Artigo editado em: 12 de fevereiro de 2020
Está havendo problemas sérios em relação à transposição dos servidores do ex território Federal para a folha de pagamento da União. Os números comprovam isso. Em 2018, foram transpostos perto de 1.600 servidores. No ano passado, primeiro do governador Marcos Rocha e do presidente Bolsonaro, quando se imaginava que a proximidade da União com Rondônia iria nos ajudar bastante, nesse quesito, a queda foi inimaginável: apenas 158 processos foram fechados. Pouco mais de 13 por mês. Não se imaginava que o problema pudesse se acentuar. Mas piorou. Nos primeiros 43 dias de 2020, só um, um único caso, um único processo foi fechado. Tem mais: dos 7.200 processos já aprovados, apenas 5.800 já estão na folha de pagamento da União. Onde estão os outros 1.400 beneficiados, que até hoje não receberam um só tostão? O que está acontecendo com a transposição, praticamente paralisada no governo Bolsonaro? Para responder essas e outras perguntas, 13 dos 14 componentes da bancada federal se reuniram ontem, em Brasília, junto com sindicalistas e o dr. Luciano Alves, procurador do Estado e maior especialista do assunto em Rondônia, para pressionar a comissão do governo federal, exigir explicações e, mais que tudo, exigir pressa. Faltam transpor pelo menos 3.800 aposentados do ex servidores do Território Federal, dos 11 mil previstos. Poderão haver mais casos de outros servidores que estão na Justiça buscando seus direitos.
O linguajar da bancada federal foi duro. Todos os parlamentares que falaram na reunião que durou quase três horas, não usaram palavras rebuscadas para protestar pela forma como a União tem tratado Rondônia, nesse quesito. No final do encontro, a promessa de que todos os processos vão andar, promessa, aliás, que se repete há pelo menos três governos (Lula, Dilma, Temer). Luciano Alves disse, no final do encontro, que é vital a efetiva participação do governador Marcos Rocha e da estrutura de governo no Estado, na luta para apressar a transposição, que, quando concluída, será de enorme benefício para os cofres públicos rondonienses. Comemorou também, junto com sindicalistas e toda a bancada federal, a informação de que uma cláusula esdrúxula que impedia quem tinha recorrido à Justiça de continuar tendo seus processos analisados, foi finalmente excluída. No caso do Iperon, por exemplo, a transposição desses 3.800 servidores que ainda faltam, poderia representar a sobrevivência do Iperon. O instituto de previdência do Estado pode quebrar em 2021, caso não consiga economizar os 10 milhões mensais que gastaria a menos, se todos fossem transpostos. A situação estava caótica, com apenas um processo aprovado neste ano. A reunião de Brasília, nesta quarta, mexeu com o caldeirão, que estava parado. Veremos agora, em pouco tempo, se a União vai cumprir seus compromissos ou ficará no “enrolation”, como o fez desde o início de 2019.
CPI VOLTA COM TUDO
Na próxima terça, dia 18, no retorno dos deputados as atividade normais, na abertura do ano legislativo de 2020, a volta da CPI da Energisa já está agendada, segundo confirmou o relator, deputado Jair Montes. A CPI já teve 80 dias de trabalho atuando na Capital e várias cidades do interior e agora, prorrogada por mais 90 dias, volta para a reta final. Vai ouvir membros da bancada federal, dirigentes da Aneel, a agência responsável pela estrutura do sistema elétrico nacional e, por fim, diretores da própria Energisa. Jair Montes diz que há muitas queixas de consumidores sobre o que ele chamou de “aumentos abusivos e sem qualquer base logística”, das contas de energia. A CPI foi criada em 29 de setembro passado e próximo dos 90 dias de prazo, o relator poderá pedir 30 dias de prorrogação. A CPI é presidida pelo deputado Alex Redano, de Ariquemes. Ismael Crispim é o vice e há ainda dois membros efetivos: Cirone Deiró e Edson Martins.
DESMENTIDO FEITO PELA INTERNET
Não se convide para a mesma mesa o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves e a vereadora Cristiane Lopes, adversária do Palácio Tancredo Neves e pré candidata do PP à sucessão do próprio Hildon. A batalha começou na tribuna da Câmara Municipal, entrou para as redes sociais e culminou com uma live, gravada pelo prefeito, desmentindo a jovem vereadora. Cristiane anunciou nas suas páginas do Facebook e outras plataformas digitais, que foi ela quem conseguiu com que a Prefeitura recomeçasse serviços de infraestrutura e drenagem nos bairros Conceição e Flamboyant. Hildon protestou, no vídeo gravado: ““É preciso restabelecer a verdade. Tanto as obras do bairro Conceição como do Flamboyant foram iniciativas exclusivas do Poder Executivo ou seja do Prefeito. Vereador apenas apresenta pedido de providência”. Depois de dizer que tem vereador que já apresentou até cinco mil pedidos de providência (não deu o nome do recordista), o prefeito desmentiu Cristiane. “Essa vereadora que não tem compromisso com a verdade e está tentando iludir os moradores”, referindo-se aos dois bairros.
A CAMPANHA JÁ COMEÇOU!
Na postagem por vídeo, Hildon explica que a primeira empresa não cumpriu o contrato para realização dos serviços e a Prefeitura chamou a segunda colocada. Comentou: “enquanto a obra estava parada”, a própria Cristiane Lopes “fazia posts nas redes sociais falando da irresponsabilidade da prefeitura com a paralisação dos serviços”. Mas, sublinhou, para sua surpresa, às vésperas da Ordem de Serviço para retomada da obra, a vereadora vem às redes sociais dizer que foi ela quem conseguiu a reativação da obra. “Vereadora tenha respeito com a população, isso não se faz!”, ironizou o Prefeito. “Nunca tratei com a senhora sobre o Flamboyant. Isso é oportunismo eleitoral e a população sabe separar o joio do trigo, a boa política, a verdade da mentira, do engano e da falácia”, fez questão de alfinetar. Cristiane vai responder. A campanha já começou…
HILDON: A DÚVIDA CONTINUA
Ainda sobre o Prefeito: pessoa muito ligada ao prefeito Hildon Chaves, aliás, não concordou com a informação de que ele poderá desistir da reeleição. O leitor, que se diz muito bem informado, avisou que Hildon vai sim concorrer ao pleito de outubro e que terá como seu vice o ex deputado federal (bom de voto) Lindomar Garçon. Vamos por partes, como diria o Estripador de Londres. Essa coluna jamais afirmou que o Prefeito não será candidato à reeleição. Disse apenas (e reafirma), que ele ainda não se decidiu. Uma prova concreta disso foi uma afirmação feita pelo próprio Hildon, semanas atrás, quando participou do programa Papo de Redação, o de maior audiência do rádio de Rondônia, com os Dinossauros Beni Andrade, Domingues Júnior, Jorge Peixoto e Sérgio Pires. Afirmou, com todas as letras: “de manhã, penso que serei candidato; à tarde, penso que não vou ser!”. A gravação está a disposição para quem quiser ouvir. A verdade que é uma decisão extremamente difícil, com pressões dos dois lados: dos que querem, mais por questões políticas, partidárias e interesses pessoais e de grupo e dos que não querem (amigos íntimos, parceiros fora da política, família, empresa) ver Hildon na corrida das urnas em outubro. A informação é quente: a decisão final só será tomada depois do carnaval…
DESCULPE MANDELA, PELA COMPARAÇÃO!
O Papa Francisco recebe nesta quinta, em Roma, o ex presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro foi intermediado por um amigo comum de ambos, o presidente recém eleito da Argentina, o esquerdista Alberto Fernández. É a primeira vez na história que um Papa recebe um político condenado em duas instâncias, por chefiar uma quadrilha que assolou um país durante longos anos. O encontro está recebendo duras críticas de setores da Igreja Católica, que também não concordam com o evento. Alguns líderes da esquerda, querendo colocar Lula no mesmo patamar do sul africano Nelson Mandela, lembram que um Papa (João Paulo II), já o recebeu, depois que Mandela cumpriu 28 anos de prisão e foi eleito Presidente do seu país. Ora, dá até nojo a tentativa de comparação. Mandela foi condenado por um regime racista, o Apartheid, que durou décadas, na África do Sul. Lula foi condenado por roubo de dinheiro público, enriquecimento ilícito, chefe de quadrilha. É a mesma coisa?
TEIXEIRÃO: RECONHECIMENTO NACIONAL
O primeiro governador de Rondônia, o inesquecível Coronel Jorge Teixeira, recebeu uma homenagem muito especial, nesta quarta, na assinatura, pelo presidente Bolsonaro, da criação do novo Conselho da Amazônia, que será comandado pelo vice presidente, General Mourão. O general Heleno, chefe do gabinete de Segurança Institucional do governo, não poupou palavras para lembrar o Teixeirão. Disse, por exemplo, que o Coronel foi prefeito de Manaus e Governador de Rondônia e destacou: “foram duas missões que ele cumpriu de forma admirável”. Recordou ainda que foi Teixeirão quem criou o Centro de Instrução de Guerra de Selva, em 1965. “E esse centro é hoje uma referência no mundo inteiro, como o que cria “o melhor combate de selva”, entre todos existentes. O general ainda lembrou que o termo “Selva”, hoje usado como saudação dos militares na Amazônia, também foi criação de Jorge Teixeira. O ex governador rondoniense, até hoje lembrado por tudo o que fez em Rondônia, finalmente teve um reconhecimento nacional à altura da sua grandeza.
UM BRADO PELA AMAZÔNIA
De onde surgiu o brado “Selva”, hoje famoso em toda a Amazônia? O general Heleno explicou. Teixeirão era avesso à burocracia. “Por onde ele passava, deixava um rastro de destruição contra a papelada e a burocracia!”, brincou um dos mais próximos ministros do Presidente da República. Quando as viaturas saiam dos quartéis para irem proteger a selva ou por qualquer outro motivo do dia a di, havia grande demora, porque os veículos eram parados no corpo da guarda, para o preenchimento de vários documentos. Teixeirão acabou com isso. As viaturas que iam construir, por exemplo, os centros de instrução da guerra de selva, em locais por vezes a 50 quilômetros de Manaus, não deveriam ser mais paradas, para que não se perdesse tempo. Bastava falar “Selva” e passava. Por isso, o General Heleno pediu ao público que todos fizessem o brado de “Selva”. Foi o que o público fez…
PERGUNTINHA
Será que Lula vai aproveitar o encontro com o Papa Francisco, para confessar todos os seus crimes, como fez o personagem de Al Pacino, no Poderoso Chefão III?