Artigo editado em: 8 de abril de 2021
Faltam apenas alguns dias para chegarmos ao final do prazo estipulado tanto pelo Governo do Estado, quanto pela Prefeitura de Porto Velho, para a chegada, aqui, de algo em torno de 1 milhão e 400 mil doses de vacinas. Em nível municipal, a negociação, intermediada pelo empresário e superintendente da Agência de Desenvolvimento, Marcelo Thomé, já foi feita e os valores das 400 mil doses da Oxford/Astrazeneca estão depositados numa conta especial do Banco do Brasil. O dinheiro só será pago ao laboratório, depois que as vacinas chegarem. Em relação ao Estado, o governo também confirmou a negociação para compra de 1 milhão de doses da vacina russa, a Sputnik V. Em ambos os casos, a intenção é das melhores e tudo o que os governantes tanto do município quanto do Estado podiam fazer, já o fizeram. Mas os dois negócios darão certo? Ao menos a curto prazo, muito difícil, quase impossível. Começando pela Astrazeneca, comprada pelo município. A produção ainda está muito aquém do esperado e o laboratório está longe de atender a demanda mundial. Além disso, a suspeita de que a vacina pode causar trombose, embora em casos raros, pode limitar seu uso em pessoas com determinadas idades e comorbidades. Já em relação a Sputnik, negociada pelo Governo, o caso é ainda mais complexo. Primeiro, há uma dificuldade no próprio país de origem. A Rússia está limitando suas exportações da vacina, porque prioriza o público interno. No Brasil, há ainda outra questão importante: a Anvisa não liberou, ainda, o uso da vacina no Brasil. Provavelmente vai fazê-lo nos próximos dias.
Há boa vontade, há dinheiro; há ações práticas, todas necessárias para o negócio milionário, já fechado. Mas é bom que a gente não se iluda: pode demorar muito ainda para as vacinas compradas cheguem para Rondônia e para Porto Velho. Há uma série de obstáculos pelo caminho, mas principalmente o da falta de produção. Como a prioridade das vacinas são os governos e só depois outros negócios, imagina-se que a situação ainda terá que superar muitos problemas, até que tenhamos um final feliz. Nossos gestores fizeram tudo o que podiam para tornar realidade a compra de 1 milhão e 400 mil doses de vacina. A partir de agora, a situação foge ao controle deles. Enquanto a produção continuar menor do que a enorme necessidade mundial, do Brasil e de todos, mais distante ficará o sonho de termos vacinas suficientes para imunizar praticamente toda a nossa população. Com realismo (embora há que se acreditar em milagres) não se pode imaginar que nesses poucos dias que faltam, teremos mesmo vacina em abundância. A menos que elas venham do Ministério da Saúde, o que também parece estar no mundo do impossível!
NÚMEROS POSITIVOS CONTRA O VÍRUS EM 55 CIDADES BRASILEIRAS
São 5.570 municípios brasileiros. Um grupo de menos de 1 por cento deste total (apenas 55 cidades), tem um fato em comum: o número baixo de contaminados pela Covid 19 e o de óbitos, causados pela doença, enquanto ela se expande com força total na maioria das regiões brasileiras. O que diminuiu o número de internados e mortos em comum cidades como Porto Seguro, na Bahia; Rancho Queimado, em Santa Catarina; Búzios, no Rio de Janeiro; Taquara, no Rio Grande do Sul: Cascavel, no Paraná; Uberaba, Minas Gerais; Vila Velha, no Espírito Santo; Floriano, no Piauí; Natal, no Rio Grande do Norte; Limeira, em São Paulo e a única cidade rondoniense na lista, Cacoal? Todas elas aderiram ao tratamento precoce, ou seja, ao ataque ao vírus quando a pessoa começa a sentir os primeiros sintomas e antes que tenha que ser internada. Nessas e em outras 45 comunidades do país, não se manda o doente para casa, para esperar que o vírus ataque com mais virulência, para só então tratar. Nelas, o tratamento precoce tem dado resultados práticos, diminuindo acentuadamente o número de casos mais graves. Quem não acreditar, basta olhar os números divulgados por essas cidades e compará-los com todas as demais, cerca de 99 por cento dos municípios brasileiros, que ainda teimam em não usar o tratamento no primeiro sintoma do vírus. Se não se convencer com os números, então, não se convencerá com nenhum outro argumento!
MELHORAM BASTANTE OS ÍNDICES DE VACINAÇÃO NA CAPITAL
Os números de vacinas entregues pela Sesau aos municípios e o que já foi aplicado na população, ainda divergem. Na Capital, por exemplo, a Prefeitura informa que, nesta quarta, havia recebido 72.720 doses para a vacinação, com 48.600 para a primeira dosagem e 10.045 para a segunda. Das 24.129 vacinas restantes, 11.900 são exclusivas para a segunda dose; 9.139 do último lote também para a nova dose e 3 mil para primeira dose de idosos acima de 65 anos. São números oficiais. Já no site da sesau (https://covid19.sesau.ro.gov.br/Home/Vacina), há divergências de dados. Neles, lê-se que foram entregues à Capital, 42.075 vacinas para a primeira dose e 29.926 para a segunda. Ou seja, nos números da Sesau, ela entregou em Porto Velho um total de 72.001 doses. Na contagem da Prefeitura, há 718 doses a mais, não computadas pela Sesau. Isso tudo, é claro, sem contar as vacinas que chegaram nesta quinta. Questionado sobre o assunto no programa Papo de Redação da Parecis FM, o prefeito Hildon Chaves disse que o sistema de vacinação na sua cidade tem sido muito elogiado e que os números anunciados dias atrás, não coincidiam com a realidade. Hildon considera o sistema de vacinação da sua cidade como “excelente!”
CANDEIAS NÃO APLICOU AINDA METADE DAS VACINAS QUE RECEBEU
Das 52 cidades rondonienses, apenas seis já tinham atingido os 100 por cento de aplicação da primeira dose vacinal, até a manhã da quinta-feira: Vilhena, Jaru, Nova Brasilândia, Cerejeiras, Urupá e Teixeirópolis. Ou seja, pouco mais de 10 por cento. Na contramão, a pior performance é de Candeias do Jamari, que até agora havia recebido 1.787 doses e aplicado apenas 899, com o percentual de apenas 49,7 por cento de imunizações, mesmo a Prefeitura tendo vacinado durante todo o feriadão de Páscoa. Costa Marques, onde a doença atacou com força, é outro exemplo negativo. Das 1.761 doses, aplicou apenas 899 também, resultando em só 51,1 por cento de vacinações realizadas. Em Ji-Paraná, que tem o segundo maior número de óbitos do Estado, com 361 mortes registradas (Porto Velho, até a quarta, já tinha 1.945), havia recebido 11.529 vacinas para a primeira dose, mas até agora aplicara apenas 9.933, ou seja, 86,2 por cento.
Em Ariquemes, a terceira cidade mais atingida, com 341 mortes, a Prefeitura conseguiu 6.9376 doses e aplicou 6.759, atingindo o percentual de 97,4 por cento e caminhando para os 100 por cento. Nesta quinta, chegaram mais 27.950 doses, a maior parte de Coronavac, mas também Oxford/Astrazeneca. Todas elas, segundo nova orientação do Ministério da Saúde, para aplicação de primeira dose. Com isso, Rondônia recebeu, em apenas uma semana, 79.350 doses de vacinas.
ENFIM, CHANCE REAL DE TERMOS UMA AEROPORTO INTERNACIONAL
Um grupo francês, o mesmo que administra o gigantesco aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, foi o vencedor do leilão para passar a comandar também o aeroporto internacional Jorge Teixeira, de Porto Velho. O valor pago teria sido algo em torno de 420 milhões de reais, com 778 por cento de ágio para um grupo de outros seis aeroportos da região norte. O mesmo grupo administrará os aeroportos de Manaus, Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tabatinga e Boa Vista. Foi o maior negócio da história, no país, envolvendo 22 aeroportos, com valor final de 3 bilhões e 300 milhões de reais. Finalmente, com a privatização, ao menos por exemplos existentes em outras regiões do Brasil e do mundo, onde os aeroportos foram privatizados, espera-se grandes investimentos, até para transformar o Jorge Teixeira, realmente, num aeroporto internacional. Há um grande potencial, principalmente na área de negócios na área de exportação, de que tenhamos aqui uma central de cargas que pode levar e trazer mercadorias, ampliando de forma acentuada os negócios entre Rondônia e os países vizinhos. Obviamente que a empresa que venceu a concorrência, terá que fazer grandes investimentos e pensar a longo prazo, para vislumbrar um aeroporto que fica no coração da Amazônia e que poderá ser de grande importância para toda a região.
SISTEMA DE ÔNIBUS PODE TER PASSAGEM CONGELADA EM 3 REAIS
“O maior inimigo é o pirata. É gente que sai de casa e pega pessoas nas paradas, ilegalmente, tirando os passageiros dos ônibus. Esse tipo de ação é que pode acabar com o sistema do transporte coletivo”. Numa explicação sobre motivos pela interferência da Prefeitura no sistema, incluindo a tarifa zero neste mês de abril, o prefeito Hildon Chaves fez uma longa explanação no programa Papo de Redação, com os Dinossauros do rádio e da TV, na Rádio Parecis FM, nessa semana. Deixou claro que, sem o subsídio à empresa que atende a Capital e sem combater os piratas, entre outras medidas, Porto Velho ficaria sem transporte coletivo, deixando principalmente as pessoas mais carentes (deficientes, cadeirantes, idosos), sem como se deslocarem gratuitamente. Outra informação importante: como as tarifas vão custar 1 real por três meses; 2 reais por outros três meses e 3 reais em novembro e dezembro, a Prefeitura pode manter algum tipo de subsídio à empresa, para que as passagens continuem custando os mesmos 3 reais, durante o ano que vem.
JÁ VACINAMOS 21 MILHÕES NA DOSE INICIAL E 6 MILHÕES NA SEGUNDA
É ideal? Claro que não. Estamos ainda longe das necessidades da maioria dos brasileiros, em termos de imunização contra o vírus que já chega perto de 335 mil vidas perdidas (quase 4.500 delas em Rondônia), mas os números de doses aplicadas no Brasil não podem ser desconsiderados. Até a quinta-feira, incluindo as duas doses, já foram imunizadas nada menos do que 27 milhões e 600 mil pessoas. Pelo último balanço, já haviam sido aplicadas 21 milhões e 445 mil vacinas na primeira dose, representando 10,13 por cento da população. Some-se a isso, mais 6 milhões e 65 mil, em todos os Estados e no Distrito Federal e chegaremos a um número bastante significativo. Para se ter ideia, esses mais de 27 milhões representam mais da metade da população da Argentina, país que tem hoje cerca de 45 milhões de habitantes. Precisamos vacinar muito mais, mas, mesmo com todas as dificuldades, não estamos com tantos problemas como muitos outros países.
A ETERNA CRISE DO LEITE VOLTA À PAUTA NA ASSEMBLEIA
Mais uma vez, a questão do preço irrisório pago pelos laticínios aos produtores de leite do Estado, volta à pauta. É rotina. Explorados, sendo obrigados a vender seu produto por preços aviltados, centenas de produtores rondonienses estão correndo o risco de quebradeira geral, porque algns inclusive estão pagando para trabalhar, já que o que recebem pelo litro é um valor menor do que o custo de produção. O tema chegou novamente à Assembleia Legislativa, onde o presidente Alex Redano, o ex presidente Laerte Gomes, além de vários outros parlamentares, entraram no assunto com toda a força. Redano disse que “a cadeia do leite é ainda muito desigual, com o produtor trabalhando muito e recebendo pouco e ainda sofrendo com a venda do leite, sem saber o preço que irá receber”. O Presidente disse que os deputados estaduais estão mobilizados, e que nesta semana deverão se reunir para tratar da questão do leite. Redano disse que “vamos propor ações imediatas que possam ajudar a diminuir os prejuízos dos produtores de leite em Rondônia. Hoje, se paga a metade do valor no preço do litro de leite. Uma vergonha!”, protestou. O leite é vendido nos mercados a mais de 4 reais, enquanto o produtor recebe em média 1 real por litro.
PERGUNTINHA
Por que você acha que centenas de famílias estão se arriscando e a seus filhos, incluindo bebês, para fugir da Venezuela, por áreas de fronteira com o Brasil, muitos preferindo viver como pedintes em sinais de trânsito, do que permanecer no seu país?