Artigo editado em: 27 de janeiro de 2022
As ideologias mais extremadas racharam ao meio a América do Sul, que foi dominada pela esquerda, nos anos 60 e 70 e que, depois, viveu longos períodos ditatoriais de governos militares, em vários países. Atualmente, a esquerda está ganhando de 6×5 entre as principais economias da região, sempre tão conturbada politicamente. O esquerdismo e o comunismo já dominam Argentina, Venezuela, Bolívia, Colômbia e, mais recentemente, Chile e o Peru. No lado oposto, entre os direitistas/conservadores, Brasil, Paraguai, Colômbia, Equador e Uruguai. Alguns destes países, como o Brasil, terão eleições neste ano e o quadro pode mudar. Mas, por enquanto, o resumo da ópera é este. Bolsonaro tem lamentado o avanço da esquerda entre nossos vizinhos. As maiores perdas que ele considera preocupantes, foram na Argentina, no Chile e, mais recentemente, no Peru. Os peruanos, por pequeno maioria, escolheram Pedro Castillo, que alguns comparam e chamam de o Lula peruano. Professor primário e líder sindical, Castillo foi eleito num pleito disputadíssimo, derrotando a candidata da direita, Keiko Fujimori. Na ocasião, em julho do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro publicou novo lamento: “perdemos o Peru!”, escreveu em suas redes sociais. Depois da posse de Castillo, contudo, a diplomacia superou a política e a ideologia e o presidente brasileiro comentou: “reafirmo o desejo do governo brasileiro de trabalhar em conjunto com as autoridades peruanas, para reforçar os laços de amizade e cooperação entre nossas nações”! Agora, seis meses após tomar posse, Castillo e Bolsonaro se encontrarão pessoalmente pela primeira vez, numa reunião bilateral. E onde será? Isso mesmo! O encontro dos dois Presidentes ocorrerá aqui mesmo em Porto Velho, no próximo dia 3 de fevereiro, uma quinta-feira, daqui a uma semana. A reunião dos dois mandatários, ministros e assessores, será realizada no Palácio Rio Madeira/CPA, conforme anunciou oficialmente o governador Marcos Rocha, nesta semana, logo após uma reunião com Bolsonaro, em Brasília.
Os peruanos têm interesses em muitos produtos brasileiros e nós também podemos usufruir de riquezas que eles podem nos oferecer. No lado de cá, exportamos mais de 110 milhões de dólares em 2020, só em veículos automotores. Já nossos vizinhos nos vendem, mais que tudo, adubos e fertilizantes químicos. Apenas para estes produtos, chegamos a importar mais de 450 milhões de dólares no ano passado. Na área do agronegócio, as relações comerciais também aumentam, na medida em que o Peru precisa importar arroz, milho, soja e trigo. O encontro da semana que vem em Rondônia, certamente terá quase nada de enfoque político e muito mais conversas sobre economia e negócios. Mas, é sempre bom lembrar, nas duas cabeceiras da mesa, estarão adversários ideológicos. O que se espera é que os interesses maiores dos dois países se sobreponham a qualquer outra questão. No mais, deve-se registrar a honra que Rondônia deve sentir de receber um evento internacional deste porte.
O QUE NÃO FAZ UM ANO ELEITORAL! GOVERNADORES QUE QUERIAM VOLTA DO ICMS COM AUMENTOS NORMAIS VOLTAM ATRÁS
Uma boa notícia, confirmada já há alguns dias para os rondonienses e, agora, ampliada para os brasileiros: depois de fazerem um H, anunciando que exigiriam a volta da cobrança do ICMS corrigido sobre os preços dos combustíveis, governadores (com exceção de Rondônia, Minas Gerais e mais um ou dois, que tinham decidido manter o benefício ao consumidor final), assinaram documento, nesta quarta, ampliando o prazo em mais 60 dias. Ou seja, durante mais dois meses, pelo menos, o ICMS fica zerado sobre o valor sobre o preço dos combustíveis e do gás de cozinha para todos os brasileiros. Em ano eleitoral, claro, ninguém quer ficar mal com a população, ainda mais num momento de crise econômica e com os preços internacionais do petróleo pressionando por reajustes cada vez maiores da gasolina, óleo diesel e do gás de cozinha. Numa carta, assinada pelos governadores que andavam ensaiando guerra pela volta do ICMS aos reajustes normais, num trecho está explicando que “diante do novo cenário que se descortina, com o fim da observação do consenso e a concomitante atualização da base de cálculo dos preços dos combustíveis, atualmente lastreada no valor internacional do barril de petróleo, consideram imprescindível a prorrogação do referido congelamento pelos próximos 60 dias, até que soluções estruturais para a estabilização dos preços desses insumos sejam estabelecidas.”
CONFÚCIO REASSUME O SENADO E MANTÉM O MISTÉRIO SOBRE DE SERÁ OU NÃO CANDIDATO AO GOVERNO
Foram quatro meses de férias, mas apenas das idas e vindas de e para Brasília. Confúcio Moura reassumiu seu mandato como Senador da República, depois de circular intensamente por toda a Rondônia, para ouvir a população e, ainda, se convencer ou não se deve concorrer ao Governo, em busca do terceiro mandato, neste 2022. Há quem diga que o que ele ouviu do eleitorado o teria deixado satisfeito, no geral, mas a decisão está longe de ser anunciada. Durante a ausência de Confúcio, um político de fala mansa, pensador, que por vezes parece pensar mais do que falar, mas que é uma das grandes figuras da política estadual. Duas vezes Governador, seu partido, o MDB, conta com sua liderança para entrar na briga pela cadeira de Marcos Rocha, mas, ao menos até agora, Confúcio Moura mantém apenas para si, o que pretende para seu futuro na política. Ele foi substituído, nestes 120 dias, pela empresária Maria Eliza, que, neste período todo, não teve qualquer destaque em alguma ação de maior importância, que merecesse registro. Maria Eliza, aliás, é a maior torcedora para que Confúcio decida com concorrer em outubro e que se eleja, porque, nesse caso, ela assumirá o restante do mandato. Ao voltar à função, Confúcio foi atração numa longa entrevista concedida à TV Senado, onde analisou a situação política do Estado, falou da importância da vacinação e cutucou o governo Bolsonaro, do qual é adversário.
ROCHA, ROGÉRIO, CASSOL, CONFÚCIO E LÉO: ATÉ AGORA, OS NOMES MAIS COTADOS PARA A DISPUTA PELO PALÁCIO RIO MADEIRA/CPA
Enquanto Confúcio não abre o jogo, Ivo Cassol e Marcos Rogério, outros dois nomes praticamente certos na disputa pelo governo, se arregimentam e se preparam para a briga, que, ao menos até agora, tem apenas Marcos Rocha como um nome certo nas urnas, buscando a reeleição. Ivo Cassol depende também da quinta-feira que vem, coincidentemente o dia em que Bolsonaro e o presidente do Peru se encontram em Porto Velho. Neste dia, o Supremo Tribunal Federal decidirá, definitivamente, se o ex-governador por duas vezes e ex-senador, poderá concorrer neste ano. Já Marcos Rogério ainda depende da missão que dará a ele o presidente Bolsonaro, seu maior aliado e, ainda, da arregimentação de forças políticas que conseguirá criar em torno do seu nome. Afora Confúcio (se for), Rocha, Rogério e Cassol, o quinto elemento é Léo Moraes. Animado por pesquisa do Instituto Phoenix (pesquisa realizada entre os dias 17 a 21 de janeiro de 2022 com 1.201 eleitores em catorze municípios do Estado. Possui margem de erro e + ou -3% e intervalo de confiança de 96%. A pesquisa foi contratada pelo jornal Correio Continental e é assinada pelo estatístico Augusto da Silva Rocha (Conre 1 7655-A), e registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia com o protocolo 07759/2022-RO”), ficando à frente dos demais com correntes, Léo anda pensando cada vez mais na cadeira de Marcos Rocha. Em março, as coisas devem se definir melhor.
RONDÔNIA RURAL SHOW VOLTA NESTE ANO, COM PERSPECTIVA DE VENDAS DE ATÉ 1 BILHÃO DE REAIS
Mais uma tentativa. Depois de dois anos em que a pandemia impediu a realização da feira, o governo rondoniense está confirmando a volta da Rondônia Rural Show, que empacou na oitava edição e não saiu dela, por causa de todos os prejuízos que o vírus causou ao país e a Rondônia, por óbvio. Enfim, a maior feira comercial do agronegócio rondoniense volta (se não houver mais percalços ou retomada da pandemia com mais força), entre os dias 23 e 28 de maio, ou seja, daqui a menos de quatro meses. E feira tem tons nacionais e internacionais, já que atrai a participação, como expositores e como compradores, de representantes de empresas de diferentes países. A Rondônia Rural Show começou em 2012, ou seja, vai completar uma década, com oito edições realizadas. Criada pelo então governador Confúcio Moura, na sua primeira edição teve negócios que chegaram a 186 milhões de reais. O faturamento, na única edição realizada pelo governo Marcos Rocha, em 2019, já saltou para quase 704 milhões de reais. Com a recuperação da economia, há uma previsão otimista que, se tudo der certo, poderemos chegar a mais de 1 bilhão de reais de resultados em negócios, neste ano. Esperemos que nada mais atrapalhe nossa mais importante feira.
SERVIÇO PÚBLICO E A OBESIDADE MÓRBIDA: O ESTADO MÍNIMO É SONHO CADA VEZ MAIS DISTANTE
Mesmo com o serviço público abrigando cada vez mais servidores, ao invés de ser realmente enxugado, os concursos abertos em todo o país provam, na prática, que a obesidade mórbida do Estado continuará se expandindo e cobrando cada vez mais impostos, taxas e emolumentos do cidadão comum, que terá que trabalhar duro para pagar tudo isso. O Estado mínimo, aquele tão sonhado pelos brasileiros, é apenas uma miragem. Milhões de estudantes país afora só vivem em função de concursos, querendo ingressar no serviço público de todos os níveis para terem uma profissão garantida eternamente e, sem qualquer risco, não importa se façam bem ou mal seu trabalho, não terão mais problemas nesta área, até que se aposentem. Mesmo com o curto governo de Michel Temer tenha reduzido em mais de 40 mil os cargos federais existentes e, no governo Bolsonaro, outros 60 mil tenham diminuído, há ainda uma multidão de servidores na ativa, com um alto percentual dos que estão à beira da aposentadoria. A verdade é que, trabalhar para o governo, em qualquer estágio, é ainda o maior sonho de consumo de muitos jovens brasileiros. Qualquer concurso – e eles são intermináveis – prova essa teoria. Aqui mesmo em Rondônia, num concurso para técnico ambiental do Ibama – há quase quatro mil candidatos inscritos para apenas 20 vagas do Ibama. Ou seja, praticamente 200 candidatos para cada cadeira disponível. Enfim, o Estado mínimo continua sendo um sonho cada vez mais distante da vida real.
UMA VIDA JOVEM TIRADA PELO DESPREPARO DE QUEM UMA ARMA E NÃO ESTÁ PREPARADO PARA USÁ-LA
Usar arma para defesa é uma coisa; estar despreparado para tê-las, é outra! Foi o despreparo e a irresponsabilidade que acabaram tirando a vida de uma jovem, em Ji-Paraná, nesta quarta-feira. Ela estava dentro de um carro, junto com outras três pessoas, fazendo manobras perigosas perto de um depósito de areia, quando um homem saiu na frente de sua casa e começou a disparar contra o veículo. Uma garota de apenas 20 anos foi assassinada de forma incompreensível. O atirador confessou o crime, afirmando que viu o carro fazendo manobras perigosas perto da sua casa e ficou com medo. Por isso saiu atirando. Uma vida jovem perdida por absoluta falta de controle de uma pessoa com nenhum preparo para andar com arma. Ter porte de arma é direito de qualquer cidadão que preencha os requisitos para tê-la, mas há que se redobrar os cuidados e todas as exigências para quem o direito de andar com qualquer tipo de arma deva ser dado. Para a sociedade (menos, claro, para quem perdeu uma pessoa tão jovem e cheia de sonhos), o caso de Ji-Paraná em breve será esquecido, como o são todas as tragédias da violência diária que vivemos, mas, o que se espera é que pelo menos para as autoridades, o episódio sirva de exemplo para que haja um maior cuidado ao se liberar uma arma mortal a quem não sabe como usá-la.
EXPLORAÇÃO DO GÁS JÁ NÃO É MAIS CONTROLADO APENAS PELA PETROBRAS. MERCADO ABRE PARA NOVAS EMPRESAS
Um novo marco do gás, que abre o mercado de exploração da exploração e comercialização em Rondônia, tirando da Petrobras a primazia destes direitos, foi anunciado nesta quinta-feira, durante visita ao Estado, pelo ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia e pelo governador Marcos Rocha. Num encontro com a imprensa, ambos informaram que a nova perspectiva abre caminho para a instalação de várias empresas no setor, que poderiam explorar o gás descobertos em diferentes pontos do Amazonas e ampliar, a médio e longo prazo, as opções energéticas da região. Embora não se tenha falado diretamente sobre o gasoduto de Urucum, projetado há muitos anos, mas que nunca saiu do papel, tanto a União como o Estado creem que o novo leque de opções de investimentos na área podem trazer avanços importantes neste contexto. Na coletiva, Marcos Rocha aproveitou para comemorar a boa nova e, ao mesmo tempo, destacar que todas as matrizes energéticas são importantes para um Estado onde, só no ano passado, foram criadas mais 26 mil empresas e, ainda, onde o desemprego está entre os menores do país. Ao responder a uma pergunta sobre o alto custo da energia em Rondônia, Beto Albuquerque fez uma volta, dizendo que as contas foram reajustadas em índices abaixo da inflação e que o governo federal luta para diminuir a conta para o consumidor, mas isso só será conseguido com um projeto macro, para o futuro. Ou seja, por enquanto, é caso sem solução!
PERGUNTINHA
Você, que não quer votar nem em Lula e nem em Bolsonaro, acham que o ex-juiz Sérgio Moro é a melhor terceira via ou prefere Ciro Gomes?