apresentador de TV, se destaca pela forma fácil de falar mas, mais que tudo, por sua obstinação. Mesmo sabendo das enormes dificuldades de levar o nome da Rede, um partido que tem apenas dois eleitos no rol dos 513 deputados federais e, portanto, vive com parcos recursos financeiros e tempo quase zero no horário eleitoral gratuito. Ele disputa a eleição numa federação que tem também o PSOL, ambos partidos bem à esquerda e que tem dificuldades de ter o aval da ampla maioria do eleitorado porto-velhense. O PSOL, mais antigo, jamais elegeu sequer um vereador na Capital, assim como a Rede. Samuel, contudo, é otimista. Destaca, por exemplo, que a Rede tem uma relação completa de candidatos à Câmara de Vereadores e terá, em breve, a adesão de pelo menos dois militares (segundo informa) que disputarão a Câmara pelo PSOL. “Não é fácil fazer política de forma transparente e verdadeira”, comenta. “Todos os candidatos disputam em pé de igualdade e nossa meta é eleger, pela primeira vez na História da Capital, representantes da nossa Federação – Rede e PSOL – para a Câmara de Vereadores. “Com muita fé em Deus, alegria e esperança, vamos assumir o protagonismo em Porto Velho, elegendo representantes compromissados com o bem-estar social e engajados na luta contra os desmandos”, sintetiza.
ACABOU A MOLEZA NA DISPUTA DE JI-PARANÁ: AFONSO CÂNDIDO (DO PL) CHEGA QUERENDO SER O PESADELO DE ISAU
O PL e o deputado estadual Affonso Cândido querem causar pesadelos na candidatura de Isau Fonseca à reeleição, em Ji-Paraná. O atual Prefeito estava correndo praticamente sozinho na disputa, sem um nome de peso para enfrentá-lo, já que todo os possíveis candidatos muito fortes (como Laerte Gomes e Jesualdo Pires, apenas para dar dois exemplos) estão fora do páreo, por outros planos. Agora, contudo, os sonhos de Isau já não são apenas de facilidades e comemorações. Surge no caminho dele Affonso Cândido, uma liderança forte na segunda maior cidade do Estado e que vem com o apoio pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro, a grande liderança do partido. Affonso teve ao seu lado, ainda, no lançamento de seu nome à disputa, o presidente regional do partido, o senador Marcos Rogério e o vice-presidente, o empresário do agronegócio Bruno Scheid. Foi Scheid, aliás, quem apresentou a participação direta de Bolsonaro no lançamento do nome do candidato do partido, o deputado Affonso Cândido, numa participação ao vivo, saudando o nome escolhido em Ji-Paraná. Deputados estaduais, prefeitos e várias lideranças prestigiaram o evento. A disputa na cidade estava caminhando para um W.O. do atual Prefeito. Com a chegada de Affonso, com longa história de serviços prestados à sua cidade, o quadro muda completamente.
AÉREAS CULPAM ADVOGADOS, MAS SÓ UMA DELAS É CONDENADA, NUM SÓ DIA, A PAGAR MAIS DE 50 MIL REAIS EM INDENIZAÇÕES
Enquanto a Azul acusa advogados, empresários do turismo, como agentes de viagens e outros grupos, de formarem uma espécie de organização criminosa para arrancar dinheiro das companhias aéreas (generalizando e não dando nomes a quem acusa) o mau serviço que a empresa presta aos rondonienses, não é deixado de lado pelas Justiça rondoniense. Vídeo divulgado pela Azul no Wattsapp diz, entre outras coisas, que a Justiça está sendo sobrecarregada com ações que poderiam ser resolvidas administrativamente ou seja, entre as companhias e seus clientes. Mas não comenta, é claro, a série de problemas que ela e outras companhias causam a dezenas dos seus clientes, graças a uma série infindável de maus serviços prestados. Prova concreta disso é que, no Judiciário do Estado, em um só dia, a Azul foi condenada a pagar mais de 50 mil reais em indenizações a vários passageiros, de diferentes cidades. Segundo o site Rondoniadinamica, só num deles as indenizações chegaram à faixa de 12 mil reais, num processo julgado em Ji-Paraná. Atrasos de voos, cancelamentos de última hora, extravio de bagagens e outras graves deficiências, segundo a empresa, não deveriam chegar aos tribunais. Nenhuma palavra de solidariedade aos usuários, alguns deles sofrendo graves prejuízos, por causa da ineficiência e falta de respeito das aéreas. Portanto, Justiça nelas!
SÉRGIO GONÇALVES COMEMORA INGRESSO DA BOLÍVIA NO MERCOSUL E PREVÊ GRANDES AVANÇOS NAS RELAÇÕES COMERCIAIS
“O trânsito comercial entre Rondônia e a Bolívia já existe, é importante, mas certamente aumentará muito mais ,com o ingresso dos nossos vizinhos no Mercosul. O comércio exterior entre nós e eles poderia ter acontecido com muito mais relevância, caso a Bolíva já estivesse no bloco econômico do sul. Obviamente que essa entrada deles vai abrir um novo leque de negócios beneficiando os dois lados”. As afirmações são do vice-governador e secretário do desenvolvimento econômico do Estado, Sérgio Gonçalves. Ele explica que “a Bolívia compra insumos e implementos de Rondônia e nós temos um potencial de comércio que ainda é latente, ou seja, ele não aconteceu. Nós temos muitos produtos alimentícios que podem ser vendidos para os bolivianos e eles têm também muitos insumos com grande vantagem de custo, o que pode ser muito interessante para Rondônia. Podemos dar como exemplo a ureia, o sal e outros produtos que eles podem oferecer”. Para Gonçalves, com a decisão política do ingresso da dos nossos vizinhos no bloco, “deve afetar positivamente os futuros acordos comerciais que certamente virão a partir de agora”. Para Gonçalves, a decisão do ingresso da Bolívia no Mercosul trará resultados altamente positivos; derrubará barreiras comerciais que existem; diminuirá o protecionismo entre os dois países e “todos os muros que existem, nas relações comerciais serão derrubados gradativamente. E isso, para Rondônia, será excelente!”, comemora.
PERGUNTINHA
Na sua opinião, a Reforma Tributária aprovada pela Câmara Federal e com tendência de o ser também no Senado, vai melhorar a vida dos brasileiros e diminuir a carga de tributos que todos pagamos, como diz o Governo ou teremos a maior carga tributária do mundo, como analisam representantes da oposição?