Artigo editado em: 11 de dezembro de 2019
Claro que, na hora da aplicação das leis que foram feitas para proteger bandidos, eles terão penas leves. Lógico que neste Brasil das injustiças contra as pessoas de bem e da falta de Justiça contra malfeitores, até que se mude essa situação esdrúxula de inversão de valores, em que o bandido é vítima e a vítima não existe; em que há direitos humanos só para criminosos e onde a polícia é tratada, por parte da mídia, como se ela fosse a autora dos delitos, não se poderá comemorar a volta da dignidade dos brasileiros bons. Mas quando a polícia age, como agiu a de Rondônia, neste final de semana, fazendo uma verdadeira “limpeza” da bandidagem que dominava o Orgulho do Madeira, uma minicidade dentro de Porto Velho, há sim um rasgo de esperança! O pobre morador, que depois de anos de sofrimento, conseguiu sua moradia, mesmo que modesta, quando espiou por uma fresta da janela (porque abri-la totalmente poderia ser um perigo), sentiu, finalmente, que não estava mais abandonado. Quando ele viu um longo cortejo de viaturas da Polícia Militar, da Polícia Civil, dos Bombeiros, fazendo um cerco em busca da bandidagem, sentiu, enfim, que seu desespero estava acabando.
Inaugurado sem quase nenhuma estrutura, principalmente na área da segurança pública, o Orgulho do Madeira, quando totalmente ocupado, terá mais de 12 mil moradores. Número maior do que vários pequenos municípios rondonienses. É mais que a soma, por exemplo, das populações de Pimenteiras (em torno de 3 mil habitantes), Rio Crespo (menos de 4 mil) e Primavera de Rondônia (cerca de 3.500 mil). O tráfico de drogas corre solta. O crime organizado começou a tomar conta, ao ponto de bandidos obrigarem famílias recém chegadas aos seus imóveis, famílias inteiras, são obrigadas a abandonarem seus lares, recém conquistados, fugindo da ameaça de serem todos mortos. A segurança pública parecia estar inerte. Não estava. Durante semanas, investigações minuciosas foram feitas, levantando a situação, descobrindo os bandidos, reconhecendo seus rostos e nomes. Quando a canalhada que tomava conta do conjunto habitacional se achava dona do pedaço, a reação veio com força total. A ação, praticamente perfeita, desde o planejamento até a execução, merece todos os elogios. O que falta agora é uma presença constante das forças policiais no Orgulho. Daí sim, os moradores, gente pobre, trabalhadora e decente, poderá, enfim, comemorar a vitória de terem conquistando sua casa própria. Sem medo da bandidagem…
AS GRAVAÇÕES E A BOMBA FAT BOY
Falando em segurança pública, aliás, é bom que ninguém se engane! O caso das gravações de delegados e membros do Ministério Público, com conversas nada republicanas, atacando autoridades dos demais Poderes, além de gente da própria polícia (e mais: com confissões sobre ilegalidades que teriam sido praticadas em operações que teriam prendido gente inocente), não é assunto ignorado. Pelo contrário! Profundas investigações estão sendo feitas tanto em nível do mundo da polícia e do MP, quanto do próprio Judiciário. Tudo, é claro, em sigilo. Um dos problemas enfrentados durante as investigações seria o absurdo número de gravações já conhecidas. Uma importante autoridade do Estado confidenciou à coluna que podem chegar a mais de 1.600 os diálogos gravados nos grupos de delegados e representantes do MP. Tudo está sendo levantado e decupado. Que o rondoniense se prepare: quando tudo vier à tona, será uma espécie de Fat Boy, a bomba atômica lançada pelos americanos em Hiroshima, na Segunda Guerra Mundial. Aguardemos, pois!
ALEX TESTONI: O DOBRO DO SEGUNDO
Um dos líderes empresariais e políticos que protesta com veemência sobre o que teria sido uma terrível perseguição policial contra ele, o ex prefeito Alex Testoni, não quer nem ouvir falar em política, ao menos até que tudo o que houve de problemas na sua vida, nesse contexto, se esclareça. Mas só não voltará por cima se não quiser. Pesquisas que têm sido realizadas em Ouro Preto, deixam claro que numa nova disputa pela Prefeitura, ele seria eleito com o dobro das intenções de votos do segundo colocado. Como há suspeita, pelas gravações até agora descobertas, que Testoni poderia ter sido alvo de perseguição política, o resultado da amostragem da opinião púbica da sua cidade torna-se ainda mais importante. Significa que o povo de Ouro Preto o considera realmente inocente em todo o episódio. Na última pesquisa informal, feita na semana passada, se a eleição municipal fosse hoje, Alex Testoni teria 38,34 por cento dos votos válidos e o segundo colocado, o atual Prefeito, Wagner Panyssoly, teria 18,66 por cento. Alex só não volta a comandar a sua cidade, onde teve dois mandatos de sucesso, se realmente tiver decidido de que, definitivamente, a vida pública não está mais nos seus planos.
OAB: UMA HOMENAGEM À HISTÓRIA
Foi um dia cheio de emoções para os advogados rondonienses, vários deles homenageados durante sessão especial na Assembleia Legislativa, pela passagem dos 45 anos de fundação da OAB/Rondônia, por iniciativa do deputado Marcelo Cruz. O presidente da nossa OAB, Elton Assis, era só emoção, ao falar na honra de presidir, no Estado, uma entidade que é orgulho para todos, por sua história de batalhas, de defesa dos direitos, de defesa da sociedade. O secretário geral da OAB nacional, Alberto Simonetti, em seu discurso, destacou que “a Seccional Rondônia, ao longo de seus 45 anos, demonstrou sua força por meio da destemida atuação dos advogados que contribuíram para a história da instituição. E acrescentou: “é uma história irretocável em favor do direito, da liberdade e da democracia do Brasil”. Foram também homenageados com a Medalha do Mérito Legislativo, os ex-presidentes Fouad Darwich Zacarias que presidiu a OAB de 1974 a 1979; Francisco Arquilau de Paula 1979 a 1981; Pedro Origa Neto 1981 a 1993; Nelson Santos de Oliveira 1983 a 1985; Odair Martini 1993 a 1995; Orestes Muniz Filho 2004 a 2006; Hélio Vieira 2007 a 2012; Andrey Cavalcante 2013 a 2018; e Elton Assis, que preside a entidade até 2021.
BTS: HIRAN É VOZ DISCORDANTE
A construção do futuro hospital de Pronto Socorro de Porto Velho, pelo sistema BTS, embora tenha apoio do Governo do Estado e de várias instituições e entidades, como Judiciário (que já utilizou o sistema no prédio que ocupará na avenida Pinheiro Machado, centro da Capital), Ministério Público, Tribunal de Contas e outros, não é unanimidade. Membro do Conselho Federal de Medicina há longos anos e futuro presidente da entidade, o médico Hiran Gallo é a voz importante e poderosa que não concorda com a ideia. Basicamente, no sistema BTS, o prédio é construído pela iniciativa privada, sem um tostão de dinheiro público. A obra é feita de acordo com todas as exigências e necessidades do futuro inquilino, que alugará o edifício por pelo menos 20 anos. Toda a manutenção será de responsabilidade do construtor e, como não há a burocracia exigida quando há recursos públicos envolvidos, ela fica pronta em prazos muito menores. Hiran não discorda nessas vantagens, mas considera que elas não servem para um hospital. Para ele, um Pronto Socorro precisa de constantes modificações, para adaptar-se à realidade. E o BTS pode não se enquadrar nessas exigências.
QUESTIONAMENTOS DE QUEM CONHECE
Hiran prossegue no raciocínio: numa troca de equipamento, por exemplo, onde se terá que derrubar uma parede, uma ala às vezes inteira, quem bancará esse gasto? Como um hospital pode utilizar o mesmo prédio durante longos anos, sem qualquer mudança estrutural que o adapte à novas realidades que, nesse setor, são constantes? O atual tesoureiro do CFM lembra, como exemplo concreto, que o projeto do Heuro, apesar de recente, já estaria necessitando de mudanças. Hiran lembra que essa afirmação foi feita, recentemente, pelo próprio governador Marcos Rocha, quando ele participou do programa Papo de Redação, na SICTV e o assunto foi abordado. O tema, portanto, continua sendo debatido. Em breve se saberá qual será a forma de construção. O governo do Estado, através da Secretaria de Saúde, a Sesau, contratou uma empresa especializada para realizar um profundo estudo sobre a viabilidade ou não da construção do novo Pronto Socorro pelo BTS. Se a conclusão for por aprovar esse tipo de contratação, é possível que em dois anos o hospital, com mais de 400 leitos, já esteja funcionando. Se o for pelo controle da burocracia, que atrasa quase sempre a exceção de grandes obras públicas, o prazo pode chegar a até dez anos. Qual o caminho a ser seguido?
MEIO AMBIENTE: SÓ IDEOLOGIA
Transformada numa guerra ideológica (direita x esquerda), com ambos os lados pouco preocupados em resolver o problema ambiental de verdade, mas apenas o usando para fins políticos, o Brasil assiste a uma série de autoridades e não autoridades querendo faturar perante a opinião pública, mas sempre de olho apenas nas suas posições ideológicas. A esquerda e seus aliados são especialistas nesse quesito, criando factoides, mentindo, inventando catástrofes, até porque têm muito a perder, com os cortes de vultosas verbas públicas, que sempre abundaram dos cofres públicos, por governos da mesma filosofia. Agora a direita entrou na jogada, principalmente através do presidente Bolsonaro, que adora, ama, é apaixonado por criar factoides. A última dele foi atacar o ator Leonardo Di Caprio, para o assunto ter mídia e repercussão internacionais. Fez outra besteira. Di Caprio respondeu com elegância. Bolsonaro, nas questões ambientais, tem que agir como governante e não como integrante de bate boca de comadres. Por falar nisso, Ibama, CMbio e Polícia Federal continuam queimando máquinas e equipamentos, embora o Presidente tenha prometido que isso não mais se repetiria. Conversa fiada não resolve esses graves problemas.
ENERGISA: PROBLEMAS EM SÉRIE
Mais problemas para a Energisa. Depois que o governador Marcos Rocha sancionou lei de autoria do deputado Laerte Gomes, proibindo o corte de energia sem aviso prévio de 15 dias, vêm mais dificuldades por aí. Uma das principais decisões veio da Aneel. Ele celebrou convênio com a Agero, a agência de regulação de Rondônia, para que ela tenha poderes de aplicar multas à distribuidora. A decisão atendeu a pressões da CPI da Energisa e da bancada federal. Não terminou! Há, ainda, sendo analisado na Câmara Federal, requerimento da deputada Mariana Carvalho, para auditoria e reavaliação do processo que autorizou o primeiro reajuste da conta de luz em Rondônia, aquele que seria 25 por cento e caiu para 17 por cento. O relator da proposta é o deputado Celso Russomano, um especialista no direito do consumidor. Afora isso, deve ser anunciada nessa semana a prorrogação da CPI na Assembleia Legislativa, entrando 2020 adentro. Ou seja, a vida da Energisa em Rondônia vai continuar sendo muito difícil.
PERGUNTINHA
Não seria muito bom se os governos no Brasil, em todos os estágios, adotassem também a Black Friday e, pelo menos nesse dia do ano, não tentasse arrancar até o último centavo dos nossos bolsos ?