Artigo editado em: 23 de janeiro de 2020
Se depender de alguns simpatizantes do Presidente, a sexta-feira vai se tornar histórica, em Rondônia, para o Aliança pelo Brasil. O deputado Coronel Chrisóstomo está divulgando convite, pelas redes sociais, para a participação no que chama de “Primeiro Encontro Nacional do Aliança pelo Brasil em Rondônia”. O convite chama para o Hotel Golden Plaza, na avenida Jorge Teixeira, próximo à revenda Autovema/Fiat, em Porto Velho, a partir das 15 horas. O ponto alto do evento será a participação de Bolsonaro, via teleconferência, diretamente de Brasília, para enviar mensagem especial aos participantes do evento. Além de Chrisóstomo (que, aliás, não poderá assinar ficha com o Aliança sem correr o sério risco de perder seu mandato), um dos principais nomes da sigla, ao menos até agora, é o do empresário de Vilhena, Jaime Bagatolli. Prevê-se que, mais à frente, toda a turma do PSL, à frente o governador Marcos Rocha, se bande também para o Aliança. O convite destaca, ainda, sobre a importância de participação no evento, que “a sua presença fortalece o presidente Jair Bolsonaro”, no que se pode depreender que todos os participantes ( os organizadores esperam pelo menos 200 pessoas) serão convidados a assinar ficha com o partido. Por enquanto, o partido ainda está em formação.
A meta do Aliança, é, até início do mês de março, ter, em Rondônia, a adesão de pelo menos 1 por cento do eleitorado (hoje, em números não oficiais do TRE, algo em torno de 1 milhão e 200 mil pessoas). Ou seja, o partido de Bolsonaro teria, caso consiga se registrar para a eleição municipal de outubro, algo em torno de 10 a 11 mil filiados nas próximas nove semanas. O maior problema do Aliança, em Rondônia, é o racha no partido. Suas maiores lideranças estão em trincheiras opostas e, certamente só a intervenção pessoal do Presidente de Honra do partido, o próprio Bolsonaro, poderá se não resolver, ao menos ajudar a manter uma convivência não beligerante entre as partes. Marcos Rocha tem um estilo bem diferente do Coronel Chrisóstomo e do próprio Bagatolli, que são aliados e, ambos, contra a turma palaciana. Rocha não fala sobre o assunto e jamais entra em bate boca público. Já seus adversários (ex aliados), Chrisóstomo e Bagatolli, principalmente, são duros críticos do governador e sua administração. Como pano de fundo, a não participação de ambos no governo do Estado. Chrisóstomo pediu dezenas de cargos e não ganhou, Bagatolli teria feito pedidos, incluindo a indicação do secretário da Fazenda, que não foram atendidos. Há hoje um rio caudaloso separando os dois grupos. A única chance de conseguir, ao menos, que não haja beligerância pública, é o próprio Bolsonaro mediar um acordo e construir uma ponte. No próximo dia 29, vai ser realizado outro encontro, dessa vez em Ji-Paraná, liderado pelo empresário Bruno Scheid, que seria uma terceira via no partido. O grupo de Marcos Rocha ainda não se pronunciou. A ponte de Bolsonaro ou sai logo ou não sai mais…
O TRÁGICO EXEMPLO DA DONA CLEOMAR
É de revoltar o que a burocracia estatal faz contra pessoas pobres, famintas, desesperadas. Um caso denunciado pelo jornalismo da TV Rondônia/Globo e pelo site G1, de Rondônia, dá vontade de vomitar, em cima de tanto desprezo pelos que mais precisam. O INSS já recusou três vezes pedido de auxílio doença de uma mulher que não tem nem as mãos e nem as pernas. Um dos motivos alegados para a recusa é que ela não tem como assinar os pedidos. Parece piada de humor negro, humor nefasto, humor trágico, mas infelizmente não é. Dona Cleomar Marques, que perdeu seus membros depois de uma doença que não foi descoberta e quando acordou numa sala de cirurgia, estava sem mãos e parte das pernas, tem uma renda familiar em torno de 238 reais. Para o INSS, com essa maravilhosa renda, mais ou menos um quarto do salário mínimo, a mulher, aleijada, sem ter como trabalhar, ela e uma filha que cuida dela vivendo de doações de quem tem pena delas, não tem direito a nada. É isso que revolta. É isso que enoja e dá asco. São essas coisas, que esse país de faz de conta tem o acinte de fazer com os mais humildes, os mais pobres, os que correm o risco de morrer de fome ou abandonados, que desesperam o brasileiro comum.
ATENÇÃO DEMAGOGOS: NEM VOTAR ELA PODE!
Fosse dona Cleomar parente de algum político; tivesse alguma indicação do seu Fulano de Tal; não fosse ela uma criatura que sobrevive quase por milagre, certamente todos os seus problemas estariam resolvidos. Se fosse mulher de algum Prefeito de alguma cidadezinha deste Brasil, estaria recebendo o Bolsa Família e outros benefícios, como foram descobertos milhares de casos. Mas não. Dona Cleomar não tem ninguém por si. Muito menos as autoridades que deveriam protegê-la. A chance dela seria nesse ano de eleição, com A abundância de demagogos, que algum poderia ajudá-la, disfarçando-se de benfeitor, para tentar se elerger. Só que isso será difícil de acontecer, porque dona Cleomar não pode nem votar. Ela não tem como apertar os números da urna eletrônica. Essa gente que faz esse tipo de coisa com pessoas como essa pobre mulher, deveria é morrer de vergonha. Mas, vergonha onde?
GAECO ATRÁS DE NOTAS FALSAS
A quarta feira começou com a Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado), no gabinete de um deputado eleito pela Capital, na Assembleia Legislativa. A suspeita é de que ele tenha emitido notas falsificadas para receber ressarcimento da verba que gastara, alegando tratamento de saúde. As denúncias indicam que teriam sido feitas cirurgias estéticas e apresentado notas falsas de que o tratamento seria outro, entre os que realmente são devolvidos aos parlamentares, quando gastos com doenças e cirurgias, mas excluem, claro, as chamadas “operações plásticas”. A ação, proposta pelo Ministério Público e autorizada pela Justiça, obviamente deverá ser contestada pelo parlamentar e outros acusados (médicos que teriam dado atestados falsos e advogados, que estariam envolvidos), que terão todo o seu direito de defesa respeitados. A ação desta quarta não envolveu nem o Parlamento como um todo e nem qualquer outro deputado.
DE ASSUSTAR: MULHERES SÃO O ALVO
Duplo feminicídio seguido de suicídio. Assassinato a tiros da mulher. Morte a facadas da companheira. Agressões crueis, cada vez mais violentas. Marido que surrou a mulher porque não gostou da comida ou porque ela ligou o ar condicionado quando ele não queria que ela o fizesse ou porque a atendente do restaurante, mulher, não serviu o lanche correto, como o agressor pedira. A maioria dos casos aconteceu mesmo e foi aqui em Rondônia. Todos os dias, mulheres são mortas brutalmente, assassinadas dentro de casa, na rua, no trabalho, na frente dos filhos, vizinhos, amigos. Ora, para que serve, enfim, a Lei Maria da Penha, exatamente criada com a intenção de proteger as mulheres? A resposta para essa pergunta é muito simples: impunidade absoluta, total, absurda. Um assassino, que deveria apodrecer na cadeia, mata, trucida, esquarteja uma mulher e é condenado a penas brandas. Mesmo assim, protegido por um pacote de benefícios que o tratam como “vítima da sociedade” (enquanto a vítima real está morta, sepultada), em poucos anos estará nas ruas de novo. Cometerá os mesmos crimes.
IMPUNIDADE TEM A MAIOR CULPA
Há ainda firulas como a tal decisão de impor “medidas restritivas” ao agressor, proibindo que ele se aproxime da vítima. Quem fiscaliza o cumprimento dessa determinação judicial? Ora, absolutamente ninguém. Até porque se a polícia fosse vigiar todos os potencialmente matadores de mulheres, não haveria efetivo suficiente em nenhuma região do país, mesmo que todo ele só fizesse esse trabalho. Ainda assim, com as decisões preventivas, mesmo com tentativas de mudar a cabeça desses malucos, mesmo com tudo o que se tenta para diminuir o número absurdo de feminicídios, nada funciona. Por que? Ora, porque quando não há formas de proteger as vítimas, deve-se tirar os seus potenciais assassinos do meio da sociedade. Há que colocá-los em celas e deixá-los lá, até que envelheçam e que suas vidas sejam jogadas no lixo. Para que não façam com suas mulheres, impunemente, o que continuam fazendo, com tão pouca punição. No geral, ele não só se aproxima, como a mata. Para que serviu, então, a tal “restrição”? Enquanto o Brasil tratar bandido e assassino como coitadinho; não fizer matadores de mulheres apodrecerem nas cadeias, nada vai protegê-las. Infelizmente, essa é a mais pura realidade!
EX SECRETÁRIO CONDENADO E PRESO
Outro enrolado em denúncias e condenado, Gilvan Ferro, que foi secretário de Justiça no governo de Ivo Cassol, acabou preso no interior da Bahia. Terá que cumprir pena de 4 anos e alguns meses, inicialmente em regime semiaberto, condenado por suspeita de ter recebido dinheiro público, que teria sido utilizado inclusive para construir uma academia de ginástica em Porto Velho. Não há como fazer juízo de valor de quem está distante do processo, mas é óbvio que as ações do seu então secretário jamais foram do conhecimento de Cassol, que passou os oito anos do seu governo pedindo que a população denunciasse qualquer ato de corrupção em qualquer esfera da sua administração. Todas as contas do então Governador foram aprovadas pelo Tribunal de Contas. Cassol acabou sendo injustiçado num processo quando ainda era Prefeito de Rolim de Moura, inclusive perdendo seus direitos políticos. Tudo o que aconteceu nesse caso, aliás, um dia será contado, com todos os detalhes, pela verdadeira História.
OS AMBULANTES EM DEBATE
A questão dos ambulantes de Porto Velho, que tomaram conta de praças e áreas públicas, como o Espaço Alternativo, vai começar a ser mexida a partir de agora. Tanto em nível da Prefeitura de Porto Velho quanto na Assembleia Legislativa. Na administração municipal, aliás, já houve algumas medidas. Uma das consequências é que, na última terça, por exemplo, o número de ambulantes no “Espaço” era em torno de dez por cento do que há de todo o tipo de comércio naquele local, diariamente. Os comentários são de que a Prefeitura vai endurecer contra o exagero do número de ambulantes naquela área. Informações não confirmadas ainda oficialmente dão conta de que o prefeito Hildon Chaves estaria ultimando negociação com o Estado, para que a administração municipal tome conta de todo o Espaço Alternativo, inclusive concluindo a obra do estacionamento, que nunca termina e a iluminando. Organizar a situação dos ambulantes seria o próximo passo. Já na Assembleia, o deputado da Capital, Jair Montes, vai promover uma audiência pública para discutir o assunto, em 5 de março próximo, uma sexta-feira. Aliás, Montes fez uma enquete nas redes sociais sobre se os ambulantes atrapalham as pessoas que utilizam o Espaço. Cinquenta e três por cento responderam que sim. Quarenta e sete, que não. Certamente a grande maioria dos que disseram não, nunca frequentaram uma área feita para lazer, que é infestada de ambulantes. Mas, mesmo assim, vale a pena debater o assunto com todos os setores.
PERGUNTINHA
Você acredita nos números da pesquisa da Data Folha dessa semana, que diz que se a eleição presidencial fosse hoje, Bolsonaro teria 29 por cento dos votos; Lula teria 17 por cento e o juiz Sérgio Moro apenas 2 por cento de apoio do eleitorado?