Artigo editado em: 14 de outubro de 2020
Daqui a exatamente um mês, num domingo de novembro, os rondonienses e todos os brasileiros vão às urnas, para escolherem seus novos prefeitos, vices e vereadores. A cada dois anos, lamentavelmente, o Brasil para, durante longos meses, para se envolver com política, um assunto que teoricamente interessa a todos, mas, na vida real, beneficia praticamente só os grupos que chegam ao poder. Os eleitos têm obrigações para com suas comunidades, com seus Estados e também com a Nação. Mas, infelizmente, o que se vê, na grande maioria dos casos, são grupos assumindo o comando e dando muito pouco em troca, com as exceções de sempre, é claro. Piores são aqueles que enganam, mentem descaradamente, prometem obras grandiosas e vultosas, realizações irrealizáveis, iludindo o povo de que podem resolver tudo e fazer tudo, quando, na realidade, vê-se é o pacote de coisas que nos faltam, que é o que a maioria deles tem legado a todos os brasileiros, até agora. Lembremo-nos que as mudanças mesmo, devem começar nas cidades. É nelas que vivemos. Para União e o Estado, servimos muito mais como pagadores de impostos, depositários fieis do dinheiro que ganhamos, mas que não é nosso. E que, em muito pouco, volta para nós. É por isso que temos condições de começar a cumprir a verdadeira cidadania pela escolha dos prefeitos, mas também dos vereadores, que serão eleitos, ao menos na teoria, para fiscalizar o Executivo e não para aliar-se a ele, como ocorre geralmente.
Podemos fiscalizar, na nossa cidade, a aplicação do nosso dinheiro, o que é muito difícil conseguir, sobre os recursos federais e do próprio Estado. Queremos cidades com qualidade de vida melhor, com saneamento básico, com boa estrutura de saúde, com um trânsito que não mate, com iluminação abundante e ruas trafegáveis. Queremos uma educação básica de qualidade e governos municipais enxutos. Queremos um transporte coletivo digno e cidades cada vez mais arborizadas, assim como queremos áreas de lazer, para nós e nossas crianças. E queremos Prefeitos que não se envolvam em escândalos; que respeitem o dinheiro público. Enfim, é no município que temos esse poder imenso de exigir e protestar, quando as coisas não vão bem ou aplaudir, quando elas funcionam. A melhor forma de fazer isso é escolhendo bem seu prefeito, mas também seus vereadores. Não adianta ficar vivendo no mundo da crítica, se na Hora H, naquela hora em que você está diante da urna, em qualquer localidade de Rondônia, vai decidir o seu futuro e jogue o voto no lixo. A mudança profunda começa na esquina da sua casa, no seu bairro, na sua cidade. Pense bem antes de entregar tudo nas mãos de quem você só vai votar porque é amigo, parente, vizinho, conhecido. Ou pior, em alguém que lhe deu ou prometeu algum benefício pessoal. Se soubermos votar bem, as coisas começam a mudar. E, se soubermos escolher direito, saberemos também fazê-lo em todos os níveis. Começando nas cidades, temos como melhorar o Brasil!
DESDE JUSCELINO, HÁ 60 ANOS, VIVEMOS DE ESPERANÇA
Neste mesmo contexto de ter discernimento e não se deixar iludir por conversas fiadas ou promessas vãs, mas sim pensar e repensar sobre quem merece o voto, é sempre bom lembrar que, em nível nacional, desde Juscelino Kubischeck, há 60 anos atrás, não temos um Presidente eleito que tenha mexido com as estruturas do país, para melhor. Para pior, houve muitos! Todos os escolhidos pelo voto, depois de Juscelino, nos deixaram um legado de atrasos, descontrole social, violência e muitos, mas muitos escândalos de corrupção, principalmente nas últimas duas décadas. Há esperança em que Jair Bolsonaro possa ser esse personagem, porque está tentando mudar o eixo e as estruturas apodrecidas. Contudo, com a fortíssima oposição que sofre, da mídia ideológica e desesperada pelo dinheiro que sumiu e por uma oposição que não aceita a derrota nas urnas, ele terá enormes dificuldades. Terá apoio popular suficiente para mexer em todo o abelheiro e nos colocar num caminho de esperança e crescimento? Há frestas de esperança no meio da escuridão, mas só o futuro poderá dizer se ele conseguiu ou se voltaremos às trevas da demagogia e do atraso.
IBOPE DIZ QUE HILDON CHAVES SAI BEM À FRENTE NA CAPITAL
Embora as pesquisas eleitorais tenham sido desmoralizadas, principalmente desde o primeiro turno da eleição Presidencial de 2018, elas ainda são consideradas importantes, ao menos para mostrar alguma tendência do eleitorado no momento em que é feita. O Ibope divulgou nesta quarta, a primeira pesquisa sobre a disputa pela Prefeitura de Porto Velho. O prefeito Hildon Chaves, que busca a reeleição, saiu bem a frente, com 23 por cento das intenções de votos. O segundo colocado foi o professor e advogado Vinicius Miguel, com 12 pontos percentuais. A vereadora Cristiane Lopes fcou na terceira posição, com 9 por cento, bem perto de Vinicius. Breno Mendes teve 7 por cento: Lindomar Garçon 6 e o Coronel Ronaldo chegou aos 5 pontos. A sétima posição é de Williames Pimentel, com 4 pontos percentuais. Seguido de perto de Eyder Brasil, com 3 por cento. Leonel Bertolin, Pimenta de Rondônia, Ramon Cajuí e Samuel Costa ficaram com apenas um por cento. Não foram citados os candidatos Edvaldo Soares e Ted Wilson. A um mês da eleição no primeiro turno, Hildon Chaves sai com grande vantagem. Os demais concorrentes terão que redobrar esforços, para alcançá-lo e chegar ao segundo turno. Foram ouvidos 504 eleitores e a margem de erro é de 4 pontos.
UMA CAMPANHA QUE RETRATA A FRIEZA DA LEI ELEITORAL
Não há confronto, não há troca de críticas ou farpas, não há discussão. Tudo é engessado e uma espécie de ensaio da mesmice, para se cumprir todo o rigorismo das regras eleitorais, que tirou o diferencial e colocou todos os candidatos no mesmo patamar, como se iguais fossem. Praticamente não há nada de novo. É como se os candidatos pudessem usar os mesmos textos da última campanha de que participaram e os caras novas, que de novos só tem a cara mesmo, continuem dizendo exatamente as mesmas coisas, seja quem for. A pasteurização das campanhas eleitorais, aliás, ocorre há anos. Afora os debates nas emissoras de TV, não há o que se analisar nas candidaturas pelo horário eleitoral gratuito. Em Porto Velho ainda mais, porque dos 15 candidatos, dois sequer têm acesso a ele e, com uma ou outra exceção – dos que tem mais tempo – do resto pouco se tira. A única novidade mesmo, nesta eleição, serão os mini debates entre candidatos, no primeiro turno, promovidos pela SICTV/Record. A emissora, aliás, tem realizado confrontos históricos, decisivos para o resultado dos pleitos tanto em nível municipal quanto estadual. Afora isso, uma campanha morna, sem emoção, sem envolvimento do eleitor. Exatamente como parece querer a legislação eleitoral. Quanto mais frieza, melhor!
ASSEMBLEIA PROMETE CELERIDADE NA LEI DO ZONEAMENTO
A insegurança para milhares de produtores rurais do Estado é imensa. A grande maioria vive sob tensão, com visitas constantes dos órgãos de fiscalização ambiental, com multas, com acusações de crimes ambientais que, na maioria das vezes, inviabilizam as pequenas lavouras e os pequenos que vivem da produção de leite, por exemplo. Uma legislação conflitante, falta de regularização fundiária, mas principalmente de um zoneamento socioeconômico atualizado, são questão que prejudicam seriamente os mais pequenos, em toda a Rondônia. Nessa semana, contudo, eles tiveram uma boa notícia. O Governo do Estado encaminhou à Assembleia Legislativa, um projeto de lei exatamente sobre o zoneamento sócio econômico. O presidente Laerte Gomes, tão logo recebeu o documento, já o encaminhou à Comissão de Meio Ambiente e prometeu toda a celeridade possível para que o assunto caminhe rapidamente, até a votação em plenário. Laerte garantiu: “os produtores rurais, que tem feito girar nossa economia e gerado tantos empregos, do nosso Estado podem contar com o meu apoio e de todos os deputados”.
POLÍTICOS AINDA PRESOS, MEGATRAFICANTE AINDA SOLTO!
Tomara que a Justiça brasileira, em todas as suas instâncias, trate, algum dia, bandidos, assassinos, traficantes internacionais e criminosos de todos os tamanhos, com a mesma dureza que tem tratado políticos corruptos. Na semana em que o STF mandou soltar um dos maiores e mais perigosos traficantes de drogas do país, tanto no TJ rondoniense quanto no STJ, os envolvidos num escândalo financeiro no nosso Estado, tiveram novamente negados pedidos para cumprindo de prisão domiciliar. Pegos com a mão na massa, flagrados por câmeras escondidas, as prefeitas Glaucione Rodrigues, de Cacoal; Gislaine Lebrinha, de São Francisco; Luizão do Trento, de Rolim de Moura e Marcito Pinto, de Ji-Paraná, continuarão presos. Também ficará em sua cela o ex deputado Daniel Neri, marido de Glaucione. Recursos impetrados pelos advogados dos réus, foram negados novamente pelo desembargador Roosevelt Queiroz, um magistrado entre os mais respeitados da história do Judiciário da nossa terra. Foi Roosevelt, aliás, que mandou prender todo o grupo corrupto. Agora, ao menos um dos que estão na cadeia, a prefeita Lebrinha, está recorrendo ao STF, mas ainda sem resultado. Todos estão presos em Porto Velho. Quando o mesmo rigor for aplicado em toda a cadeia (com o perdão do trocadilho) do Judiciário brasileiro contra criminosos comuns, aí sim, teremos um país para dar exemplo ao mundo.
ROCHA DESABAFA E DIZ QUE LEIS TÊM QUE MUDAR
O caso da operação policial na busca dos assassinos de PMs de Mutum Paraná, continua repercutindo. Vale a pena registrar alguns comentários, aliás, parte deles eivados de emoção, do governador Marcos Rocha, num longo texto publicado nas redes sociais. Começou criticando duramente “falas irresponsáveis”, tentando desqualificar a ação policial “apenas para uso político, é uma desumanidade!”. Rocha, que é PM, diz que enviar as forças para o local, sem planejamento e sem inteligência, “seria confete para enganar a população e traria, possivelmente, mortes em vão. Em vão, pois não trarão justiça se não tivermos o resultado”. Mais adiante, o Governador destacou outro aspecto importante. “Todos nós estamos cansados desse Estado que protege os marginais. Estamos cansados de assistir cenas assim! Esse tipo de movimento, torna-se quadrilha ao organizar invasão e matar pessoas. As Leis precisam ser alteradas!”. Foi mais longe: “é o dilema da polícia brasileira: se prende, a legislação solta no outro dia. Se mata em legítima defesa, o policial é condenado de todas as formas possíveis (mídia e justiça). E se o soldado morre, há apenas a comoção da sociedade. Para o resto, a morte cai no campo do esquecimento”.
PELO VOTO, OS ARGENTINOS ESCOLHERAM SEU DESTINO
O povo da Venezuela e de Cuba, só como dois exemplos, não tem culpa pelo que acontece de ruim em seus países. A Venezuela caminha para a fome, para a miséria, para o extermínio de milhares de pessoas, enquanto que em Cuba vive-se ainda nos anos 60, com um atraso absurdo em relação ao mundo moderno e, ainda, sem liberdade individual. A população não tem a culpa, simplesmente porque não pode escolher, com ampla liberdade, qualquer outro caminho que não fosse a ditadura que foi imposta. Mas a Argentina não! O povo argentino, com uma cultura média muito acima dos demais vizinhos da América Latina, com seu rebanho gigantesco e carne exportada para todo o mundo, com tudo para dar certo, ele, o povo, optou, em sua maioria, optou pelo atraso, pelo achaque aos cofres públicos, por um governo que quer que o Estado domine tudo. Elegeu um poste para Presidente, Alberto Fernández, levando novamente ao poder uma Cristina Kirchner envolvido em roubalheira, respondendo a vários processos. Milhares de pessoas agora, lamentam e vão as ruas protestar. É tarde! Agora, o país sofre uma das maiores crises da sua história. Escolheu o pior, agora aguente!
RONDÔNIA: MENOR NÚMERO DE ÓBITOS DA REGIÃO NORTE
Obviamente que as 1.406 mortes já registradas em Rondônia, pelo coronavírus, é um número assustador, que dá um arrepio na espinha e uma tristeza no coração de cada rondoniense. Mas é sempre bom fazer justiça às ações do governo, via Secretaria da Saúde, que, não tivessem tomado medidas urgentes, para criar novos leitos comuns e de UTI, além de várias outas iniciativas, esses números poderiam ter sido muito maiores. Basta comparar o índice de mortes em Rondônia (2,06 por cento) sobre o total de contaminados (68.126), com vários outros estados brasileiros. Por exemplo: no Rio de Janeiro, o total de mortes – 19.336 – sobre o número geral de contaminados – 284.053 – representa 6,8 por cento, ou seja, mais de três vezes o percentual de Rondônia. Essa diferença, em torno de 4 por cento de óbitos a mais, representaria, em Rondônia, caso o mesmo índice ocorresse, algo em torno de mais 562 mortes. Temos aqui o menor número de óbitos em relação ao total de casos, entre todos os estados da região norte. As ações feitas desde o início da pandemia (algumas antes mesmo que ela chegasse por aqui), os contratos emergenciais com hospitais privados e a compra do Hospital Regina Pacis, foram algumas das medidas tomadas e que evitaram muito mais mortes. Foi muito ruim perdermos tantos rondonienses, mas é bom dizer que, se não tivesse sido o que foi feito pelo secretário Fernando Máximo e toda a sua equipe, tudo poderia ser muito pior.
PERGUNTINHA
Você acha que a legislação está correta ou ela precisa mudar com urgência, para impedir que alguém que seja preso por qualquer tipo de crime, possa manter sua candidatura na eleição?