Artigo editado em: 5 de dezembro de 2020
Ainda pode mudar, mas o risco é grande de que o Congresso Nacional está preparando um golpe contra o Brasil. Com o aval da maioria dos parlamentares que o compõem e, pior de tudo, com o do Supremo Tribunal Federal, exatamente a instituição que tem, como sua principal atribuição, exatamente proteger nossa Constituição. Que não nos enganemos! Esse golpe, feito à luz do dia e na cara de pau, ignorando a opinião da grande maioria dos brasileiros, é apenas mais um, num contexto em que, STF e Congresso, unidos, preparam-se para tornar nosso país, nossas leis e nossa Constituições, reféns apenas dos interesses maiores…deles. Ao ensaiar o ato de pisotear artigo constitucional, que, claramente, impede a reeleição dos presidentes da Câmara e Senado no mesmo mandato, a maioria dos ministros do STF (ainda bem que não há unanimidade e saíram ao menos dois votos contrários!) dão um recado direto ao país: não são os sagrados artigos da nossa Lei Magna que valem. Quem governa, a seu modo, e com interpretação própria da Constituição, é a maioria dos componentes do nosso maior tribunal. Amigada com um congresso golpista! E nem adianta protestar, nem discursar, nem ameaçar renúncia de mandato, como o fez o senador Cajuru: o que importa é adequar as leis aos interesses do grupo poderoso, que domina nosso país, sob a cegueira da grande maioria dos parlamentares, quase todos por interesses pessoais e alguns poucos por ideologia e ingenuidade. Eles não sabem o risco que estão correndo, ao proporem e, pior, avalizarem, esse ataque grotesco à nossa Constituição. Hoje, são eles contra o Brasil. Amanhã, poderá ser o Brasil contra eles.
Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, os dois que propuseram limpar os pés na Constituição e foram buscar apoios dos seus pares e do Supremo, para uma reeleição inconstitucional, querem é se manter cada vez mais poderosos. Não estão preocupados com nada mais e muito menos com a lisura das suas ações. Venderam a alma ao diabo; aceitaram ver a Constituição desrespeitada, apenas pelo amor pelo poder e pela grana. E, mais à frente, talvez tentem dar um passo maior, derrubando um governo legitimamente eleito, para assumirem o comando, mais uma vez em parceria com os ministros do STF, agora um importante partido político, aliado ao que de pior temos nesse sofrido país. A ganância pelo dinheiro e pelo poder, contudo, um dia pode se voltar contra eles. Hoje, são beneficiados pela esdrúxula possível decisão da maioria dos membros do STF, que se encaminha. Não poderão berrar, lá na frente, quando os mesmos que estão agindo como ditadores hoje, decidirem se voltar contra eles, também ignorando a Constituição. São poucos os senadores e deputados que protestam contra essa excrescência jurídica. Os outros, ao aderirem a um golpe que se desenha contra nosso Brasil, pagarão caro por ignorarem aqueles que os elegeram. A História, certamente, irá julgar a todos. E ela não será complacente com esses maus brasileiros!
PANDEMIA: SEM DOMINGÕES, PARA PROTEGER O CONSUMIDOR
Mesmo com os prejuízos financeiros, que certamente os lojistas terão, já que não serão realizados neste final de ano pelo menos três grandes eventos promovidos há muito tempo pela CDL porto velhense, a entidade decidiu que, mais importante que tudo, é proteger a população, seus funcionários e a todos, enfim, do que tentar realizar o “Domingão da Sete”, o “Domingão da Jatuarana” e o “Domingão da Zona Leste”. Esses eventos chegaram a reunir, num só dia, como já ocorreu na Sete de Setembro, um público perto de 100 mil pessoas. Joana Joanora, presidente da CDL, diz que a proteção às pessoas, nesses tempos desta doença terrível, é a grande a preocupação do comércio, para impedir que haja qualquer risco de contaminação, por causa da aglomeração. Para o período natalino, a CDL diz que os lojistas vão manter todos os cuidados, para que não cresça ainda mais o número de contaminados. A proteção aos clientes, aos funcionários do comércio e a toda a sociedade, segundo Joanora, levou os lojistas a optarem por nem sequer começarem a organização para a realização dos eventos.
PONTE DO ABUNÃ SÓ TERMINA EM FEVEREIRO DE 2021
Não antes de fevereiro de 2021. Embora haja um grande esforço – a empresa responsável pela obra, a rondoniense Madecon está trabalhando até 15 horas por dia – será impossível terminar as obras da ponte sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã, antes de meados de fevereiro do ano que está chegando. Mais para o final daquele mês, do que no início. Portanto, caso venha a Rondônia ainda este mês, como está na sua agenda, o presidente Jair Bolsonaro verá apenas a reta final dos serviços, com a ponte já asfaltada, mas faltando ainda alguns trechos do acesso, que teve que ser construído, depois que o projeto inicial não detectou os riscos de cheia, que atingiriam a área que sobe para a ponte, no lado de cá do Madeirão. Mesmo assim, o novo acesso, agora totalmente corrigido, num trecho de aproximadamente 400 metros, está sendo construído em tempo recorde, pelas equipes da Madecon. A única notícia negativa em relação à ponte é que o projeto original não prevê sua iluminação. Quem sabe também isso possa ser ainda corrigido?
CORONA: HOSPITAIS DO ESTADO TÊM CADA VEZ MENOS LEITOS
Alguns hospitais do Estado já estão com seus leitos comuns e de UTI 100 por cento ocupados, com o recrudescimento dos casos de coronavírus em toda a Rondônia, embora os números maiores continuem sendo em Porto velho, tanto em termos de contaminados como de mortes. Para se ter ideia da situação, até o meio dia da sexta-feira, sem contar os casos da tarde/noite da sexta e nem os do final de semana, já haviam 337 pacientes internados em todo o Estado, mais de uma centena de duas semanas atrás. Desses, 88 estão na UTI, 80 deles com confirmação da doença e outros oito, apenas com suspeitas. Dos 337 internados, segundo números oficiais da Sesau, até a sexta, 209 ocupavam leitos na rede pública; 82 na rede privada; 45 na rede municipal e apenas um na rede filantrópica, ou seja, no Hospital do Câncer. O total de ocupação dos leitos públicos estava em 65 por cento e das UTIs, somando-se todo o Estado, já chegava a 61 por cento. Na Capital, o Cemetron, na sexta, tinha apenas dois leitos de UTI disponíveis, ambos já ocupados. O Hospital de Campanha (antigo Regina Pacis), também está lotado, enquanto o Hospital de Base está, igualmente, com 100 por cento dos leitos ocupados, assim como o da Assistência Médica Intensiva, na zona leste. Todos esses dados já foram superados no final de semana. A única boa notícia, nesse contexto, é da criação de mais 20 leitos de UTI na zona leste.
SITUAÇÃO NO INTERIOR TAMBÉM JÁ ESTÁ PREOCUPANDO
No interior, a situação também é complicada. Em Ji-Paraná, o Hospital Regional Cândido Rondon, está com 66,7 por cento dos leitos ocupados. O alívio veio com a liberação de 20 leitos de UTI, no final de semana. O Hospital de São Francisco do Guaporé, por exemplo, está com 100 por cento dos leitos ocupados. Em Cacoal, o Hospital de Urgência e Emergência, o Heuro, tem 71 por cento de ocupação. Havia, na sexta, apenas oito leitos disponíveis. A verdade é que, em resumo, Rondônia tinha apenas 70 leitos disponíveis antes do início deste final de semana. Está ganhando mais 20 em Porto Velho e outros 20 em Ji-Paraná. Mas, a continuarem os atos irresponsáveis, as Coronafest, as andanças sem máscaras, as aglomerações sem qualquer proteção ou cuidado, em breve estaremos com todos os leitos hospitalares, os comuns e de UTI, totalmente lotados. Só para comprovar isso, basta se analisar os números do final do dia da sexta e do sábado, em relação ao número de casos e de mortes. Até a noite do sábado, temos um total de 1.593 mortes e 339 pessoas internadas. Apenas nas últimas 36 horas (tarde e noite de sexta e o sábado), foram sete mortes e 675 novos casos confirmados.
DOM BOSCO: TERMINA UMA HISTÓRIA DE 88 ANOS
O Colégio Dom Bosco, entre os mais antigos centros educacionais de Rondônia, fechou suas portas. Por causa da pandemia. Por causa da inadimplência. Por causa da impossibilidade de receber seus alunos. Com uma história que começou há 88 anos atrás, o educandário começou muito modesto, pequeno, com um curso noturno para alfabetização de jovens e, já em 1935, ocupava um espaço maior. Com o sucesso que fazia, em 1961 começou a funcionar no prédio da Almirante Barroso, que existe até hoje. O colégio, pertencente à Ordem dos Irmãos Salesianos, se integrou a história, principalmente de Porto Velho, mas também de Rondônia, formando várias gerações de estudantes, com um ensino de qualidade, que incluía também a formação da cidadania. Neste ano, com a pandemia, com uma inadimplência insuportável e uma série de outros problemas, o Dom Bosco encerrou suas atividades, para lamento de toda a Porto Velho. Lamentável!
OBRAS DO COMPLEXO DA EFMM: MAIS TRÊS MESES
Mais três meses, no máximo. É esse o tempo que o prefeito reeleito Hildon Chaves diz ser necessário para a conclusão de todas as obras do novo Complexo da Estrada de Ferro Madeira/Mamoré. Todos os dias, eventualmente de manhã, às vezes à tarde, Hildon abre a janela do seu gabinete, no prédio do Relógio, para observar o andamento dos trabalhos, que está sendo feito com recursos da Santo Antônio Energia. Ao que tudo indica, pela primeira vez todo o complexo será completamente reestruturado, transformando-se, finalmente, num importante ponto turístico da Capital, com infraestrutura para isso. Terá restaurantes, bares, lanchonetes, locais de visitação e muitas áreas de lazer. Quem já foi ao local, que está isolado, sem visitantes, há vários meses, por causa das obras da total reestruturação, gostou do que viu até agora. A única questão que não será resolvida, ao menos nessa primeira etapa, será a do passeio do trem Maria Fumaça, porque para isso terão que ser feitas outras obras estruturais. A Prefeitura, depois da conclusão do Complexo da EFMM, vai repassá-la ao controle da iniciativa privada, através de concessão.
ELEITOS ENFRENTAM A REALIDADE, DEPOIS DA FESTA
Passada a vitória, a comemoração, a alegria, começa a nova realidade: muitos entre os prefeitos eleitos de Rondônia – como estão fazendo os de todo o país, certamente – estão tomando pé do que terão que enfrentar, em suas cidades e, na maioria dos casos, o que estão vendo não é o que eles gostariam de ter, como base para administrar, a partir de 2021. Com exceção de Porto Velho e algumas outras poucas administrações, que vão começar o mandato com algum dinheiro – com a reeleição, no caso de Hildon Chaves e alguns outros prefeitos do interior – a maioria dos que vão comandar nossas cidades, está assustada com as informações que têm recebido. Muitos, aliás, já começaram a bater às portas tanto do governador Marcos Rocha, quanto do presidente da Assembleia, Laerte Gomes, pedindo apoio para que possam enfrentar as dificuldades em suas comunidades, a partir do início de janeiro. Nessa segunda-feira, numa iniciativa da Associação dos Municípios, a Arom, os eleitos e reeleitos vão se encontrar com deputados e senadores da bancada federal, também para falar em parceria e pedir apoio (ou seja, numa tradução óbvia: vão pedir emendas, grana!). O ano que vem será de enorme dificuldades para os municípios, que não contarão mais com os recursos abundantes dos cofres federais, como ocorreu neste 2020 e, ao que parece, a pandemia está longe de acabar. Depois da festa da vitória, os eleitos, no geral, não têm muito mais a comemorar…
PERGUNTINHA
Com o crescimento assustador do número de casos e mortes causadas pelo coranavírus em Rondônia, no Brasil e no mundo, você acha mesmo que a doença estará sob controle no ano que vem ou acredita que sofremos com ela por muito mais tempo?