Artigo editado em: 6 de março de 2021
Já não bastassem as tragédias, a pandemia, as imensas dificuldades pelas quais todos passamos, surge mais uma situação grave, com operações policiais, com apoio do Ministério Público e do Tribunal de Contas, suspeitas de superfaturamento na compra de testes rápidos para o Estado. A chamada “operação Aleteia”, investiga fraudes em licitações, que envolveriam valor de 1 milhão de reais em emendas parlamentares liberadas para esse fim. Houve operação de busca e apreensão tanto no gabinete do parlamentar como em sua residência, enquanto o Tribunal de Justiça determinou o afastamento de Montes pelo prazo de 90 dias, o proibindo de ir ao seu gabinete e à Assembleia. Em nota, a defesa do deputado diz que não teve acesso ao inquérito e que não houve qualquer notificação. Mais adiante, Jair Montes afirma sua crença na autonomia dos poderes e no respeito ao amplo direito de defesa. Afirmou que ainda estava se inteirando da situação, para então tomar as medidas necessárias, “para esclarecer todas as suposições, acerca das investigações ocorridas, de modo a preservar a minha honra, da minha família e colaboradores e, principalmente, do povo rondoniense”. A defesa de Montes ainda destacou que como ele não é ordenador de despesas, não se justifica seu afastamento do cargo”. Outras pessoas estariam envolvidas nas denúncias, entre as quais um ex-prefeito de Candeias do Jamari, cujo nome foi omitido. O que se espera é que toda a verdade seja trazida à tona, com detalhes e provas contundentes. Todos os envolvidos, se culpados, devem ser punidos com todo o rigor da lei. Contudo, há sempre o bom senso de se dizer que não se pode culpar alguém apenas por investigado. Já se viu, tanto em Rondônia como no país inteiro, inúmeras injustiças, de biografias jogadas no lixo que, depois, se comprovou, serem inocentes.
Ministério Público, Polícia Federal, Polícia Civil, Tribunais de Contas e todos os órgãos fiscalizadores, certamente terão muito trabalho quando essa pandemia passar e se descobrir tudo o que foi feito com tanto dinheiro, em várias regiões do país. Em Rondônia, ao menos até agora, não se tinha notícia de nenhum caso desses. O primeiro foi jogado agora à opinião pública pelas autoridades locais. Há não só suspeitas em relação a superfaturamento, em vários Estados, relacionados com a compra de testes rápidos, de respiradores, de contratos para hospitais de campanha e tantos outros setores, que precisarão dos olhos atentos dessas autoridades. Para punir quem tem culpa e para inocentar quem não tem. Há ainda outro escândalo que em breve vai estourar, também perto de nós, porque o MP está de olho. Nas redes sociais, postagens públicas contam histórias de pessoas, ainda jovens, que teriam tomado a vacina e tido reações alérgicas fortes, Ué, mas como esses jovens conseguirem serem vacinados, se nada têm a ver com o time de frente que luta contra o vírus, nas UTIs, hospitais e Clínicas? Em breve, saberemos mais…
NÚMEROS DA TRAGÉDIA: COMO SE 15 EM CADA 100 RONDONIENSES TIVESSEM MORRIDO
Para quem ainda não conseguiu avaliar o que representa o inacreditável número de 263 mil brasileiros que se foram, vitimados pela temida e terrível Covid 19, o vírus assassino, basta dizer que esse trágico dado representa, por exemplo, 15 por cento de toda a população aproximada de 1 milhão e 750 mil rondonienses. Ou seja, 15 em cada 100 rondonienses. Esse dado trágico representaria, por exemplo, que 45 por cento dos 550 mil habitantes de Porto Velho tivessem sido tragados pela Terra, em apenas um ano. O número de vidas que se foram, em tão curto espaço de tempo, no nosso país, levaria a zero as populações de Ariquemes, Rolim de Moura, Jaru e Ouro Preto, quatro das comunidades que mais crescem no Estado. O mundo todo já perdeu 2 mihões e 600 mil almas para a Covid. Como se 70 por cento de toda a população do Uruguai, por exemplo, tivessem morrido. Quando se vê, ouve ou assiste a esses números, pelos meios de comunicação, eles parecem distantes. Mas quando se começa a compará-los com o que eles representam em relação ao que está próximo a nós, se começa a entender, realmente, o tamanho da tragédia.
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ROCHA SURPREENDE E VAI NO MEIO DO PROTESTO, PARA DIALOGAR
Foi uma cena diferente e, claro, surpreendente. No meio dos manifestantes contra o novo decreto do governo, pelo fechamento do comércio, permitindo a abertura apenas de serviços essenciais, o governador Marcos Rocha desceu do seu gabinete e foi para o meio da manifestação, conversar com os empresários e empregados, que faziam um grande protesto. Normalmente e, ainda mais em eventos dessa natureza, os políticos mantém a maior distância possível, até que pelo menos passe o calor do momento, porque em manifestações, nunca se sabe exatamente o que acontecerá. Pois Rocha, que em outras ocasiões também deu demonstrações de não ser um político tradicional, enfrentou o problema, se envolveu nele, ouviu as reivindicações pessoalmente e prometeu mudar o que fosse possível no decreto, o que, aliás, fez horas depois. A verdade é que em nenhum momento o Governador estava propenso a fazer um decreto de endurecimento total, fechando quase tudo e mantendo apenas os serviços essenciais. Foi convencido por pedidos insistentes vindos da área da saúde, que alertava (com toda a razão), que o sistema estava implodindo e que precisávamos ao menos um pouco de tempo para aliviar a superlotação das UTIs e hospitais. Pouco depois do decreto inicial sair, Rocha se reuniu com empresários (um dos principais líderes do setor é o comerciante Chico Holanda), que argumentou que os empresários ajudariam em tudo que pudessem para manter todos os protocolos de segurança. Chico alertava que o fechamento total causaria danos irreversíveis a vários setores da economia. O Governador aceitou os argumentos e amenizou o decreto, livrando parte das empresas da bancarrota.
PRECISAMOS AO MENOS 300 MIL DOSES DE VACINAS, AINDA ESTE MÊS
Não há informações exatas sobre novos lotes de vacinas para Rondônia e nem quando elas chegarão. A previsão que ainda neste mês (provavelmente lá pelo fim deste março), sejam distribuídas pelo menos mais 37 milhões e meio de doses para o país todo, 22 milhões e 700 mil apenas da Coronavac. O que nossas autoridades (governo, bancada federal, Assembleia, prefeitos) têm que fazer, todos, é esquecer que tem eleição em 2022 e se concentrarem, unidos e imediatamente, a pressionar o Ministério da Saúde, para que não sejamos, novamente, relegados a um plano secundário. Das mais de 22 milhões da Coronavac, se Rondônia receber menos de 200 mil doses (para imunizar 100 mil pessoas, a curto prazo), sem dúvida significará uma derrota para nosso Estado. Além disso, das outras 15 milhões de doses de outras vacinas, temos que receber pelo menos outras 100 mil doses, num cálculo para baixo. O que não se pode mais aceitar é que, num momento de terror que vivemos, estejamos recebendo, proporcionalmente à nossa população, menos vacinas do que o Acre, por exemplo.
O QUE RESTA? ESTAMOS SEM SAÍDA, POR CAUSA DAS QUESTÕES IDEOLÓGICAS
Na verdade, tanto em Rondônia quanto no resto do Brasil, governadores e prefeitos já não sabem mais o que fazer. Se fecham tudo, quebram a economia e causam danos irreparáveis ao emprego, por exemplo. Se abrem, o vírus arrasta milhares de pessoas para os cemitérios. O tratamento precoce, que seria uma alternativa viável, não vem sendo aplicado por questões políticas, ideológicas e por um racha entre a classe médica. Enquanto cada vez mais estudos apontam que determinados medicamentos (como a Ivermectina, por exemplo), ajudam a diminuir a carga viral, muitos profissionais da Medicina continuam execrando esse tipo de ação, alegando que não há comprovação científica da sua eficácia. Mesmo que a mais renomada revista americana de Medicina tenha publicado ampla reportagem, comprovando que a cloroquina e a hidroxicloroquina agem contra o vírus, em fases iniciais de contágio, a poderosa Organização Mundial de Saúde continua dizendo que ela não serve para nada, nesse tipo de tratamento. No Brasil, a cloroquina se tornou mote ideológico. Defendida pelo presidente Bolsonaro, é repudiada por todos os que são contrários a ele, como se o Presidente tivesse o poder de decidir sobre que tratamento deva ser utilizado. Os resultados altamente positivos no tratamento precoce em cidades como Porto Seguro, na Bahia e Porto Feliz em São Paulo, com os menores índices de hospitalizações e de óbitos no país, também são ignorados. Ou seja, não temos saída. Vamos ficar dependendo apenas das vacinas. Quando elas chegarem. E se chegarem!
AÉLCIO CASSADO. RIBAMAR COM UM PÉ NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
A partir de agora, o tempo corre contra o mandato do deputado Aélcio da TV. Cassado em última instância, pelo Tribunal Superior Eleitoral, ele agora tem ainda alguns poucos recursos, dentro do próprio TSE, com poucas chances de que a decisão seja revertida, até porque a condenação foi por unanimidade. “No caso dos autos, é incontroverso que o agravante, como apresentador do programa televisivo ´Rondônia de Coração´, divulgou os feitos parlamentares de seu mandato que estava em curso, durante o mês de junho de 2018, como forma de promover sua candidatura no pleito seguinte”. Ou seja, o parlamentar foi condenado por abuso do poder econômico, por ter usado espaço na TV, em programa que ele apresenta, para fazer campanha antecipada da sua busca pela reeleição. Por enquanto, não há ainda uma decisão definitiva sobre quando Aélcio deixará o mandato. O parlamentar, aliás, considera a decisão “extremamente injusta”! Caso isso se concretize, quem assume a vaga é o ex vereador e ex deputado estadual Ribamar Araújo, hoje no Partido Liberal, novo nome do PR, desde o final de 2019.
LUZ NO FIM DO TÚNEL: VIAGEM DE VEREADORES COM CUSTO ZERO
Ainda há pequenas frestas de luz no final do túnel. A debandada de prefeitos e vereadores a Brasília, na maioria dos casos sem qualquer necessidade, tem custado milhares de reais aos cofres públicos, não só pelo alto custo dos voos e hotéis, mas principalmente pela diárias, em muitos casos abusivos. Pois não é que vereadores da Câmara Municipal de Alto Paraíso decidiram interromper esse ciclo de uso e abuso do dinheiro público, eles mesmos bancando todas as suas despesas, numa viagem à Capital Federal. O fato raro foi protagonizado pelos vereadores Edmilson Facundo, Professora Elissandra e Cláudio Cavalcante e foi elogiado pelo prefeito João Pavan. Os vereadores decidiram que a viagem era necessária e seria importante para o Município, uma vez que o apoio dos vereadores ao Prefeito, junto às suas bancadas no Congresso Nacional serve como importante suporte ao encaminhamento de demandas. Por isso, eles decidiram custear a viagem usando recursos pessoais. Espera-se que o exemplo seja seguido. Vereador que achar que tenha que ir a Brasília, que vá com seu dinheiro. A população não precisa pagar a conta.
BANDIDOS FAZEM A FESTA EM BANCOS. E A SEGURANÇA PÚBLICA?
Dois eventos na área policial, em menos de 24 horas, deixam claro a deficiência da nossa segurança pública. Num dia, uma mulher, gerente do Banco do Brasil na zona leste, é atacada em sua própria casa, por bandidos. Ela é levada ao banco, envolta em bananas de dinamites, que, só depois, se descobriu que eram explosivos falsos. Mas, durante quase uma hora e meia, a pobre vítima foi ameaçada de que seria explodida e seus familiares mortos (parte do bando ficou na residência). A esperteza de um vigia detectou que algo errado estava acontecendo e mobilizou a polícia, que cercou o local, enquanto os bandidos sumiram, sem deixar pistas. No outro dia, mais um assalto a cliente de banco. É o quinto episódio em poucas semanas. Mesmo banco, mesmo esquema dos criminosos, mesmo resultado: sem serem importunados por ninguém, os assaltantes levaram mais de 40 mil reais, que iriam ser depositados. É incrível como até agora, nessa sucessão de assaltos praticamente com o mesmo enredo, nenhum suspeito tenha sido preso. Assaltar cliente do banco, quando ele vai depositar grandes quantias, certamente virou um ótimo negócio, até pela moleza para se praticar um crime desses, sem sequer ser importunado.
PERGUNTINHA
Do que você, que faz parte dos grupos de risco nesta pandemia, mais está sentindo falta nesse longo período em que, apenas por sair na rua, você corre risco de morrer?