Artigo editado em: 22 de fevereiro de 2020
Claro que a legislação tem muita culpa em relação ao que está acontecendo, mais uma vez, com a Polícia Militar. Proibida pela Constituição de fazer greve, a corporação eventualmente tem ignorado a lei, que deveria defender com unhas e dentes, realizando paralisações, algumas com violência e sustos à população, como já aconteceu aqui mesmo em Rondônia e em outros Estados; assim como está se registrando agora, em Fortaleza. O caso do Ceará é muito mais grave, porque os eventos não representam apenas um motim, mas uma provocação, quase um chamado ao confronto com as demais forças de segurança. Quando PMs em greve, armados, se tornam uma ameaça à coletividade, como devem agir os governos? No final desses movimentos (lembremo-nos de Rondônia, numa greve onde houve até tiros, registrados na primeira metade do governo de Confúcio Moura ), mesmo os atos mais violentos são punidos, mas as punições fracassam, por ingerência política, tanto do Executivo como do Parlamento. No final da baderna, a classe política oferece uma anistia, em que tudo é esquecido, como se nada tivesse ocorrido. No Rio de Janeiro, há pouco tempo atrás, também foi assim. Como conhecem mais do que ninguém o funcionamento das leis nesse Brasil, os amotinados sabem que podem fazer o que quiserem porque, no final das contas, ainda serão considerados heróis dentro da categoria. Alguns, aliás, serão eleitos para cargos políticos. Nesse caso, mais uma vez, o que diz nossa Constituição é apenas letra morta!
A crise no Ceará vem de longo tempo. Piorou mais quando os “coronéis”, como Ciro Gomes e seu tresloucado irmão, Cid Gomes, começaram a fazer campanha política em cima da desgraça dos péssimos salários pagos na área de segurança pública e, principalmente, à própria PM. Cid poderia ter corrigido a injustiça, mas nunca o fez. Quando Governador, chegou a enfrentar uma greve dessas em pleno período de carnaval, quando Fortaleza, por exemplo, recebia milhares de visitantes. Se dobrou a algumas exigências, mas continuou mantendo os salários dos policiais abaixo da linha da vergonha, como o são até hoje. Agora, ao invés de buscar a pacificação, jogou uma retroescavadeira sobre PMs e seus familiares, num gesto absurdo e doentio. Erram os políticos, ao não valorizar os policiais (isso sem contar a verborragia esquerdista e da Rede Globo, querendo torná-los criminosos) e erra a parte da PM cearense que partiu para o crime, ignorando a Constituição, o país e seu povo. Não há mocinhos nesse filme triste, cujo final pode ser ainda terrível e assustador. A lavagem de mão dos governos e da classe política, ao anistiar criminosos, também é um incentivo ao motim e à baderna. Todos erraram. E quem paga? Uma resposta é óbvia: em 48 horas, 51 assassinatos. Quem paga, é claro, são os cidadãos comuns. De novo!
O PERIGO NA PONTE DE ITAPUÃ
A inoperância do Dnit no Estado se tornou um perigo para Rondônia. Denúncias feitas pelo prefeito Moisés Cavalheiro, de Itapuã do Oeste, de que há grande risco de colapso da ponte sobre a BR 364, na sua cidade, têm sido levadas no contexto da burocracia, como se fosse um probleminha qualquer. Por ali passa todo o tráfego pesado que vai e vem dentro de Rondônia, incluindo caminhões e veículos do Acre, do Amazonas, do Mato Grosso e outros Estados da região. Os pilares da ponte – principalmente um deles – está visivelmente deteriorado, coisa que vem acontecendo há muito tempo e que só tem piorado. O risco de que a ponte possa ceder é claro e iminente. Cavalheiro já enviou ofício ao órgão, pedindo solução. O Dnit começou a fazer estudos e análises técnicas, mas até agora não se sabe se e quando haverá solução para o problema. Há ainda a mesma burocracia de sempre, para resolver um problema que deveria ser considerado como de urgência. Um acidente numa ponte como essas, seria um grande desastre, não só causando mortes, como também isolando Rondônia do resto do país. Aliás, sobre pontes, Rondônia e o Dnit não falam mesmo linguagem comum. A que está sendo construída na Ponta do Abunã já deveria estar pronta há meses, mas sequer tem data para ser concluída. Parece inacreditável, mas infelizmente é a mais triste realidade.
ESTRADAS: CALCANHAR DE AQUILES DOS PREFEITOS
Dos 52 prefeitos do Estado, ao menos 40 se reuniram em Porto Velho, na sexta, para discutirem seus principais problemas e levá-los ao governador Marcos Rocha. O prefeito da Capital, Hildon Chaves, em Brasília à busca de recursos, não compareceu, mas avisou que, antes, já debatera com Marcos Rocha os problemas da cidade. Uma das reivindicações foi para que a Rodoviária passe a ser gerida pela Prefeitura e não mais pelo Estado. Em relação ao interior, afora as dificuldades financeiras, o maior problema comum apresentado pelos prefeitos se relacionou com a má qualidade das estradas vicinais, principalmente, mas também muito com as rodovias estaduais todas essenciais para o escoamento da produção. O Governador ouviu atentamente os pleitos, avisou que quer ampliar as parcerias e que estará ao lado dos municípios. Outros encontros desse porte estão sendo agendados. Sem o apoio do Governo, principalmente as pequenas cidades rondonienses continuarão sofrendo com seus eternos problemas. Ampliando-se a parceria, as chances de que a vida da população dessas comunidades melhore, é concreta.
OURO: EXPORTAÇÃO LEGAL DECAINDO
Por incrível que pareça, há uma pequena parte do ouro extraído em Rondônia que não é contrabandeada. É exportado legalmente. Enquanto as centenas de quilos são retirados ilegalmente dos rios do Estado, mas principalmente, na grande maioria extraídos do Rio Madeira, há pelo menos 24 quilos que vendemos ao exterior dentro da legalidade. E apenas no mês de janeiro deste ano. Foi bem menos, aliás, do que o resultado de janeiro do ano passado, quando vendemos 59 quilos legalmente. Ou seja, o ouro que foi declarado, que pagou imposto e que saiu na forma da lei, foi alguma coisa em torno de, no máximo, 10 por cento do que é contrabandeado todos os meses. Se mantivermos o volume de exportações do rico metal (com o perdão do trocadilho!), deste janeiro, em um ano conseguiríamos faturar, para vendas externas, alguma coisa em torno de 300 quilos. Isso representaria, com o preço do ouro hoje, uma grana perto de 69 milhões e 600 mil reais. Deixamos de computar, contudo, quase dez vezes esse valor, com todo o ouro que nos é roubado.
CAIRU E HAVAN: DESTAQUES NO ESTADO
Luciano Hang, um dos maiores empresários do Brasil, foi homenageado pelo Grupo Cairu, de Pimenta Bueno, com um capacete personalizado, fabricado aqui mesmo, pela empresa. Luciano, hoje uma das personalidadees mais conhecidas do país, com uma rede que já ultrapassou as 120 lojas, aparece num vídeo nas redes, ao agradecer o presente aos empresários Eugênio e Euflavio Ribeiro, da Cairu, “enchendo a bola” de Rondônia. Diz, no vídeo, que a Havan já tem lojas em Vilhena, Cacoal e que está construindo uma enorme loja em Ji-Paraná. Confirmou também a segunda loja para Porto Velho. Mas sobre o Estado, não poupou elogios: “Eita Estado bom, esse de Rondônia! O calor que faz lá é o calor do povo de Rondônia”. Hang destacou também a Cairu, que chamou de “fábrica maravilhosa!”. A Cairu, essencialmente rondoniense, é uma das maiores fábricas de bicicletas do país. Começou com uma pequena loja em 1985. Três décadas e meia depois, é uma gigante, que ajuda a impulsionar a economia do nosso Estado.
DESCONTO PARCELADO, PAGAMENTO À VISTA!
Polêmica em Rolim de Moura, com os valores pagos ao prefeito Luizão e seus secretários. Basicamente, o Prefeito faturou nada menos do que 93 mil reais, afora seu salário, próximo a 14 mil reais. Seus secretários ganharam, em média, 25 mil reais. Aparentemente, não há ilegalidade, porque os valores foram descontados dos salários de todos durante cerca de dez meses, quando a Prefeitura passava por uma grande crise. Luizão cortou 30 por cento do próprio salário e 20 por cento dos demais servidores próximos a ele. Prometeu que o dinheiro seria devolvido quando a situação dos cofres municipais melhorasse. Ou seja, descontou em dez vezes, mas devolveu numa tacada só. E é esse importante detalhe que mereceu protestos na Câmara de Vereadores e da população. O Prefeito se defende, dizendo que apenas cumpriu o que havia prometido, já que os valores foram mesmo descontados. A malandragem, contudo, dizem seus adversários, foi fazer uma espécie de poupança durante vários meses e depois receber a bolada numa vez só. Não seria o caso da devolução ser feita também parceladamente? O caso teve repercussão muito grande na cidade. Afinal, mesmo tendo superado uma crise, Rolim está longe de estar nadando em dinheiro. Foi mal!
A ESPERA DE UM QUARTO DE SÉCULO
São duas décadas e meia de promessas, conversa fiada, papo de campanha política, aquilo tudo que já se conhece, quando se trata de algumas obras públicas neste Brasil e nessa Rondônia. Durante todos esses anos, 25 anos, um quarto de século, o Colégio Padrão espera por uma reforma geral. O ginásio Vinicius Danin, localizado no complexo do educandário, também segue a mesma ladainha. No ano retrasado, a Prefeitura de Porto Velho prometeu (como tantos administrações anteriores o fizeram), desenterrar o sapo da obra que nunca andava. Para surpresa geral, não é que o trabalho andou e está mesmo na reta final? Pelo menos é isso que a assessoria da Prefeitura da Capital anuncia, garantindo que tudo estará pronto neste mês de junho. O prédio, cujo nome homenageia o ex prefeito Chiquilito Erse, estava abandonado. Depois que retomados os serviços, ele já foi todo reformado, com os serviços de pintura, instalações elétricas e hidráulica. Os banheiros e cinco salas de aula estão prontos, com piso e instalações elétricas. Além de um campo de futebol já existente, serão construídos outros dois campos de areia e uma pista para pratica esportiva. O investimento supera os 3 milhões e 320 mil reais. O ginásio Vinicius Danin também será todo recuperado, mas em outra licitação.
UM SHOW DA QUARENTONA
Não tem dinheiro público. Mas tem uma multidão levada pela alegria. Tem criatividade. Tem cheiro de povo. Gente de todas as idades, suando, berrando, fazendo festa durante horas seguidas.Com algumas poucas exceções dos malucos de sempre, que exageram, a quadragésima saída da Banda do Vai Quem Quer, neste sábado, foi outra vez um espetáculo. Pelo menos um sexto da população de Porto Velho, alguma coisa próxima a 100 mil pessoas, saiu pelo centro da cidade, num evento que não tem mais adjetivos para se usar, tal sua grandeza. Nesse ano, a Banda teve ainda atrações muito especiais. A maior delas, a realização de três casamentos reais, ao mesmo tempo, entre os quais a da comandante da Banda, Ciça Andrade, com o deputado Eyder Brasil. E teve também um bolo de 40 metros, para comemorar a data. Foi um show, a maior banda carnavalesca da região norte, passando por mais um carnaval. No final de tudo, só aplausos.
PERGUNTINHA
Você acha justa a greve para os PMs, quando eles reivindicam melhores salários, incluindo ações de motim, como está acontecendo no Ceará ou considera que a polícia não pode fazer paralisação, como determina nossa atual Constituição?