Artigo editado em: 9 de maio de 2020
Números da doença vão continuar crescendo muito em Rondônia. O pico da doença, segundo estudos apresentados no encontro com a imprensa, do governador Marcos Rocha e prefeito Hildon Chaves, entre outras autoridades, será entre 7 e 13 de junho. Além da série de medidas já anunciadas, Marcos Rocha vai editar novo decreto, provavelmente ainda no final de semana, com decisões importantes. Algumas medidas: na primeira semana de validade do decreto, voltarão à decisão original de permitir o funcionamento apenas dos serviços essenciais. Tudo o demais fecha. Reuniões com mais de cinco pessoas também estarão proibidas. Durante 14 dias será feita avaliação. Se os números baixarem; se o total de leitos ocupados diminuírem, pode se repensar o isolamento e voltar a algumas flexibilizações. O acompanhamento dos casos será diário, mas o próximo passo, já na terceira semana (sempre partindo do princípio que o número de casos e óbitos caiam), haverá uma nova tentativa de começar a reabertura do comércio e dos serviços lentamente, de forma seletiva. Na quarta semana, ou seja, mais para o final de junho, poderá haver maior abertura para a volta às atividades, mas sempre dependendo da evolução ou da involução da doença. Num cenário pessimista, não haverá saída a não ser a decretação do Lockdown, embora nem o Governador do Estado e nem o Prefeito da Capital tenham falado claramente sobre isso, no encontro de sexta.
A continuar o risco de colapso no sistema de saúde do Estado, pela evolução rápida no número de contaminados e de mortes, não haverá outra saída, a não ser radicalizar o isolamento. Há setores da saúde pública que acham que a proposta deveria começar a ser pensada de imediato, mas não há consenso. Antes disso, tanto o Governo quanto a Prefeitura da Capital querem fazer novas tentativas, tentando mobilizar e conscientizar os rondonienses a aderirem, em massa, aos programas de cuidados para que a doença não chegue num estágio incontrolável. Se vier o Lockdown, caso grande parte da população continue descumprindo as orientações e cuidados das autoridades, vai ser extremamente ruim e pode causar um enorme dano à economia, com quebradeira geral de empresas e enorme desemprego. O que é, afinal, o Lockdown? É uma expressão em inglês que, na tradução literal, significa confinamento ou fechamento total. Ela vem sendo usada desde o agravamento da pandemia da Covid-19. Embora não tenha uma definição única, o Lockdown é, na prática, a medida mais radical imposta para o distanciamento social. É uma espécie de bloqueio total em que as pessoas devem, de modo geral, ficar em casa. Sair, só com autorização especial. Por enquanto, o Lockdown não é citado como prioridade. Mas pode ser a única saída, em caso da população continuar ignorando o perigo.
ROCHA: “PRECISAMOS CUIDAR UNS DOS OUTROS”!
Não tem fundamento, segundo ele mesmo afirmou, que o governador Marcos Rocha esteja cumprindo quarenta, por suspeita de corona vírus. Ele negou o episódio, embora tenha confirmado que uma pessoa da sua equipe esteja com suspeita da doença. Criticou duramente o que chamou de Fake News e que acabaram prejudicando o acordo com o Prontocordis. Ironizou, parabenizando os que divulgaram tais informações falsas, segundo ele, embora não tenha citado nomes e tenha destacado que “não são todos” os que criara tal problema. Lamentou ainda a falta de respeito entre as pessoas e alertou que só com a ajuda da população, principalmente Porto Velho e Ariquemes, que citou nominalmente, a crise poderá ser superada. Mas se não houver esse apoio, falou que não haverá outra saída a não ser apertar o isolamento social, embora tenha negado que o Lockdown esteja nos planos, ao menos por enquanto. Reafirmou: se a população não ajudar, “a gente terá que fechar, para salvar vidas!”. E destacou: “precisamos cuidar uns dos outros, para evitar o caos”!.
NAS RUAS, PARECE QUE TUDO ESTÁ NORMAL
O crescimento do número de afetados pelo corona vírus tem sido assustador. Mais de 500 casos numa só semana. Em média, uma morte por dia durante todos os dias desde o início de abril, até essa primeira semana de maio. Em 7 de abril, tínhamos 23 casos e uma morte. No dia 8 de maio, 1.222 casos e 37 mortes. Hospitais lotados. UTIs com cada vez mais doentes. Além de 20 covas extras que já foram usadas para enterrar mortos pela doença, mais 35 novas foram abertas só nessa semana, no Cemitério Santo Antônio, porque a previsão é de que haverá muito mais óbitos. Mesmo com tudo isso, as ruas estão tomadas por carros; gente andando para lá e para cá, muitas sem qualquer proteção. Idosos caminhando pela cidade sem os cuidados necessários, dão uma fotografia de uma vida que parece estar normal e que a Covid 19 só acontece com os outros. Isso sem contar o sem número de Coronafest, algumas delas tendo que serem interrompidas pela polícia. Desse jeito, estamos todos ferrados!
MAIS LEITOS, MAIS UTIS PARA A GUERRA AO VÍRUS
É outro o discurso! Governo e Prefeitura, depois de um início de ações isoladas, estão agora trabalhando juntos, com objetivos comuns, falando a mesma linguagem, na batalha contra o corona vírus. Agora, não faltam elogios do governador Marcos Rocha a Hildon Chaves, que responde no mesmo tom, sobre a forma como as duas esferas de poder estão trabalhando juntos. Na guerra ao corona, o governo, depois de comprar a Maternidade Regina Pacis e alugar 20 leitos nas Irmãs Marcelinas, oficializou negociação com o Hospital Samar, com 50 leitos clínicos e 15 de UTI locados por 90 dias, por um preço aproximado de 10 milhões de reais. Outros leitos em hospitais ainda poderão ser locados. O prefeito Hildon Chaves também deu uma boa notícia: a Prefeitura negocia também a locação de um hospital com mais 50 leitos. As negociações com o Prontocordis esfriaram, mas a Sesau ainda não as deu por encerradas. Nos próximos dias, novas ações nesse sentido poderão ser anunciadas, tanto pelo Estado quanto pelo município. Juntos.
EYDER, O PRIMEIRO DEPUTADO CONTAMINADO
Foi um susto, mas houve reação imediata. A informação, divulgada por ele mesmo num vídeo, de que o deputado estadual Eyder Brasil, líder do governo na Assembleia, foi acometido pela Covid 19, deixou preocupados servidores e parlamentares que tiveram contato com ele nos últimos dias. Nota oficial assinada pelo presidente Laerte Gomes, contudo, anuciou uma série de medidas, ampliando a segurança para toda a estrutura do parlamento. Foi decretada a quarentena para todos deputados e servidores que tiveram contato próximo com Eyder, recentemente e várias outras medidas de segurança, como a limpeza minuciosa do prédio da Assembleia e desinfecção de todos os andares. Laerte destacou ainda que todas as medidas de proteção, determinadas pelos órgãos de saúde, estão sendo seguidas completamente. Desde o início da pandemia, por exemplo, todos os servidores que fazem parte dos grupos de risco, estão trabalhando em casa.
A INTENÇÃO É BOA, MAS ESTAMOS NO BRASIL…
Fosse num país sério, onde as leis seriam aplicadas com igualdade a todos, proposta do senador Confúcio Moura, impondo penas maiores para um tipo específico de criminosos , seria excepcional, para ampliar ainda mais a punição aos que se aproveitam dessa época de pandemia, para enganar, conseguindo benefícios ilegais, aproveitando-se do que as leis feitas para proteger parte da população para darem seus golpes. Ele propõe que sejam aumentadas as penas de crimes de pessoas que obtiveram vantagens e benefícios concedidos durante a crise da Covid 19. Citou o exemplo de um preso gaúcho que apresentou atestado falso de que tinha diabetes e com isso conseguiu ser solto. Mas estamos no Brasil, aquele país que comemora a impunidade, onde um ministro do STF manda soltar traficante preso com 400 quilos de cocaína, por firulas jurídicas e onde meio milhão de condenados continua nas ruas. A intenção de Confúcio é das melhores. Claro que o ideal seria que a proposta fosse ampliada para médicos que dão atestados falsos; para gestores que compram respiradores e equipamentos de proteção individual com supersuperfaturamento. Mas já é um começo. Outro problema: onde arrumar cadeia para tantos canalhas que usam de ilegalidades durante a pandemia do corona vírus?
REGINA PACIS: MAIS DE 1 MILHÃO NA REFORMA
Ainda sobre a compra do Regina Pacis pelo Governo, vale a pena algumas informações adicionais. Como a de que há sim, no local, estacionamento, que pode abrigar ate 50 veículos. A área é localizada do outro lado da rua da frente do prédio, na rua Joaquim Nabuco. Nesse terreno vai funcionar também o setor administrativo do hospital. O prédio tem saída para três ruas: Joaquim Nabuco, Quintino Bocaiúva e Pinheiro Machado. Quando a maternidade estava em funcionamento as ambulâncias paravam pela Joaquim Nabuco, mas agora, depois da reforma, vão parar na Quintino Bocaiúva, em área coberta, em acordo com regra da Anvisa. O hospital está sendo totalmente reformado. O governo vai levar duas usinas de oxigênio que podem gerar uma economia de 100 mil reais por mês, a depender do consumo. Levará um prédio adequado com sistema de combate e prevenção de incêndio e com rede de gases medicinais em todas enfermarias. Dos 12 milhões que está recebendo, a atual direção da Maternidade terá que investir pelo menos 1 milhão na reforma, mas o valor pode ser ainda maior .O compromisso é entregar tudo até 31 deste mês de maio, para começar a atender imediatamente os doentes da Covid 19.. Serão, inicialmente, 80 apartamentos, mas poderão chegar até 152, numa necessidade maior.
MOSQUINI VOLTA A DEFENDER A REGULARIZAÇÃO
Há um risco concreto de que mais de 2 milhões de pessoas, que vivem em cerca de 2.300 assentamentos na Amazônia, além de perto de 100 mil pequenos proprietários rurais de Rondônia, que não possuem títulos de propriedade dos seus lotes, onde alguns vivem e sobrevivem há mais de 20 anos, outros há muito mais tempo, serão muito prejudicados, caso não seja votado, até o dia 19 próximo, a MP 910, que trata da regularização fundiária no país. Relator da MP e um dos seus maiores defensores, o deputado federal Lúcio Mosquini, líder da bancada federal no Congresso, diz que “a regularização fundiária será a grande mola propulsora que nossa economia, fundamental para superar a crise da Covid-19. Ela trará dignidade para mais de 1milhão e 200 mil pequenas propriedades rurais em todo o país”. Mosquini, que também é presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Regularização Fundiária, diz que “essa é a solução. Não temos outro caminho. O homem do campo, sem título definitivo de sua propriedade, vira alvo de invasões; se sente livre das obrigações pertinentes ao Código Florestal Brasileiro e vive privado de receber programas para fortalecimento da agricultura promovidos pelo governo.”. Até agora o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não colocou o projeto da MP na pauta.
PERGUNTINHA
A continuar nesse ritmo de contágio e mortes, você acha que acabaremos chegando a Lockdown em Porto Velho e outras cidades de Rondônia, pela falta de participação da população nos cuidados com o corona vírus?