Artigo editado em: 11 de julho de 2020
Tentando voltar ao normal, Porto Velho reabre a maioria das portas das suas empresas, a partir desta terça, se não houver uma grande e nova surpresa. O empresariado está otimista. Nessa segunda, terminam os 14 dias a mais de isolamento restritivo em Porto Velho (porque já o fim da Fase 1 foi antecipada em várias cidades do interior). Mesmo ser ter tido qualquer resultado prático, já que continuou crescendo o numero de contaminados e de mortes, a manutenção de mais duas semanas de restrições, só trouxe mesmo danos graves à economia. Mais empresas quebraram; mais empresas demitiram; maior se tornou o desemprego, atingindo em cheio um grande número de famílias. A pandemia ainda vai longe, principalmente se continuar a ser tratada como mote político, como meio de palanques eleitorais e, ainda, sem que haja um comando central para combatê-la, já que hoje o governo federal diz uma coisa; Estados dizem outra; municípios falam uma terceira linguagem. E quem dá a palavra final mesmo, quem decide mesmo, é o Judiciário, que está acima de todos. Mesmo quando tomam decisões que consideram corretas para suas populações, as autoridades têm que se curvar ante decisões judiciais, muitas delas com clara conotação contrária aos anseios das comunidades. Ou seja, a pobre população fica no meio desse fogo cruzado, sem entender direito a quem seguir.
Enfim, mesmo com os números da pandemia ainda assustando, fica claro que apenas trancar a economia a sete chaves, nada resolve. Aliás, na grande maioria das empresas, o controle sanitário é tão grande que, nelas, dificilmente sairá alguém contaminado. O problema não é da porta para dentro do comércio em geral. O problema é da porta para fora. E na verdadeira desobediência civil de parte da população, que não está nem aí para a pandemia e o vírus. Como alguém sempre tem que ser bode expiatório, quando ninguém sabe exatamente o que fazer, escolheu-se as empresas como vilãs. Logo elas que sustentam o país e que fazem girar as rodas do desenvolvimento. Mas, enfim, a notícia de reabertura é positiva, claro que apenas para os CNPJs que sobreviveram, já que centenas deles estão sepultados e os empregos que garantiam, definitivamente perdidos. O Porto Velho Shopping reabre na quarta, depois de 102 dias fechadas (abriu uma semana, nesse meio tempo) e a sua volta é simbólica. Sintetiza, de certa forma, a volta ao bom senso e a realidade: o vírus vai continuar se espalhando, com ou sem as portas da economia escancaradas, mas nós precisamos continuar trabalhando e sobrevivendo, até que a crise suma de vez.
O DEDO INCLEMENTE DA HISTÓRIA
Daqui a alguns anos, talvez uma década, talvez mais, quando a pandemia virar história e a colocarmos no baú das tristes recordações, só então se poderá avaliar, corretamente, sobre erros e acertos cometidos durante a passagem dela pelo Planeta. No Brasil, não se espera uma recuperação da economia, pelo menos, antes de 2025. No mundo, alguns países poderão levar mais tempo para voltarem à normalidade. Na soma futura, teremos tido mais erros ou acertos? Sem querer ter bola de cristal, a resposta não é difícil. Claro que erramos muito mais que acertamos. Até porque enfrentamos, nos anos 20, um evento catastrófico que jamais ninguém poderia esperar. Não havia parâmetro para combatê-lo. Então, toda a crise, somada à loucura das redes sociais, que deu voz aos idiotas, como dizia o escrito Humberto Eco, além de politiqueiros de plantão; loucos ideológicos e autoridades covardes de todos os calibres, nos fizeram prisioneiros em nossas casas, enquanto o vírus destruía vidas, empregos e a economia como um todo. Tudo isso será esclarecido no futuro, quando formos estudar o que passamos nesse momento de pandemia. Tomara que a História aponte seu dedo inclemente na direção daqueles que poderiam ter feito muito mais do que fizeram, mas optaram por olhar só os próprios umbigos, interesses e ideologias, enquanto milhares de vidas se esvaíam.
NA GUERRA CONTRA O VÍRUS, MÁXIMO ACABA NA UTI
Na sexta à tarde, quando foi encaminhado ao Hospital 9 de Julho e internado num leito de UTI, o secretário de saúde Fernando Máximo se tornou mais uma vítima do poderoso coronavírus, a necessitar desse tipo de atendimento. No caso de Máximo há, ainda, agravantes. Desde o primeiro momento, esteve na linha de frente na guerra contra a doença. Trabalhava, em média, 16 a 17 horas todos os dias. Comia mal. Eventualmente, almoçava alguma coisa por volta das quatro e meia, cinco da tarde. Dormia tarde, acordava de madrugada e ia novamente para a guerra. Seu organismo, portanto, estava enfraquecido para enfrentar esse vírus que tem causado tanto pânico no Planeta inteiro. Na manhã do sábado, seu quadro geral tinha melhorado. Ele realizou vários exames e não havia necessidade de ser entubado. Agora, a torcida generalizada é para que o jovem médico, hoje no comando geral da batalha contra a Covid 19 no Estado, se recupere logo. E volte para continuar o trabalho que tem conduzido com tanta dedicação. Saúde, secretário!
MAIS CASOS, MAIS MORTES E 95 MIL TESTES
O número de casos de pessoas atingidas pelo coronavírus, já chegou a 26.496 casos no sábado. Eram 26 mil, e número redondos, na sexta. Cresceu também o total de mortos. Foram 11 a mais em todo o Estado, somando agora 617 vítimas fatais. Só em Porto Velho, já se registraram 417 óbitos, sete a mais entre a sexta e o sábado. Os números absolutos estão caindo, mas ainda preocupam. Entre as informações positivas divulgadas pela Sesau, há que se registrar que 15.696 do total de casos, ou seja, 59,2 por cento dos mais de 26 mil e 600, de rondonienses que estão com o vírus, já estão recuperados e livres da doença. Há também outro número importante: Rondônia já realizou, até o sábado, quase 95.500 testes para a Covid 19, tornando-se, essa semana, o Estado brasileiro em que, proporcionalmente à população, maior número de testes foi realizado. Com a volta da abertura do comércio, o que se espera é que os cuidados dos portovelhenses sejam redobrados, para que, enfim, os números da doença diminuam entre nós.
MOSQUINI SE MANTÉM NA LIDERANÇA DA BANCADA
A atuação da bancada federal de Rondônia tem sido considerada bastante positiva, não só em termos de milhões e milhões de reais liberados em emendas parlamentares, mas também nesse momento da grande pandemia. Nesse contexto, poderia se imaginar uma disputa pelo comando da bancada federal. Não foi o que houve. O deputado Lúcio Mosquini foi reconduzido, por unanimidade, para mais um mandato como líder da bancada federal. Houve um ensaio do deputado Coronel Chrisóstomo de lançar seu nome, mas como não houve receptividade, ele se aliou à unanimidade. Mosquini vem fazendo um trabalho considerado muito positivo, unindo os diferentes interesses de políticos com posições pessoais e políticas muito diferentes. Promoveu também, em Brasília, encontros com deputados estaduais e participou de eventos na Assembleia, unindo os parlamentos, na busca de soluções para os problemas do Estado. A reeleição, portanto, foi das mais justas.
FABRÍCIO, O NOME DO DEM À PREFEITURA
Surge mais um indício de que o prefeito Hildon Chaves pode abrir mão da reeleição. O sintoma é simples: o DEM, cujo líder maior no Estado, estava fechando com o projeto de mais um mandato para do atual Prefeito, decidiu apoiar uma pré candidatura própria à Prefeitura, em novembro. O senador Marcos Rogério, que tem sido um parceiro muito próximo do prefeito tucano da Capital, está apostando num novo nome: o do advogado Fabrício Jurado, presidente do partido na Capital. A decisão teria sido tomada em encontro da municipal, dias atrás. Jurado é uma cara nova na política. Fundador do Partido Novo, deixou a sigla quando ela não conseguiu número suficiente de membros para lançar candidaturas. Ele já avisou que o DEM apresentará, também, nominata de vereadores, com nomes de peso em Porto Velho e a meta do partido é tomar ao menos duas cadeiras. Há três legislaturas que o DEM não tem representantes na Câmara Municipal de Porto Velho.
LADRÕES DE FIOS DEIXAM CIDADE SEM ÁGUA
Vários bairros da Capital estão tendo graves problemas de abastecimento de água, nas últimas semanas. No bairro Aponiã, por exemplo, o sábado completou seis dias com as torneiras vazias. Parece incrível, mas a culpa não é da Caerd. Isso mesmo! A culpa é de grupos de ladrões, que arrancam fios de cobre para vender. Sem energia elétrica, a água não pode ser captada e nem distribuída. Diretores da Caerd têm feito apelos constantes à polícia e pedido apoio à população para denunciar os ladrões de fios de energia. Os receptadores, ao menos até agora, também não foram pegos. Enquanto os criminosos agem livremente, milhares de pessoas são prejudicadas em suas próprias casas, em plena crise do coronavírus, sem sequer uma gota d´água para suas necessidades essenciais. Enquanto os roubos continuarem, o risco de partes da Capital abastecidas pela Caerd ficarem sem água continuam. Não há previsão para que tudo volte ao normal, já que a empresa recoloca os fios e eles são novamente roubados.
ARRAIAL EM HOMENAGEM AO CORONAVÍRUS
A cidade de Jataí, no interior de Goiás, a mais de 400 quilômetros da Capital, tem uma ligação importante com Rondônia. Foi ali que nasceu Jerônimo Santana, o Bengala, que migrou para cá e acabou se tornando o primeiro governador eleito do nosso Estado. Agora Jataí entra de novo, no noticiário nacional, por um lamentável evento: uma grande festa de São João, em “homenagem” ao coronavírus, promovida pelo vereador Thiago Maggioni, do PSDB. A festança bombou na internet e repercutiu país afora, não só porque todos os presentes estavam sem máscara, mas porque a festa não só ignorava a pandemia, como ainda a homenageava. Uma vergonha para a cidade natal do nosso ex Governador, já falecido. Festas, coronafestas, torneios de futebol, comemorações e aglomerações absurdas, continuam acontecendo em todo o país. Aqui em Rondônia também. Na Capital, além disso tudo, os “banhos” em rios e igarapés, estão tão lotados quanto antes da pandemia. Desse jeito, não tem como controlar essa terrível doença, que causa cada vez mais mortes.
MAIS UM MINISTRO PARA A MÍDIA MASSACRAR?
Que se prepare o pastor da Igreja Presbiteriana, Doutor em Educação e mestre em Direito Constitucional Milton Ribeiro. A partir de agora, é ele o novo alvo da mídia, por ter tido a petulância de aceitar convite do presidente Jair Bolsonaro para ser o novo ministro da Educação. Toda a grande mídia já está com seus farejadores nas ruas, procurando cada fio de cabelo que possa colocar dúvidas no currículo, até agora intocável, do novo ministro. O advogado e membro da Comissão de Ética Pública da Presidência, Milton Ribeiro. aceitou o convite para assumir o Ministério da Educação ao anoitecer da última sexta, depois de duas longas conversas com o presidente Bolsonaro. Milton Ribeiro é, entre outras coisas, Doutor em Educação pela USP; mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado em Direito e Teologia. Desde maio de 2019, ele é membro da Comissão de Ética da Presidência da República. A nomeação já foi publicada numa edição extra do Diário Oficial.
OUTRA CONFUSÃO: ELEIÇÃO DIRETA EM ROLIM DE MOURA
A confusa, exagerada e complexa legislação eleitoral, mantida por um sistema de Justiça caríssimo, que poderia muito bem ser extinto, sem qualquer prejuízo à democracia, caso tivéssemos eleições gerais de cinco em cinco anos, cria excrescências como as que ocorrerão no próximo dia 23, uma quinta-feira, em Rolim de Moura. Lá, depois de três anos e meio, o mandato do prefeito Luizão do Trento foi cassado, por um crime eleitoral que ele teria cometido na sua eleição. Três anos e meio…Dai, não fosse a pandemia, teríamos eleições para o novo Prefeito para um mandato de apenas cinco meses. Gastança generalizada. Salvos pelo gongo e pelo bom senso, a Justiça Eleitoral decidiu que esses últimos meses de mandato serão cumpridos por alguém eleito por eleição indireta. O vereador Doutor Lauro, do PRB, que assumiu interinamente depois da saída do prefeito cassado, deve ser mantido até o final do ano. Ele, aliás, é candidato nas eleições de novembro. É mais uma confusão, nesse caro sistema judicial eleitoral do país. Incrível o que ocorrerá em Rolim de Moura, mas, infelizmente, é verdade. Repete-se a mesma historia, seguidamente aliás, em inúmeras cidades brasileiras. Lamentável!
PERGUNTINHA
O que você acha da decisão do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, de impedir a entrada da médica Nise Yamaguchi, que lá trabalha há 35 anos, porque ela defende o uso de cloroquina que o hospital não admite como medicamento contra o coronavírus?